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Para federações, futuro do esporte em Minas é incerto

Governo deu prazo, até junho de 2021, para entidades desocuparem o Mineirinho; ainda não há definição de para onde irão

Representantes de federações esportivas mineiras ressaltaram, nessa quarta-feira (14), a incerteza sobre o futuro do esporte no Estado, a partir de decisão do Governo do Estado de que devem desocupar salas do Estádio Jornalista Felipe Drummond, o Mineirinho, até fim de junho do próximo ano, e da indefinição de qual espaço irão ocupar. Eles participaram de audiência pública da Comissão de Esporte, Lazer e Juventude da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

O presidente da Federação Mineira de Arco e Flecha, Alexandre Xavier de Oliveira, falou que a entidade foi criada em 1973 e, desde então, é sediada no Mineirinho. Ele comentou que a federação oferece muitas atividades para atletas olímpicos e paralímpicos, atividades para idosos e para jovens de até 21 anos.

“A estrutura para a modalidade é uma das melhores do País. Recebemos competições dentro do Mineirinho. Toda a estrutura é mantida por contribuições mensais das pessoas que praticam o esporte. Não há custo para o Estado”, destacou. Ele disse que a saída do espaço pode culminar no fim da prática em Minas.

O presidente da Federação Mineira de Judô, Nédio Henrique Mendes da Silva Pereira, salientou que o esporte é uma ferramenta que traz a melhoria da qualidade de vida da população. Em sua opinião, o Estado está se esquecendo disso ao tirar o espaço das federações, sobretudo, em um momento de pandemia de Covid-19. 

Ele contou que o Mineirinho está sem luz por falta de manutenção predial. Nédio Henrique acrescentou que foi dada a possibilidade para que cada federação arrumasse o seu relógio para ter acesso à energia, mas os orçamentos são altos, o que impossibilita o serviço. “Não nos apresentaram uma solução para o problema até agora. As federações prestam um serviço à comunidade sem receber nada por isso”, disse.

Impacto – A presidente da Federação Mineira de Ginástica, Katya Mourthé, falou da importância do esporte mineiro no cenário nacional e internacional. “Não podemos aceitar o que está acontecendo. Para onde vai o esporte no Estado? O que vamos fazer com as crianças que atendemos?”, questionou.

De acordo com o vice-presidente da Federação Mineira de Jiu-jítsu, José Félix, a entidade não conta com recurso para se manter fora desse espaço, assim como outras. “Essa desocupação das salas do Mineirinho tem impacto para além das federações. Vai afetar a população que usufrui do serviço”, enfatizou.

Segundo o presidente da Federação Mineira de Vôlei, Tomás Tavares Perdigão Mendes, o Mineirinho representa muito para o esporte. “As maiores conquistas do vôlei aconteceram nesse espaço”, justificou. Ele falou que precisou ir no local para buscar materiais e não pôde contar nem com o fornecimento de energia. Precisou recorrer a uma lanterna.

Deputados manifestam apoio às federações

O deputado Coronel Henrique (PSL), que solicitou a audiência, enfatizou que a situação é extremamente grave. Ele falou que o esporte trabalha valores inegociáveis na formação da juventude como disciplina e espírito de convivência em sociedade.

“Esporte precisa ser prioritário. Se as federações sempre tiveram o apoio do governo, isso não pode ser tirado de uma hora para outra. Algumas usam o espaço há quatro décadas”, afirmou.

O presidente da comissão, deputado Zé Guilherme (PP), também disse que a situação é lamentável. Ele enfatizou que o resultado da reunião o entristeceu porque não viu nenhuma iniciativa concreta por parte do governo para solucionar o problema. “Não consegui entender o que vai ser feito com o Mineirinho. As federações serão retiradas do local para cumprir qual objetivo?”, questionou.

O deputado Fábio Avelar de Oliveira (Avante) também manifestou apoio às federações.

Os parlamentares aprovaram uma série de requerimentos com pedidos de informações e providências referentes a questões levantadas na reunião. Entre eles, pedidos para a retomada do fornecimento de energia no Mineirinho e para a extensão do prazo para que as federações desocupem o local em até um ano após o fim do estado de calamidade decorrente da pandemia de Covid-19. Os requerimentos são de autoria de Coronel Henrique e Zé Guilherme.

Representantes do governo destacam procura por novos imóveis

A chefe de gabinete da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade (Seinfra), Carolina Rocha Vespúcio, ressaltou que o Estado não quer desamparar as federações e procura um local na Capital para que possam exercer suas atividades, de acordo com a necessidade de cada uma delas.

Segundo ela, independente da destinação que será dada ao Mineirinho, o que ainda está em estudo, é preciso desocupar o espaço por conta de problemas estruturais. “O Estado perdeu sua capacidade de manter o local, que foi ficando sucateado”, argumentou.

Carolina Rocha garantiu que o espaço não será privatizado. “Buscamos parcerias para fazer as obras necessárias no local para que seja melhor utilizado”, disse. Em relação ao prazo para desocupar o Mineirinho, ela comentou que isso não precisa ser feito de modo atropelado. “Podemos até combinar uma extensão do prazo, se necessário”, enfatizou.

Energia – Sobre o corte de energia, Carolina Rocha esclareceu que houve um acidente na subestação que atende ao Mineirinho e que a própria administração pública também está sem energia no espaço e não apenas as federações. “O governo fez um processo de licitação e vai fazer o reparo”, afirmou.

O subsecretário de Esportes da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social, José Francisco Filho, o Pelé do Vôlei, contou que, no último dia 23 de junho, fez reunião com todas as federações para comunicar sobre a necessidade de desocuparem o Mineirinho no prazo de um ano.

“Sabemos do papel das federações no fomento ao esporte. Estamos lutando para conseguir outro espaço para vocês. Já fizemos diversas visitas a possíveis locais”, relatou.

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