Cuidar da saúde mental ainda é um tabu para muitas pessoas, mas a pandemia do coronavírus aumentou a quantidade de pessoas buscando acompanhamento profissional. É o que relata a psicanalista Aline Ferreira de Souza, natural de Pedra Azul e atualmente morando em Governador Valadares. A necessidade de manter isolamento social, para ela, fez com que um número maior de pessoas passasse a refletir sobre a necessidade de buscar ajuda.
“Tudo mudou. Não é um ‘novo normal’, a gente está tentando se adaptar ao que está vivendo. As pessoas estão mantendo a distância, não podem se abraçar, e acho que as pessoas viram que estar em casa, com suas próprias angústias e medos, isso fez as pessoas a buscarem ajuda. ‘Qual o problema de estar comigo mesmo?’ Acho que isso foi o real da pandemia, as pessoas olharem para si”, avalia Aline.
A psicanalista reconhece que a necessidade de fazer terapia ainda é vista com ressalvas por grande parte da sociedade. Mas, para ela, há um crescimento na quantidade de pessoas dispostas a superar preconceitos com as sessões de análise. “Houve um despertar das pessoas, mas não todo mundo. O tema ainda é tabu, as pessoas têm medo, acham que estão ficando loucas. A análise te possibilita novas experiências e te faz crescer”, declarou.
O papel do psicanalista, basicamente, é o de encontrar a origem dos distúrbios psíquicos do paciente e o ensinar a lidar com esses problemas e adversidades, a fim de diminuir seu sofrimento. O tratamento é realizado com diálogo, em que o paciente expõe suas angústias e o psicanalista participa ativamente, com reflexões que busquem solucionar essas angústias.
Dicas no Instagram
Aline trabalha com psicanálise social, cobrando valores simbólicos por consulta, e tem atendido pessoas remotamente – até mesmo em outros estados. No instagram, ela usa a página @acura_pelo_amor como um espaço para dicas e orientações a quem está buscando cuidados com a saúde mental. Embora esteja se aprimorando na psicanálise infantil, Aline frisa que o atendimento é aberto a qualquer pessoa que tenha interesse.
“A página é mais um espaço de divulgação. Meus atendimentos são remotos, on-line. Foi surgindo e foi dando certo. O on-line me permite outros horários que, no presencial, ficariam limitados. Eu consigo atender mais tarde, à noite, no horário de almoço; a pessoa não precisa se deslocar”, afirmou Aline.
Embora sua formação acadêmica seja em Letras, Aline se especializou em psicanálise em um curso de pós-graduação, e obteve o registro como psicanalista com o número 451335BR. De acordo com ela, o exercício da profissão é livre para profissionais de qualquer área que queiram se habilitar. “Você tem que ter a parte teórica. Tem que ter conhecimento teórico, tem que ler todos os livros do Freud, ter o conhecimento para entender o que a pessoa está te falando”, destacou.
Ela frisa ainda que há situações em que é necessário encaminhar pacientes para acompanhamento também com psicólogos ou psiquiatras. “Cada profissão tem o seu peso e sua importância”, ressaltou.