Parlamentares se pronunciaram sobre a questão em Plenário, que também teve discursos sobre a vacinação
A nomeação de Luísa Barreto para diretora-presidente da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater), em substituição a Gustavo Laterza, gerou repercussão negativa na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Em reunião de Plenário dessa quarta-feira (16, vários deputados se pronunciaram contrariamente à mudança.
Parlamentares de diversos partidos exaltaram a capacidade técnica do antigo diretor-presidente, Gustavo Laterza, que é servidor efetivo da Emater. Além disso, eles interpretaram a movimentação como um passo para a unificação da Emater com a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), o que também não foi bem visto.
De acordo com a deputada Leninha (PT), ela e outros deputados têm recebido demandas de funcionários da Emater alertando para o desejo do governador Romeu Zema (Novo) de fazer essa unificação. Também o deputado Delegado Heli Grilo (PSL) questionou se a mudança teria o objetivo de tirar do caminho o antigo diretor-presidente por ele ser contrário à unificação.
O deputado Carlos Henrique (Republicanos) lembrou que a Emater é um empresa que existe há mais de 40 anos e atualmente tem grande capilaridade em Minas Gerais, estando presente em 790 municípios do Estado. O deputado Carlos Pimenta (PDT) completou e disse que mais de 400 mil produtores rurais são atendidos pela empresa, cuja principal atividade é a assessoria rural.
Eles ressaltaram também a importância da Epamig, que teria, segundo Carlos Henrique e Carlos Pimenta, a vocação mais voltada para a pesquisa agropecuária. Carlos Pimenta exaltou os 21 campos experimentais da Epamig espalhados por Minas Gerais, que desenvolvem pesquisas em diferentes áreas, como oleoginosas, frutas tropicais e viticultura.
Todos esses deputados se disseram contrários à unificação ou outra mudança na gestão desses empresas, como uma possível privatização. Eles ressaltaram a necessidade de ampla discussão pública sobre as propostas e disseram que, se o govenador Romeu Zema de fato enviar para a ALMG um projeto de unificação, esse debate será realizado.
Pandemia e vacinação também foram discutidas
O deputado Carlos Pimenta falou do Plano Nacional de Vacinação contra a Covid-19 e disse que a falta de ação mais contundente do governo federal tem levado à uma caça à vacina pelos estados e isso prejudica, para ele, a unidade do País. Ele afirmou que a Anvisa precisa analisar tecnicamente todas as vacinas e que não pode se deixar levar por disputas políticas.
O assunto também foi discutido pelo deputado Cleitinho Azevedo (Cidadania), que fez um apelo à Secretaria de Saúde para que profissionais de serviços essenciais, como caixas de supermercado e funcionários de farmácias, também sejam incluídos no grupo prioritário da vacinação. Ele disse que esses profissionais estiveram expostos ao longo de toda a pandemia e que, diante da ameaça de uma segunda onda, é preciso incluí-los também entre os primeiros a serem imunizados.
Eleições municipais – A deputada Ana Paula Siqueira (Rede) se solidarizou com o colega de partido Júlio Fessô, que foi candidato a vereador em Belo Horizonte e recebeu mais de 3 mil votos. O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) está impedindo a sua nomeação por ele já ter sido condenado criminalmente, mas Ana Paula Siqueira ressaltou que toda a sua pena já foi integralmente cumprida e, assim, nenhum direito de cidadania, nem mesmo o de concorrer e exercer cargo público, deve ser restringido. A questão ainda está sendo discutida no TRE.
Animais – O deputado Virgílio Guimarães (PT) falou sobre proposta aprovada na Câmara Municipal de Belo Horizonte que proíbe o uso de veículos com tração animal e lembrou a polêmica que envolve o fato de muitas pessoas, como catadores de materiais recicláveis, terem esses veículos como modo de geração de renda. Ele disse que pretende levar o debate para a ALMG e se disse contrário à proibição, mas favorável à regulamentação do uso dos animais em todas as atividades, incluindo as esportivas como a equitação, de forma a garantir que os animais não sejam torturados ou submetidos a situações injustas.
