A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) deflagrou, na manhã de ontem (19), a Megaoperação ‘Mosaico’, com o objetivo de combater desmanches e o comércio clandestino de peças usadas de veículos. Na área de abrangência do 8° Departamento de Polícia Civil, sete estabelecimentos foram alvos de fiscalização, sendo cinco em Governador Valadares e dois em Guanhães. Não houve presos, apenas fiscalização de documentos para averiguação. Segundo a corporação, mais de 140 cidades no estado também foram alvos da operação.
Durante os trabalhos de fiscalização da PCMG, várias irregularidades foram encontradas, dentre elas um veículo com indícios de adulteração, que estava em um dos estabelecimentos visitados no município de Guanhães. Cerca de 900 policiais civis foram mobilizados na operação. Detalhes sobre as inspeções realizadas pela 1ª Delegacia Regional de Governador Valadares foram repassados pelo delegado de Trânsito, Marcos de Alencar Miranda, em coletiva de imprensa na 8ª Região Integrada de Segurança Pública (Risp). Conforme o delegado, dos cinco estabelecimentos fiscalizados em Valadares, um foi interditado. “Uma delas foi lacrada por não ter alvará de licença. Não detectei crime, mas concedi uma notificação administrativa com prazo de 30 dias para a regularização. Se, além da falta de credenciamento, os policiais civis encontrarem peças de veículos sem procedência, será configurado prática criminosa do proprietário e pagamento de multa. Enquanto delegado na Delegacia Regional de Valadares, estou muito satisfeito com o nosso trabalho nesta operação”, declarou. Os nomes dos estabelecimentos fiscalizados na operação não foram divulgados.
Para continuarem operando, as empresas de desmontagem, reciclagem e comércio de peças usadas devem ser credenciadas pelo Departamento de Trânsito de Minas Gerais (Detran-MG). “Todas as pessoas notificadas nesta operação foram orientadas a comparecer à Delegacia de Trânsito de Valadares para que pudéssemos acompanhar de perto o processo junto ao Detran de Belo Horizonte. Essa operação aconteceu em decorrência da ‘Lei do Desmonte’, regulamentada em Minas Gerais em 2017, com o objetivo de inibir o furto, roubo e receptação de veículos, através de comprovação da origem das peças que chegam até o consumidor final.
Nos desmontes credenciados, cada uma das peças à venda recebe uma etiqueta de rastreabilidade e é incluída em um sistema informatizado, que vincula esse item ao veículo de origem e à nota fiscal. “Secundariamente, o Detran MG tem trabalhando com o credenciamento desses estabelecimentos na cidade, para comercializarem de forma legal essas peças”, disse o delegado.
A operação da PCMG foi denominada Mosaico porque as peças são reunidas e encaixadas de forma a construir uma imagem, em alusão às peças que, assim como no mosaico, são minuciosamente encaixadas na montagem de um veículo.
Redução de roubos e furtos
De acordo com a Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), de janeiro a junho do ano passado, 22.187 veículos foram roubados ou furtados em MG. No mesmo período deste ano, 17.330 veículos foram alvos de furto ou roubo, representando uma queda de 42,5%.
