Perfis nas redes sociais denunciam fraudes em cotas na UFJF

Perfis foram criados nas redes sociais expondo alunos brancos que teriam ingressado na universidade com cotas raciais; UFJF divulgou nota informando que denúncias devem ser feitas por canais oficiais

Uma conta no Twitter gerou polêmica ao denunciar supostas fraudes em cotas raciais na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), que tem um campus avançado em Governador Valadares. As publicações da conta expunham nomes de candidatos nas listas de cotistas divulgadas pelo Sisu e pela própria universidade, ao lado de fotos dos aprovados, claramente brancos.

A partir daí, uma série de publicações começou a surgir sobre o assunto, e vários alunos da instituição usaram as redes sociais para se manifestar. Nesta sexta-feira, as duas contas no Twitter que haviam sido criadas, @antifraudesUFJF e @ufjfantifraudes estão desativadas. As contas já haviam sido desabilitadas antes e voltado a funcionar.

Há também um perfil criado no Instagram, o @ufjfantifraude, que está privado e cujas publicações podem ser vistas apenas por seguidores que são aceitos pela página.

UFJF fraudes nas cotas — Foto: Reprodução/Twitter
Publicação feita em uma das contas no Twitter

Posicionamento da universidade

Na manhã desta sexta-feira (5), a UFJF divulgou uma nota informando que não apura denúncias feitas por redes sociais. Para serem investigadas pela universidade, as denúncias precisam ser feitas por meio de canais oficiais disponibilizados para tal. Confira um trecho da publicação:

Nos últimos dias, a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), assim como outras instituições federais de ensino superior, receberam manifestações pelas redes sociais sobre supostas fraudes no sistema de cotas raciais. A instituição entende a mobilização social pela defesa das ações afirmativas e dos mecanismos que garantam os direitos conquistados pela história de lutas das comunidade negra, dos indígenas e das pessoas com deficiência.

Na UFJF, um desses mecanismos certamente são as denúncias e, por isso, se registradas oficialmente, serão devidamente apuradas com seriedade. As manifestações via redes sociais não levam à abertura dos processos de sindicância e administrativos.

De acordo com a ouvidora geral da UFJF, Flávia Bastos, as delações sobre as possíveis fraudes devem ser encaminhadas pela plataforma nacional Fala.BR, onde o denunciante pode se identificar ou optar pelo anonimato. 

“Todas as denúncias que chegam à ouvidoria são avaliadas. É importante que, no ato da declaração, sejam trazidos indícios de materialidade para facilitar o processo, como, por exemplo, questões que comprovem a acusação. Muitas vezes, somente o envio de fotos ou a acusação feita pelo autor fazem com que o processo leve mais tempo, por falta de concretude. Quando somos ajudados com mais dados, a investigação se torna mais viável.”

A íntegra da nota divulgada pode ser conferida na página oficial da universidade.

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