Pesquisa busca compreender a incidência da leishmaniose em Manhuaçu

Uma pesquisa que está sendo realizada em Manhuaçu busca entender a incidência da leishmaniose no município. A pesquisa é parte do trabalho desenvolvido pelo mestrando em Medicina Veterinária pela Universidade Federal de Pelotas, no Rio Grande do Sul, Tiago Felipe Barbosa Moreira. 

Segundo o pesquisador, o motivo da escolha de Manhuaçu como foco para a realização desta pesquisa se deve à situação endêmica do município. “É um artigo que eu tô escrevendo pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), no Rio Grande do Sul, em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Devido à incidência de casos de leishmaniose tegumentar americana aqui na região de Manhuaçu, decidi pesquisar mais a fundo a respeito dela. Eu comecei a fazer visitas nos locais em que foram notificados os casos para Vigilância Epidemiológica, e fazer um levantamento dos aspectos ambientais e sociais que envolvam ali a ocorrência das infecções”.

Como parte da pesquisa, foi realizada a instalação de armadilhas em alguns pontos do município. O objetivo é capturar os mosquitos transmissores da doença, conhecidos como mosquito palha, para estudá-los e compreender melhor a transmissão da doença. 

Crédito: Reprodução/ Prefeitura de Manhuaçu

“Essas armadilhas foram colocadas em locais onde foram notificados o maior número de casos. Distritos como Dom Corrêa, Sacramento e Ponte do Silva, como também no Coqueiro Rural, foram os locais que eu visitei, que eu pude fazer uma análise observacional do ambiente e dos pacientes. Nos distritos de Sacramento e Dom Corrêa é onde foi capturado o maior número de mosquitos. Eu também acompanhei quatro casos na área urbana, sendo que dois deles foram descartados. Um dos locais onde eu montei a armadilha foi o bairro Santa Luzia, que teve um caso confirmado. Essa pessoa fez o tratamento, só que ela voltou a ter uma lesão novamente, mas ainda não foi confirmado para leishmaniose. É uma suspeita e está sendo investigado e acompanhado por profissionais da saúde”.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, a pesquisa poderá ajudar a administração pública, principalmente a Vigilância Ambiental, no trabalho de controle e mapeamento em Manhuaçu.

“Agora, depois da pesquisa em campo, com os resultados obtidos por ele, será feito um relatório circunstanciado de tudo que foi feito, com sugestões que ele, junto com a Universidade em que ele está fazendo a sua especialização, nos fornecerá, que irá nos dar apoio para que sejam feitas reestruturações e adequações no que diz respeito ao combate, ao tratamento da doença, para que possamos melhorar a qualidade dos serviços prestados à comunidade”, disse a coordenadora da Vigilância Ambiental, Emilce Estanislau Muniz. 

Sobre a leishmaniose

A leishmaniose é uma doença infecciosa, porém não contagiosa, causada por parasitas do gênero Leishmania. Existem dois tipos da doença, a leishmaniose tegumentar e a visceral, sendo que a primeira é endêmica em Manhuaçu, ou seja, acontece em diversas épocas do ano. 

“A leishmaniose se apresenta sob duas formas, a tegumentar americana, que consiste no aparecimento daquelas lesões na pele, e existe também a leishmaniose visceral, que é a forma mais grave da doença. A região de Manhuaçu é endêmica para a forma tegumentar da leishmaniose, ela não é endêmica para forma visceral”, explica Tiago.

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