WhatsApp-2.png

Preços dos medicamentos têm reajuste de 10,89%

É o segundo maior aumento em 10 anos

Na sexta-feira (1) o Governo Federal anunciou reajuste de 10,89% nos medicamentos. A ordem se aplica aos remédios de níveis 1, 2 e 3. O reajuste é o segundo maior em 10 anos, segundo dados do Sindusfarma (Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos), ficando atrás apenas dos 12,5% de aumento em 2016.

Marcela Araújo tem 24 anos e toma 15 medicações por dia. Ela conta que gasta cerca de 1.500 reais mensais com remédios. “Já estava um pouco difícil antes. Teve meses em que tive que deixar de tomar algumas medicações, o que atrapalha o tratamento, porque não tinha condições. Os preços de alguns são muito elevados e não consigo de forma gratuita”, disse.

“Quando vi que iriam aumentar o preço fiquei desesperada. Já estava sem medicamento de dor e estava com muita dor, então resolvi fazer uma vaquinha online para ajudar a custear o tratamento”, afirmou Marcela.

A estudante de direito descobriu em junho de 2020 que tem vasculite, uma doença autoimune rara que causa inflamação dos vasos sanguíneos. Em outubro do ano passado Marcela também soube que tinha fibromialgia, uma doença crônica que gera dor intensa, fraqueza muscular generalizada e cansaço.

Além disso, desde criança Marcela sofre com asma, sinusite e bronquite. O uso contínuo de remédios também afetou os órgãos gastrointestinais, causando refluxo, esofadite, gastrite e gordura no fígado. “Alem dos remédios de uso contínuo, devido aos efeitos colaterais, também tenho que tomar remédios sintomáticos. Frequentemente tenho náusea, alergia, dor de cabeça, entre outros. Além de quê desenvolvi crises de ansiedade, então tenho que usar remédios psiquiátricos também”, explicou.

Dessa forma, Marcela lamenta o reajuste nos preços dos remédios: “O aumento afeta muito, principalmente pessoas de baixa renda, porque vão ter que tirar o dinheiro de outra necessidade para suprir o medicamento ou vai ter gente que vai abandonar o tratamento por não ter condições de bancar”.

Segundo a jovem, ela trabalha para conseguir comprar os medicamentos. O único remédio que ela conseguiu pelo Sistema Único de Saúde (SUS) foi a bombinha da asma.

Por que o preço dos remédios subiu?

De acordo com Daniel Lopes, gerente da Drogaria Niquinho, os principais fatores que interferem no reajuste de preços dos medicamentos são a inflação, o aumento dos insumos e a alta do dólar.  “A matéria-prima dos medicamentos, em sua maioria, vem do exterior, o que interfere no preço. Além disso, desta vez subiram tanto os medicamentos mais baratos quanto os mais caros, e isso vai impactar tanto os donos de farmácia quanto o orçamento das famílias, já que subiram todos os níveis de uma vez”, afirmou.

Os remédios são divididos em níveis 1, 2 e 3. A classe 1 diz respeito aos medicamentos que têm maior competitividade e são utilizados para tratamento de doenças de maior complexidade. O nível 2 é de remédios que tratam doenças de menor gravidade e o grupo 3 são medicamentos de menor concorrência.

Segundo o economista Matheus Sales, apesar de o Governo ter autorizado o aumento dos preços, não quer dizer que todos irão acompanhar. “O cálculo foi em cima da inflação e análise do custo de produção. Como o valor é referente a inflação, sempre vai existir um aumento, mas a demanda interfere muito para saber quanto os remédios vão custar”, explicou.

Para economizar, Matheus orienta realizar pesquisas em diferentes farmácias. “O consumidor pode, primeiramente, pesquisar antes de comprar e procurar listas de medicamentos gratuitos pelo SUS ou com desconto. Os genéricos e similares também são uma boa saída, porque às vezes ficam mais em conta”, disse.

Para ajudar na vaquinha da Marcela: basta clicar neste link e contribuir com o quanto puder.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

[the_ad_placement id="home-abaixo-da-linha-2"]

LEIA TAMBÉM

Aneel mantém bandeira tarifária verde em maio

🔊 Clique e ouça a notícia Dessa forma, os consumidores não terão custo extra nas contas de luz A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou nesta sexta-feira (26) que