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Professora de conservatório confecciona instrumentos com diferentes materiais para aulas não presenciais

Violinos usados foram feitos com papelão, caixas de alimentos e fita adesiva e auxiliam os alunos para que tenham noção do instrumento e notas musicais

As particularidades do ensino remoto têm feito com que professores da rede pública estadual de ensino coloquem em prática iniciativas criativas e inovadoras que servem para exemplificar o talento dos profissionais da rede.

Desde que foi implementado o Regime de Estudo não Presencial, desenvolvido pela Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG), a professora de violino do Conservatório Estadual de Música Lobo de Mesquita, Léia Bruzinga, começou a colocar em prática uma de suas ideias: a construção de instrumentos musicais utilizando materiais alternativos. A iniciativa deu tão certo que deve ser levada para as aulas presenciais, quando for possível o retorno às salas de aula.

Em situação normal, os alunos do conservatório, que fica em Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, usam os instrumentos da unidade de ensino. Mas, com as aulas remotas, medida adotada para o enfrentamento e prevenção da Covid-19, a prática passou a ser feita em casa e alguns estudantes não contavam com o instrumento para o treino. Daí a ideia que já vinha sendo pensada por Léia ganhou espaço e necessidade.

“Comecei a pensar sobre essa ação antes da pandemia. As atividades remotas ainda nem tinham começado, mas já imagina em fazer uso dessa alternativa. Comecei a pesquisar materiais e como poderia dar as aulas”, contou.

Segundo a professora, uma de suas preocupações foi a de que fossem utilizados materiais baratos e que os alunos tivessem facilidade de encontrar em casa para produzir o objeto. Para confeccionar os violinos, foram usadas caixas de cereal, de creme dental, além de papelão e embalagem para ovos.

“Eu pedi para um profissional especializado na construção de instrumentos musicais me indicar as medidas do violino. Ele me enviou os desenhos e aí consegui montar as peças de cada lado”, explicou, acrescentando que os arcos são feitos com papelão, papel ofício e fita adesiva.

Para a dinâmica do dia a dia com os estudantes, Léia Bruzinga diz que, além do material teórico encaminhado aos estudantes, complementa as aulas com vídeos de um canal no Youtube criado por ela.

Segundo a professora, a preocupação com os alunos e com as famílias era a de que eles desenvolvessem os materiais sem pressa. Porque é uma etapa importante e deve ser bem feita para ter sucesso. “Eu dei tempo a eles para fazerem com capricho. Orientei para não fazerem correndo”, destaca.

Instrumentos em sala de aula

A dedicação surtiu efeito e a ideia tem sido bem recebida tanto pelos alunos – em sua maioria dos anos iniciais do ensino fundamental – e também pelos pais. “Eles estão gostando bastante. No canal no Youtube, faço aulas lúdicas que eles podem usar os materiais”, conta.

A professora, que começou a lecionar no conservatório em 2014, conta que toda a dinâmica será aproveitada presencialmente, quando da volta das aulas na unidade escolar, e deve ajudar a deixar as atividades ainda mais interessantes.

“Quando voltar da pandemia, nas aulas presenciais, eles vão poder levar os violinos e isso vai ajudar muito no momento de ensinar. Assim, cada aluno poderá levar o seu próprio instrumento e a gente vai estimular ainda mais a criatividade”, comemora.

Conservatórios Estaduais de Música

Os 12 Conservatórios Estaduais de Música (CEM) ofertam cursos regulares de Educação Musical, de três anos, que podem representar o ensino fundamental em áreas musicais para crianças, jovens e adultos, e cursos técnicos em instrumento e canto, representando o ensino médio técnico em música, também para o mesmo público.

Além do ensino regular, desenvolvem cursos e projetos de extensão sobre a música e suas correspondências com teatro, dança, artesanato, design, empreendedorismo e produção cultural. Atualmente, cerca de 35 mil alunos estão matriculados nos Conservatórios Estaduais.

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