GOVERNADOR VALADARES – O Brasil comemora 201 anos de Independência, nesta quinta-feira, dia 7 de Setembro. A data, lembrada pela proclamação de Dom Pedro I, foi um marco histórico do fim do domínio de Portugal e deu início a uma era de liberdade para o Brasil.
A Independência foi um processo complexo e multifacetado, influenciado por uma série de fatores, um deles foi a Revolução Liberal do Porto, em 1820, que teve impacto significativo no processo de Independência brasileiro, como explica o professor de História Luís César Barboza, que também dá aulas de Sociologia e Atualidades.
“Essa revolução exigia o retorno do rei português a Portugal. Com o retorno de D. João VI a Portugal, em 1821, D. Pedro foi colocado como regente do Brasil. As cortes portuguesas exigiam a revogação das medidas implantadas no Brasil e o retorno do príncipe regente”.
Grito da Independência
D. Pedro, por sua vez, não queria retornar a Portugal e demonstrou que estava disposto a defender a autonomia do Brasil. O grito da independência, que deu início ao processo de separação entre o Brasil e Portugal, ocorreu às margens do Rio Ipiranga, em São Paulo, no dia 7 de setembro de 1822. Naquela ocasião, D. Pedro teria declarado: “Independência ou Morte!”.
Adeílson Jorge da Silva, também professor de História, Filosofia e Sociologia, conta que o sentimento de pertencimento e o conhecimento da história nacional devem se fazer presente em todos que integram a nação. Por isso, lembrar e comemorar a data são de extrema importância. “O sentimento de pertença e o conhecimento da história nacional devem se fazer presente em todos. Se sentir orgulhoso pelo passado. A independência se faz importante, pois foi um momento que abarcou a união de classes em busca de um ideal comum”.
Conforme o professor Luís César, a Independência do Brasil foi um evento histórico de grande importância para o país, e as comemorações de 7 de Setembro são uma oportunidade de refletir sobre o nosso passado e o nosso futuro como nação. “Tudo o que acontece no passado ou presente repercute no futuro, seja para o bem ou para o mal, e a data mantém viva as lembranças, iniciando o processo de consolidação do Brasil como uma nação soberana”, diz.
O Brasil é realmente independente?
Contudo questionado sobre a real independência do País, Luís César reforçou que a simples emancipação política não garante a justiça social. “A independência foi o primeiro passo para a afirmação de nossa identidade, como brasileiros, mas não assegura a igualdade racial ou de gênero. Nem mesmo proporciona automaticamente a tolerância religiosa. Elementos fundamentais para uma nação constituída pela miscigenação, como a nossa”.
Já para Adeílson Jorge, o futuro do Brasil depende de um engajamento com o presente. “O processo de emancipação de uma nação somente é concluído com a conscientização de seus cidadãos do importante papel de cada um para assegurar direitos. Pelo compromisso com os ideais democráticos e promoção de uma cidadania ativa”, conclui.