Ao todo, já foram identificadas 262 pessoas que morreram em decorrência do rompimento da barragem. Oito joias continuam desaparecidas
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) identificou, na tarde desta quarta-feira (6/10), mais uma joia vítima do rompimento da barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho. Trata-se de uma mulher, que tinha 37 anos à época do óbito. Ela era técnica de enfermagem do trabalho, casada, e foi localizada no dia 5 de agosto. A identificação foi possível a partir de exames de DNA.
Ao todo, 262 pessoas que morreram em decorrência do rompimento da barragem já foram identificadas. Oito joias ainda não foram localizadas após 980 dias de buscas pelo Corpo de Bombeiros, que se completam nesta quarta.
Conforme destacou o médico-legista Ricardo Moreira Araújo, do setor de Antropologia Forense do Instituto Médico Legal Dr. André Roquette (IMLar), que também atua destacado na força-tarefa para localização das joias de Brumadinho, apesar de a identificação formal ter sido concluída nesta quarta, um complexo trabalho multidisciplinar tem sido empenhado pela Polícia Civil. “Diariamente, desde o encontro do material para análise, médicos-legistas e peritos criminais atuaram sistematicamente no caso para, enfim, dar uma resposta à família, que foi a primeira a ser comunicada sobre a identificação”, disse.
Ainda segundo Araújo, os procedimentos para a identificação envolveram três fases principais: a perícia no local do encontro do segmento; as análises no IML, para estimativa da idade, sexo e ancestralidade da vítima; e, por fim, os exames de DNA, conduzidos pela equipe do Instituto de Criminalística da PCMG (IC). “Importante salientar que, dadas as condições de localização desse material, é necessário, como foi o caso, realizar inúmeras repetições do exame de DNA e contraprovas para termos um laudo conclusivo, que subsidia também o inquérito policial”, reforçou o médico-legista.
Novas identificações
Sobre a descoberta de novo segmento corporal em Brumadinho, no último sábado (2/10), que já se encontra no IMLar, Araújo adiantou que se trata de material rico em elementos para análise e todos os métodos para identificação estão sendo empregados. “Construímos um banco de informações dos desaparecidos, a partir de entrevistas com familiares, exames em clínicas e outras bases de dados, o qual atualizamos constantemente, e que nos permite restringir o universo de desaparecidos e tornar mais eficiente as novas identificações, com segurança”, informou.
Os trabalhos para identificação de desaparecidos com base em outros casos localizados continuam, e os trabalhos são supervisionados pela Superintendência de Polícia Técnico-Científica (SPTC) da PCMG. Agência Minas