Que o sexo está diretamente ligado à qualidade de vida todos já sabem. Afinal, além da endorfina, hormônio responsável pela sensação de prazer, a prática ainda protege o sistema cardiovascular, elevando a frequência cardíaca a um nível similar ao da prática de exercícios físicos leves. Infelizmente, porém, muitos homens acabam tendo problemas na hora do sexo, seja pela falta de ereção ou ejaculação precoce.
Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), 50% dos homens com mais de 40 anos sofrem com disfunção erétil e 30% dos homens brasileiros sofrem com ejaculação precoce. Os problemas causam impactos não só no bem-estar emocional, mas na qualidade de vida dos envolvidos.
Problema atinge todas as idades
Vale destacar que disfunções sexuais não são problemas exclusivos de homens maduros. “Tanto a disfunção erétil, que é incapacidade de o homem conseguir e manter uma ereção do pênis para ter uma atividade sexual, quanto às disfunções sexuais, que abrangem disfunção de orgasmo e de ejaculação, podem atingir homens de todas as idades. Algumas doenças podem estar diretamente ligadas ou podem contribuir para a incidência do problema”, explica o médico urologista Ramatis Castro.
Entre as citadas pelo especialista estão: Diabetes; Hipertensão; Covid-19; Problemas hormonais; Depressão; Obesidade; Tabagismo; Alcoolismo e outros.
O psicólogo clínico José Geraldo Ferreira explica que problemas disfuncionais na hora da relação sexual também podem ter a ver com fatores psicológicos. Segundo o psicólogo, há um modelo de resposta sexual que constitui o ato: desejo, excitação, platô, orgasmo e resolução, que têm como responsáveis pelo ato os órgãos genitais, mas é o cérebro o grande comandante desse processo de excitação e prazer.
“Os órgãos pélvicos são os executores, mas são os hormônios e os neurotransmissores que são responsáveis pela comunicação entre o cérebro e os órgãos genitais e também pelos ajustes necessários à boa execução do ato sexual. Nossas necessidades mudam conforme o contexto, como problemas do dia a dia, ansiedade, preocupação, frustração e outras emoções. Essas mudanças vão ditar o quanto o sexo vai permanecer ou não como prioridade, no momento. E é aí que, dependendo da urgência, real ou criada pela mente, a excitação sexual pode acabar ficando em segundo plano, deixando de acontecer satisfatoriamente”, explica.
Entrevista
Em entrevista cedida ao DIÁRIO DO RIO DOCE, um jovem enfermeiro valadarense contou que em meados de 2019, quando se formou e voltou para a cidade, teve problemas em ter uma relação sexual satisfatória com a recém namorada, com quem mais tarde acabou se casando.
“Eu havia acabado de me formar em enfermagem no Rio de Janeiro (RJ), em 2019, quando eu tinha 21 anos e, assim que cheguei à cidade conheci uma moça linda. Nós saímos, conversamos e tudo foi muito bem, até chegar a hora ‘H’ e não rolar. Conversei com amigos, além de um profissional sobre isso e na época a vida dos meus pais aqui estava uma bagunça. Eles brigavam por uma separação de anos e, além de estar de mudança e desempregado, eu pensava muito em como minha irmã mais nova, que na época tinha 15 anos, iria passar por tudo aqui. Esse turbilhão de coisas na minha cabeça não me permitia ter relações sexuais”.
De acordo com o psicólogo José Geraldo, as causas da disfunção erétil são multifatoriais. “Cada caso vai ter a sua especificidade. Mas transtornos psicológicos como ansiedade, depressão, estresse crônico, alcoolismo e uso de outras substâncias psicoativas podem levar a pessoa a sofrer com essa situação”, destaca.
Segundo especialistas, ter uma vida saudável tanto fisicamente, como emocionalmente, contribui para a redução de casos de disfunções. Mas caso esteja passando pelo problema, não se desespere. Há tratamento. Por isso, o melhor a fazer em caso de algum desconforto ou dificuldade é procurar ajuda médica ou psicológica.
CONFIRA ALGUMAS DICAS PARA MANTER O PRAZER!
- Práticas de exercícios físicos;
- Monitoramento da saúde com foco preventivo, de modo geral;
- Contato com a natureza;
- Equilíbrio adequado entre todas as áreas importantes da vida além do trabalho;
- Meditação;
- Psicoterapia;
- O não uso de drogas;
- O uso moderado ou o não uso de álcool.
- O não uso de tabaco e cigarros.
- Alguns medicamentos
