De acordo com dados do Itamaraty em 2017, aproximadamente 1 milhão de brasileiros residem nos Estados Unidos. Destes, cerca de 250 mil são originários de Minas Gerais, o que torna o estado mineiro responsável por nada mais nada menos do que 25% da quantidade dos imigrantes que saem do Brasil para começar uma nova vida na América.
Existem diversos fatores que ajudam a explicar essa histórica preferência do povo mineiro pelas terras do Tio Sam, e a maioria deles vêm dos anos 1940 e 1950, quando centenas de americanos chegaram ao Brasil para trabalhar na construção de ferrovias e rodovias em Minas Gerais. Muitos deles constituíram família e ajudaram no desenvolvimento da Vale do Rio Doce e também na chegada dos primeiros cursos de inglês em Minas.
Foi essa “colônia” de americanos que também trouxe para a região produtos que ainda não eram comercializados no Brasil, como a máquina de lavar e a torradeira, por exemplo. Começava assim o fascínio dos mineiros e o sonho de um dia visitar ou, quem sabe, até mesmo morar na América.
Algumas décadas depois, nos anos 1980, a inflação e grave crise econômica que o Brasil atravessava incentivou um “êxodo” de brasileiros provenientes de Minas Gerais, que chegaram de forma ilegal aos EUA, país que, por sua vez, atravessava uma época de extrema pujança financeira.
Foi nesse período, inclusive, que o estado, em especial a cidade de Governador Valadares, recebeu a fama de ser um exportador de migrantes ilegais, algo que nos últimos anos provou não ser mais verdade, devido principalmente à grande quantidade de mineiros qualificados que atualmente residem e trabalham legalmente na América.
“De fato, houve uma mudança muito grande no perfil do migrante mineiro. Especialmente nessas últimas duas décadas temos acompanhado um crescente número de pessoas de Minas Gerais extremamente qualificadas por suas carreiras de sucesso e formações acadêmicas, e que vem contribuindo consideravelmente com o mercado de trabalho e com a própria economia dos Estados Unidos”, afirmou Rodrigo Costa, empresário mineiro e especialista em investimentos, e já reside há sete anos na América.
Essa mudança de perfil do migrante mineiro foi possibilitada principalmente pela ausência de profissionais em diversas áreas vitais nos EUA. Tanto em quantidade como em qualidade, os Estados Unidos sofrem com a falta de médicos, dentistas, engenheiros, profissionais de TI, fisioterapeutas, enfermeiros e uma grande quantidade de outras profissões que exigem conhecimento técnico.
Tradicionalmente, o Brasil (Minas Gerais, em especial) é considerado um celeiro de talentos e referência internacional para muitas destas profissões. Apesar disso, ainda existem muitos mineiros que buscam entrar de forma indocumentada nos EUA. Dos 520 imigrantes ilegais brasileiros deportados pela imigração em 2020, pelo menos um terço era proveniente de Minas Gerais.
O Departamento de Estado dos EUA, que no Brasil é representado pela Embaixada e consulados americanos, inclusive, lançou recentemente em suas redes sociais uma campanha de conscientização para os perigos da imigração ilegal no país, motivado pela quantidade de pessoas deportadas no ano passado.
“O mais lamentável é saber que muitas dessas pessoas detidas e ‘retornadas’ ao Brasil pelas autoridades americanas poderiam ter entrado de forma legal nos EUA, se soubessem das muitas oportunidades para vistos e green cards que a Imigração americana oferece para imigrantes qualificados”, pontuou novamente Rodrigo Costa, que também é CEO da AG Immigration, escritório americano de advocacia que representa centenas de brasileiros em seus processos de imigração nos Estados Unidos.
Minas Gerais já produziu alguns dos mais completos e bem-sucedidos profissionais brasileiros que atuam nos Estados Unidos, e a tendência é que esse quadro se intensifique ainda mais nos próximos anos, com as muitas oportunidades que a América tem oferecido para novos imigrantes. Nós, mineiros, certamente temos motivos de sobra para nos orgulharmos de nossas contribuições com os Estados Unidos”, completou Rodrigo Costa.
Sobre Rodrigo Costa
Rodrigo Costa é administrador de empresas e especialista em investimentos e mercado de trabalho nos Estados Unidos. Ele também é CEO da AG Immigration, escritório americano especializado em processos de vistos e green cards para os EUA.
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