As consultas on-line são oferecidas a crianças de 5 a 11 anos, uma vez por semana. Os interessados devem procurar o Nasf da sua região
Antes da pandemia da Covid-19, todas as pessoas tinham suas ocupações: escola, trabalho, esporte, lazer, convívio familiar e social, igreja, academia e tantas outras. Mas, o vírus se instalou e obrigou grande parte da população mundial a permanecer isolada em casa. Enquanto muitos têm o isolamento como um tédio, a Psicologia define como sendo um momento de se organizar não só o espaço onde vivemos, mas, principalmente, a mente.
E foi a fim de manter os atendimentos psicológicos durante o período de distanciamento físico, que o Conselho de Psicologia orientou os profissionais da área, lotados na Policlínica Central de Valadares, a continuarem dando assistência aos usuários, só que a distância; utilizando-se de uma ferramenta on-line.
A ideia veio para contribuir para que adultos e, principalmente, as crianças entendam o que está acontecendo neste momento; a importância de não saírem de casa e de verem e/ou falarem com os amiguinhos, avós e outras pessoas que amam só pelo celular ou tela do computador; saibam o que é esse vírus, como se proteger dele e, dessa forma, vençam seus medos, ansiedades, angústias, raiva, estresse e a dificuldade para dormir.
“É necessário mantermos tarefinhas, psicoeducação sobre cuidados higiênicos, bem como atividades de relaxamento, como a respiração diafragmática com eles, por exemplo. Tanto nas crianças quanto nos adultos há uma melhora significativa. O cuidado e o monitoramento diminuem queixas somáticas de dor, ansiedade e depressão. É uma maneira de dizermos a eles: fiquem em casa, estamos com vocês”, definiu a psicóloga da Secretaria Municipal de Saúde, Érica Meireles Fróis Barbosa.
As consultas on-line acontecem uma vez por semana e tem duração de meia hora. Elas são feitas de forma lúdica e participativa, utilizando-se de vídeos e atividades que atraem e prendem a atenção das crianças de 5 a 11 anos. E os resultados têm sido excelentes. João Pedro, de 5 anos, é um dos beneficiados pela nova ferramenta. A mãe dele, Patrícia do Amaral, conta que esta semana, o pequeno aprendeu sobre as cores de máscaras utilizadas para expressar seus sentimentos.
“Na historinha que foi trabalhada com ele, é abordada a importância de se utilizar máscaras para não contrair e nem transmitir o coronavírus. E a menina da história usa as máscaras nas cores do que está sentindo naquele dia. Se está alegre, usa uma máscara laranja. Se sente saudades de alguém, lilás. Se está com medo, preta. Se está triste, cinza”, explicou ela.
E João Pedro já escolheu as cores das máscaras que deseja que a mãe compre. “Quero uma lilás, uma laranja e também uma dourada e outra azul. A dourada pra lembrar a cor do sol, do ouro e do diamante, que significam o poder. E a azul, porque é a cor das nuvens, do céu, do mar e do amor”, contou o garoto.
Vale ressaltar que ele escolheu outras duas cores (dourada e azul), porque no final da atividade, a psicóloga Érica Fróes o perguntou se ele queria incluir mais alguma cor na historinha e o que aquela cor representava para ele.
Esse tipo de atendimento oferece inúmeras vantagens, como a flexibilidade de horários; a acessibilidade, já que não é preciso ir até o consultório, tendo em vista que o profissional está a um clique dos seus dedos.
Os usuários interessados em receber atendimentos psicológicos on-line devem procurar o técnico referência do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf) da sua região, para que ele veja a disponibilidade da agenda dos profissionais e faça o agendamento.
