Prévia da inflação tem menor nível para novembro em 21 anos

Novembro registrou prévia da inflação de 0,14%, divulgou nesta sexta-feira (22) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O resultado mostra leve aceleração em relação ao mês anterior, que registrou 0,09%.

Este é o menor resultado para um mês de novembro desde 1998, quando o IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15, prévia da inflação oficial) registrou 0,11%. Em comparação ao mesmo período de 2018, a taxa foi de 0,19%. No ano, o IPCA-15 acumula alta de 2,83%, enquanto em 12 meses o índice é de 2,67%.

Os grupos que tiveram alta foram o de vestuário (0,68%), o de despesas pessoais (0,40%) e o de transportes (0,30%). Após ter deflação em outubro (-0,25%), o grupo de alimentação e bebidas apresentou leve alta (0,06%), contribuindo com 0,02 pontos percentuais. “A partir de outubro e novembro o preço de alimentos tende a ter alta, não acho que seja relevante por ora”, diz Mauro Rochlin, economista e professor dos MBAs da FGV (Fundação Getúlio Vargas).

O economista avalia que as altas são pouco expressivas, e que ainda é cedo para avaliar o impacto do aumento do preço da carne no açougue.

Transportes apresentou o maior impacto entre os grupos, com 0,06 pontos percentuais. Após a alta da gasolina (2,53% em novembro), óleo diesel (0,58%) e gás veicular (0,10%), levaram a um aumento de 1,07% no resultado dos combustíveis. Outro ponto que cooperou para alta em transportes foi o aumento nas passagens aéreas (4,44%) após variação de 2,10% em outubro.

Na última semana, a gasolina subiu pela terceira semana seguida para R$ 4,407 por litro, após um longo período sem alteração de preços nas refinarias. A última mudança feita pela Petrobras foi em setembro.

Vestuários acelerou para 0,68% em novembro. Roupa masculina (1,15%), roupa infantil (0,65%) e roupa feminina (0,49%) influenciaram na alta do mês. “O que puxa esse aumento neste período do ano é mudança de estação nas lojas”, diz Rochlin. “O mesmo acontece com o setor de alimentos: com o ritmo de final de ano, o preço costuma subir”.

Já despesas pessoais também aceleraram, passando de 0,16% para 0,40%, puxados pelo empregado doméstico (0,31%) e jogos de azar (2,46%).

O grupo de habitação (-0,22%) foi um dos nove grupos que apresentaram deflação em novembro, com impacto de -0,04 ponto percentual. O grupo foi afetado pela alteração de tarifas praticadas na distribuição de gás encanado no país – com variação de -0,10%- e taxas de água e esgoto – variação de 0,31%.

Segundo o IBGE, o resultado também se deve à energia elétrica (-1,51%). Em setembro, a bandeira vermelha levou a uma alta do índice, enquanto o décimo mês do ano recebeu a tabela amarela de cobranças.

Artigos de residência (0,06%) e saúde e cuidados pessoais (0,2%) também apresentaram deflação no mês.

Duas das 11 regiões da pesquisa apresentaram deflação de outubro para novembro. Brasília apresentou o menor resultado, com -0,23%, devido à queda na energia elétrica (-5,44%). Já o maior índice ficou com a região metropolitana de Belém, com 0,33%. O valor foi puxado pelas altas nas carnes (5,77%) e na roupa masculina (2,33%).

por Amanda Lemos 

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