Médico alerta para necessidade de diagnóstico precoce do mal de Alzheimer

Associação de Valadares presta assistência a doentes carentes e clama por ajuda da comunidade

Segundo o Ministério da Saúde, o Alzheimer é um transtorno neurodegenerativo progressivo causando o comprometimento cognitivo e de memória que se agravam ao longo do tempo. Normalmente o Alzheimer atinge o público dos 60 anos acima.

Segundo o neurologista Geraldo Abdala, no período inicial, o Alzheimer causa alterações na memória, na personalidade e nas habilidades visuais e espaciais. Na forma moderada aparece a dificuldade para falar, realizar tarefas simples e coordenar movimentos, além da agitação e insônia. No estágio grave, a pessoa já tem o comportamento de resistir à execução de tarefas, dificuldade para comer, incontinência urinária e fecal e deficiência motora progressiva. Já o estágio considerado terminal, é aquele em que a pessoa fica só no leito, além do surgimento do mutismo, deglutição e infecções intercorrentes.

Geraldo Abdala destaca que é importante que os familiares reconheçam os primeiros sintomas para logo buscar ajuda profissional. “Familiares devem estar atentos ao surgimento dos sintomas iniciais, e procurarem acompanhamento médico, o mais rapidamente possível. Feito o diagnóstico, é fundamental que a pessoa tenha acompanhamento de cuidadores, uma vez que a evolução é individual, variável, e o tempo de evolução varia de pessoa para pessoa. Manter a mente sempre ocupada, com leitura, trabalhos, exercícios de memória é a melhor forma de prevenção e também de retardar a evolução. Além do aporte medicamentoso, que varia em cada situação e tempo de evolução”, disse.

Associação oferece apoio em Valadares

Em Governador Valadares, a Associação de Assistência ao Paciente de Alzheimer (AAPAZ) existe desde 2011. A presidente da associação, Zerli Lucas de Medeiros, conta como iniciou o trabalho. “A AAPAZ foi fundada em outubro de 2011 devido ao problema que minha mãe enfrentou com o Alzheimer. Eu tive que cuidar da minha mãe e não foi fácil, pois a pessoa fica totalmente dependente. Enfrentei de perto do problema e a falta de orientação é algo que atrapalha demais e sei que muita gente precisa dessas orientações”.

AAPAZ realiza trabalho de assistência a pacientes com Alzheimer desde 2011 (foto: Divulgação)

Sobre o trabalho desenvolvido pela AAPAZ, Zerli destaca que a associação vive apenas de doações. “A ONG vive de campanhas de doações de fraldas e medicamentos e não temos nada a pronta entrega, dependemos muito das campanhas de doações, que caíram bastante devido a pandemia e precisamos da ajuda da comunidade para continuar o trabalho”.

Atualmente a AAPAZ dá suporte para oito pacientes cadastrados. Zerli explica como acontece o cadastramento e revela as maiores demandas. “Temos poucos pacientes cadastrados, apenas oito, porque alguns que assistíamos vieram a óbito. A gente cadastra os pacientes de famílias carentes com a documentação necessária e acompanhamos a situação de cada um deles. Geralmente as demandas são de medicamentos e fraldas geriátricas, nosso consumo maior. Às vezes surge a necessidade de uma cadeira de rodas, cama hospitalar, até porque cada paciente possui circunstâncias diferentes. Não estipulamos a data de entrega das doações porque depende muito de quando elas chegam. Também estou acabando de me formar em psicologia e quando tiver com a documentação necessária, poderei atender o paciente logo no início e também desenvolver um trabalho com o cuidador ou familiar”, finalizou. 

A Associação de Assistência ao Paciente de Alzheimer fica localizada na avenida Santos Dumont, nº 1.188 A, bairro de Lourdes.

Setembro é o mês de ações para conscientização do Alzheimer

O dia 21 de setembro é lembrado como o Dia Mundial de Conscientização sobre o Alzheimer e foi instituído pela Alzheimer’s Disease International (ADI). Segundo a Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz), o mês de setembro sempre tem campanha internacional para aumentar a conscientização sobre a doença e acontece com eventos ao redor do mundo.

No Brasil, o tema da campanha tem o nome de “Vamos conversar sobre a demência”. O objetivo é levar ao público o esclarecimento sobre a doença, a importância do diagnóstico precoce, promover a redução do estigma e propagar a associação como fonte de informação e de apoio aos familiares, cuidadores e profissionais de saúde que atendem pessoas com Alzheimer e outras demências.

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