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Litro da gasolina comum ultrapassa R$ 6,50 em Valadares nas primeiras semanas de fevereiro

O litro da gasolina comum ultrapassa R$ 6,50 em Valadares nas primeiras semanas de fevereiro
FOTO: Igor França/ DRD

Entre 31 de janeiro e 14 de fevereiro, o preço médio do combustível registrou consistente elevação na cidade

GOVERNADOR VALADARES – Os últimos dias têm sido marcados por reajustes no preço dos combustíveis em Governador Valadares. Desde que o novo ICMS entrou em vigor em fevereiro de 2025, a gasolina não parou de subir.

Um levantamento realizado pelo Diário do Rio Doce, com base em dados do aplicativo Nota Fiscal Mineira, aponta um aumento consistente no preço médio da gasolina no município desde o início de fevereiro. A pesquisa comparou os preços entre os dias 31 de janeiro, 1º, 7 e 14 de fevereiro em 54 postos de combustíveis da cidade.

No dia 31 de janeiro, último dia antes do reajuste do ICMS, o litro da gasolina comum em Governador Valadares apresentava uma diferença significativa entre os postos. O menor preço encontrado foi de R$ 5,69, enquanto o mais caro chegou a R$ 6,37. A média de preço era de R$ 6,14.

No entanto, no dia 1º de fevereiro, quando o novo ICMS começou a vigorar, o menor preço registrado foi de R$ 5,84, enquanto o valor máximo subiu para R$ 6,69. A média, por sua vez, passou para R$ 6,20, um aumento de 6 centavos em relação ao dia anterior.

Uma semana após o início do reajuste, no dia 7 de fevereiro, o impacto ficou ainda mais evidente. O menor preço encontrado foi de R$ 5,90, enquanto o mais caro chegou a R$ 6,59. Curiosamente, apesar de o valor máximo ter apresentado uma queda de 10 centavos em comparação ao dia 1º, a média do preço da gasolina continuou subindo, chegando a R$ 6,29.

Já nesta última sexta-feira, no dia 14, o menor preço do combustível foi de R$ 5,89, enquanto o valor máximo chegou a R$ 6,59, mantendo o mesmo patamar da semana anterior. Entretanto, a média de preço do litro da gasolina comum permanece em elevação, atingindo R$ 6,47.

Radar Econômico analisa o impacto local

O aumento no preço do combustível também foi percebido por um levantamento do Departamento de Economia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF-GV). O economista e professor Luckas Sabioni Lopes, coordenador do projeto Radar Econômico, trouxe análises e dados sobre o cenário local. A pesquisa Radar dos Preços dos Combustíveis e do Gás em Governador Valadares constatou que, na cidade, os preços médios subiram em comparação ao dia 6 de fevereiro com a pesquisa de janeiro de 2025.

“No caso da gasolina comum, houve um aumento de 15 centavos por litro, com o preço atual alcançando R$ 6,23 (média). Para o diesel, o aumento foi de 9 centavos, com o preço médio de R$ 6,09/L. Além disso, mesmo o etanol, que não teve aumento do ICMS, também subiu de preço, pois é uma alternativa à gasolina para veículos flex. O preço do etanol sofreu um aumento de 8 centavos por litro, sendo vendido, em média, a R$ 4,39. Veja, porém, que a oscilação dos preços também aumentou. O menor preço encontrado para a gasolina em nossa pesquisa foi de R$ 5,95/L, enquanto o mais caro chegou a R$ 6,59/L — uma grande diferença. Portanto, é possível economizar escolhendo bem o posto fornecedor”, explicou o professor.

Composição do preço dos combustíveis

Sobre o aumento do ICMS cobrado pelos estados que incide na gasolina e no diesel, em média, o imposto passou de R$ 1,37/L (gasolina) e R$ 1,06/L (diesel) em janeiro de 2025 para, respectivamente, R$ 1,47/L e R$ 1,12/L. Até janeiro, o ICMS representava cerca de 22,1% do preço final da gasolina. Com o aumento, esse percentual tende a subir, pressionando ainda mais o bolso dos motoristas.

“As estimativas da Petrobras para o Brasil, que levam em conta um preço médio por litro da gasolina de R$ 6,20 (valor muito próximo do calculado por nós para GV), são decompostas da seguinte forma: 35,6% correspondem à parcela da Petrobras, 11,1% aos impostos federais, 22,1% aos impostos estaduais (ICMS), 14% ao custo do etanol adicionado à gasolina e 17,1% à distribuição e revenda. Assim, a parcela dos impostos federais e estaduais no preço final da gasolina corresponde a praticamente 1/3, sendo que, aos estados, cabe a maior parte desses recursos”, detalhou Sabioni.

Impactos na economia local

Além do impacto direto no bolso dos motoristas, Luckas Sabioni analisou os efeitos indiretos do aumento nos combustíveis sobre a economia local. Embora a gasolina tenha um impacto mais limitado na inflação geral, os custos de locomoção e transporte aumentam, comprimindo o orçamento das famílias.

“O preço da gasolina, por si só, afeta seriamente os orçamentos familiares, encarecendo o custo da locomoção no dia a dia e, indiretamente, elevando alguns preços de fretes menores e transportes de passageiros intramunicipais (táxis). No entanto, o impacto da gasolina na inflação geral é, nesse sentido, de menor escala. Já no caso do diesel, a situação se inverte. Esse combustível não afeta diretamente o cidadão comum que utiliza carro ou moto, mas, como grande parte dos serviços de fretes e transportes no Brasil ocorre pelo meio rodoviário, a alteração no preço do diesel tem maior potencial de pressionar a inflação de itens como alimentos, passagens de ônibus e fretes”, pontuou Sabioni.

Evolução dos preços ao longo de 2024 e início de 2025

A pesquisa do Radar Econômico também analisou o comportamento dos preços da gasolina em Governador Valadares ao longo de 2024. Durante o primeiro semestre, o preço médio da gasolina se manteve estável, mas elevado, girando em torno de R$ 6,10 por litro. Esse valor era consistentemente mais alto que a média estadual.

“No segundo semestre, os preços começaram a se alinhar à média estadual, o que foi atribuído ao aumento da concorrência entre os postos. Em janeiro de 2025, pela primeira vez em um ano, a gasolina em Valadares apresentou um preço médio (R$ 6,23 por litro) ligeiramente inferior à média estadual”, afirmou Sabioni.

Contudo, o economista alertou que o aumento no ICMS pode reverter esse progresso. “O reajuste tributário trouxe um impacto imediato, com elevação de até 15 centavos no preço médio. Isso nos leva de volta aos patamares mais críticos de 2024.”

Ainda assim, Sabioni acredita que o cenário pode se estabilizar. “Se o dólar continuar favorável e a concorrência local se mantiver, os preços podem recuar para níveis próximos a R$ 6,10/L nos próximos meses”, concluiu o professor.

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