Minas Gerais inicia a maior operação de vacinação da sua história

Técnica de enfermagem do Hospital Eduardo de Menezes é a primeira vacinada contra a covid-19 no Estado; imunização chegará a 853 municípios

O Governo de Minas Gerais iniciou ontem (18) a maior operação de vacinação de sua história. A primeira imunizada contra a covid-19 é a técnica de enfermagem Maria Bom Sucesso Pereira, de 57 anos, que há mais de uma década atua no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do Hospital Eduardo de Menezes, na capital mineira. A instituição estadual é referência no tratamento da doença em Belo Horizonte e Minas.

Além dela, outros quatro integrantes do grupo prioritário definido pelo Ministério da Saúde e que atuam na linha de frente de combate à doença no Estado também foram vacinados em ato simbólico com a presença do governador Romeu Zema. A cerimônia foi realizada logo após a chegada do primeiro lote de imunizantes ao Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins.

O governador Romeu Zema falou sobre a maior operação do Estado para vacinação e enalteceu os profissionais de saúde para salvar vidas.

“É bem provável que amanhã todo o estado já tenha à disposição essas vacinas. Eu fico muito honrado de estar aqui participando deste momento com cinco profissionais do nosso Hospital Eduardo de Menezes, que, desde março do ano passado, atende exclusivamente pacientes com covid-19, unidade em que os funcionários, mais que quaisquer outros, foram expostos. Lembrando que os profissionais de saúde, nove, dez meses depois da pandemia, estão em um processo de exaustão, como todos nós, mas eles muito mais. Se nós tivemos trabalho extra, diria que a carga dos profissionais de saúde foi muito maior. Quero de coração agradecer, em nome dos cinco funcionários que estão aqui, a todos aqueles que trabalham na área de saúde, principalmente na rede do estado”, disse Zema.

Imunizados 

Com a pandemia, Maria Bom Sucesso Pereira, a Cecé, responsável por preparar o leito para receber o paciente, ficou conhecida por tentar transformar a impessoalidade de uma cama de hospital em um ambiente mais acolhedor. “O atendimento para mim tem que ser humanizado”, ressalta. “É a maneira que eu gostaria de ser recebida em um CTI. Onde todo mundo tem medo de ir, temos que passar carinho”, acrescenta.

Após receber a dose da vacina, ela fez um apelo à população: “Nesta hora, neste momento, está chegando a vacina, a nossa luz no fim do túnel. Então, peço à população que se vacine, mas, por favor, tome cuidado. Não deixem de usar a máscara, álcool em gel e lavar as mãos. Isso ainda vai viver conosco por algum tempo. Mas vai passar!”

O segundo imunizado é o também técnico de enfermagem Thiago Libério Santana Medina, 39 anos, que atua na mesma unidade hospitalar há oito anos. Ele é do grupo de risco por ter doenças agravantes, como diabetes tipo 2, hipertensão e obesidade e, por isso, precisou ser destacado para funções administrativas no hospital.

Quem também recebeu a vacina foi a enfermeira do CTI Adileia Pereira de Jesus Cardoso, a Didi, de 52 anos, conhecida pela simpatia e querida por todos na unidade hospitalar. Moisés Alves Senra, 39 anos, fisioterapeuta respiratório no CTI do Hospital Eduardo de Menezes há dez anos, foi outro que recebeu a primeira dose.

Representando os médicos, Teresa Gamarano Barros, de 37 anos, atua na ala intensivista e clínica desde 2009 no HEM. Apesar de ser do grupo de risco, por ter asma, ela esteve na coordenação da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) da unidade desde o primeiro dia da pandemia, sendo referência para os colegas, pacientes e seus familiares.

As doses foram aplicadas pela enfermeira Adriana Vilella Ávila de Castro, de 45 anos. Ela é profissional de carreira da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) e atua como coordenadora do Escritório de Gestão de Leitos da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG).

Pertencente à rede Fhemig, conveniado à rede SUS de BH e referência no tratamento de pacientes com doenças infectocontagiosas em Minas Gerais, o Hospital Eduardo de Menezes passou a dedicar-se exclusivamente ao tratamento da covid-19 com a pandemia. São 52 leitos de enfermaria e 30 de CTI.

Lotes

O Ministério da Saúde determinou o envio de 577.480 mil doses dos imunizantes produzidos pelo Instituto Butantan a Minas Gerais neste primeiro lote de vacinas, que permitirão a imunização de cerca de 280 mil pessoas. Há expectativa de novas remessas nas próximas semanas.

A partir da chegada das vacinas, o Estado deu início à maior operação de distribuição de imunizantes da história de Minas. A estratégia para que todas as 28 Superintendências Regionais de Saúde recebam o imunizante contempla 13 rotas de aeronaves (cinco aviões e três helicópteros) e duas rotas terrestres (Belo Horizonte, Divinópolis e Sete Lagoas).

Ao todo, serão transportadas 383.102 mil doses a partir desta terça-feira (19/1), às 5h. Para que a vacina chegue no menor prazo possível a cada uma das regionais, as Forças de Segurança (Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, Policia Militar de Minas Gerais, Polícia Civil de Minas Gerais e Defesa Civil) auxiliarão os trabalhos, com uso das aeronaves do Estado para garantir celeridade máxima.

A expectativa é a de que todas as regionais já tenham recebido o imunizante depois de 24 horas, contadas a partir da chegada dos lotes ao estado. A projeção pode ser alterada conforme as condições climáticas.

Vale lembrar que, após a chegada das vacinas nas unidades regionais, caberá aos 853 municípios mineiros buscar as doses.

Desde o início do mês, o governador Romeu Zema tem acompanhado de perto a chegada das seringas previamente adquiridas pelo Estado às 28 regionais de saúde. Esse trabalho prévio de aquisição de R$ 50 milhões de seringas agulhadas e de 617 câmeras frias para armazenamento dos imunizantes garantirão o início imediato da vacinação em Minas Gerais. Até o momento, mais de 21 milhões de seringas já chegaram ao estado.

Grupos prioritários 

Seguindo o Plano Nacional de Imunização, serão vacinados neste primeiro momento os trabalhadores da saúde, entre equipes de vacinação, equipes de instituições de longa permanência e os envolvidos diretamente na atenção/referência para os casos suspeitos e confirmados de covid-19. Na sequência, serão vacinadas pessoas idosas residentes em instituições de longa permanência, seguida de pessoas com mais de 18 anos com deficiência, residentes em residências inclusivas. Por fim, a população indígena vivendo em terras indígenas.

Combate à pandemia

Desde o início da pandemia, o Governo de Minas adotou diversas ações no combate à covid-19. Uma das primeiras ações foi a aquisição de 1.047 respiradores, ao preço médio mais baixo do país. Isso permitiu que o Estado dobrasse de cerca de 2 mil para quase 4 mil o número de leitos de UTI, muitos deles em municípios que nunca tinham contado com unidades de terapia intensiva.

Essas foram algumas ações que permitiram a Minas Gerais ser, hoje, o estado com a menor taxa de mortalidade no país em razão da covid-19.

Fonte: Agência Minas


 

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