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O que é a SAF, modelo de gestão que está em alta no futebol

A Sociedade Anônima do Futebol (SAF) foi autorizada pelo governo do Brasil em agosto de 2021, por meio do projeto de Lei nº 5516, de 2019. Desde então, muitas especulações, dúvidas e questionamentos estão no mercado do futebol brasileiro. Esse modelo de administração permite a entrada de capital de investidores, visando ao lucro do clube. Cruzeiro, Vasco e Botafogo se tornaram clubes-empresas, e outros times brasileiros também estão no caminho.

Segundo o presidente do Boston City FC Brasil, Renato Valentim, a SAF é uma esperança para o futebol brasileiro. Renato fundou o Boston City nos Estados Unidos em 2014, já com o projeto de criar uma filial no Brasil. Assim, em 2018 o Boston City FC Brasil foi criado em Manhuaçu. Em fevereiro deste ano o presidente optou por transformar a filial no Brasil também em SAF: “Continuaremos administrando da mesma forma, já que o Boston City FC Brasil já era gerido como um clube-empresa. Uma das vantagens que estudamos nessa Lei foi o lado tributário. Fizemos um estudo profundo da nova lei, vimos que há vantagens nesse segmento e optamos por aderir”, afirmou.

Atualmente, os clubes brasileiros vêm enfrentando enormes dívidas, em sua maioria débitos com a Justiça do Trabalho e impostos. Dessa forma, a SAF permite que o clube divida o seu capital em ações, que podem ser compradas por parceiros interessados. 

De acordo com o presidente do América,  Alencar Silveira Júnior, o clube justamente está em busca de investidores que sejam parceiros, e não de vender o time. “O América não procura a SAF para vender o clube, a SAF já está pronta. 100% do clube está dentro para buscar investidores que sejam parceiros, que vão investir no futebol e fazer um futebol cada vez melhor. Eu posso garantir que nós estamos conversando. No início do ano tivemos uma reunião com um grupo americano, e após alguns times do Brasil venderem um percentual do clube, como Cruzeiro e Botafogo, eles tentaram aumentar esse percentual, e nós do América não queremos”, disse.

Para Alencar, a SAF é a salvação de vários clubes brasileiros, mas não do América: “ Estão investindo para ter retorno. Tenho certeza de que vai surgir em breve uma liga no Brasil. Hoje os clubes estão endividados, mas não é o caso do nosso América. Estamos com a dívida controlada. Para se ter uma ideia, hoje a dívida do América é de R$ 85 milhões”, afirmou.

A SAF

A SAF é uma tendência mundial. 90% dos times europeus já são clubes-empresas. Manchester City, Paris Saint Germain e Bayern de Munique são alguns exemplos. O Paris Saint-Germain pertence a um fundo de investimentos ligado ao governo do Qatar. O Bayern possui a Adidas, Audi, Allianz, entre outros acionistas como investidores, e o Manchester City tem como proprietário um integrante da família que administra Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos.

Na última edição do Brasileirão, dos 20 times que jogaram, somente dois são SAF: o Cuiabá e o Red Bull Bragantino. Para a auditora do Tribunal de Justiça Desportiva de Minas Gerais, Renata Franz de Oliveira Silva, é importante que as ligas fortes no mundo possam trazer esse exemplo ao Brasil. “Porque na América Latina, nas ligas fortes, somente Argentina e Brasil ainda não estão nesse mercado da SAF; o Brasil está engatinhando”, disse.

“Eu vejo com muitos bons olhos em relação a gestão, no sentido administrativo, que é visar ao lucro e fortalecer o time. As gestões do clube, efetivadas pelos sócios e corpo diretivo, são um pouco amadoras, porque trazem o sentido da paixão, como um torcedor. E isso compromete a qualidade técnica”, explicou Renata.

O presidente do Boston City, Renato Valentim, também concorda com essa afirmação: “Eu vejo a SAF como uma forma de esperança pro futebol brasileiro. O futebol brasileiro tem um potencial muito grande, mas infelizmente não é usado da forma que precisa ser. Existe ainda um pouco de amadorismo na administração e a SAF está vindo para mudar esse cenário”, disse.

Para a auditora, o clube que pretende fazer essa mudança na gestão precisa ser bem assessorado. “É necessário que o time tenha um corpo diretivo para que possa estudar e analisar a lei e todas as possibilidades quanto ao planejamento”, afirmou.

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