Medidas de isolamento causam crise no transporte coletivo urbano

Empresas de transporte coletivo preveem colapso e pedem incentivo fiscal. Em Valadares, situação não é diferente

As medidas de isolamento social têm se mostrado como a maior arma no combate à pandemia de Covid-19. A doença provocada pelo novo coronavírus se espalhou rapidamente pelo mundo e, sem vacina ou tratamento com eficiência comprovada, a primeira saída encontrada foi evitar que a contaminação aumentasse ainda mais. As medidas de isolamento, no entanto, provocam uma série de outros problemas que ainda precisam ser solucionados. Dentre eles, surge agora o possível colapso do transporte público.

Isso porque, desde o início das medidas de isolamento, que determinaram o fechamento do comércio e a permanência das pessoas em quarentena em várias cidades do país, a demanda por transporte coletivo caiu. No entanto, a oferta e os gastos das empresas não diminuíram na mesma proporção.

Situação em Valadares desde o início das medidas de isolamento

De acordo com a Mobi Transporte Urbano, empresa responsável pelo transporte coletivo em Governador Valadares, a demanda pelo serviço caiu 80% na cidade. Em contrapartida, a frota foi reduzida em 40%, o que faz com que a arrecadação seja menor do que as despesas.

“A situação é dramática. A receita caiu 80%, enquanto os custos não foram reduzidos na mesma proporção, e isso desde o início da pandemia”, afirma o diretor da Mobi, Felipe Carvalho. Os efeitos da crise no transporte já começaram a ser notados desde o começo das medidas de isolamento em Valadares, no dia 23 de março, e já duram quase um mês.

medidas de isolamento e segurança incluem limpeza e esterilização de ônibus em Valadares
Uma das medidas de segurança durante a pandemia é a higienização dos veículos, que deve ser feita pela empresa. Foto: Divulgação

Felipe Carvalho afirma que a situação é insustentável, e que aguarda auxílio do poder público para que não haja paralisação do serviço. “As expectativas são alarmantes. As empresas precisarão de auxílio do poder público para poder manter a operação. Hoje, 30% dos passageiros são gratuitos no sistema”, afirma.

Ainda de acordo com o diretor da Mobi, a sustentabilidade do serviço vai depender do planejamento da oferta e demanda feito pela prefeitura, e também do socorro financeiro.

O Diário do Rio Doce entrou em contato com a Prefeitura Municipal de Governador Valadares e aguarda posicionamento sobre o assunto. Caso a prefeitura se manifeste, esta matéria será atualizada.

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