Maior sucuri do mundo é descoberta na Amazônia, com 8 metros e 200 kg

FOTO: Reprodução/Youtube

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Cientistas relataram ter encontrado na Amazônia, na porção norte da América do Sul, a maior cobra do mundo já registrada: uma nova espécie de sucuri, com quase oito metros de comprimento e pesando cerca de 200 quilos.

A nova espécie de sucuri-verde (também chamada de anaconda verde) foi demonstrada pelo apresentador de TV professor Freek Vonk, que estava acompanhado de um grupo de cientistas, para uma nova série sobre vida selvagem.

A cobra é tão grossa quanto um pneu de um carro e tem uma cabeça do tamanho da de um ser humano, informaram os pesquisadores. “Ela é como um monstro, parece um ser mitológico”, afirmou o professor, que também é cientista.

Até ao momento, apenas uma espécie de sucuri-verde havia sido reconhecida na Amazônia, e seu tamanho chegava a, no máximo, sete metros de comprimento. Vonk fez um post revelando a novidade em seu perfil no Instagram, na segunda-feira (19). A espécie foi apresentada em um estudo publicado na sexta-feira (16) na revista científica Diversity.

“Descobrimos que a maior espécie de cobra do mundo, a anaconda verde -como todos a conhecemos pelos filmes e por todas as histórias sobre cobras gigantes- corresponde, na verdade, a duas espécies diferentes”, disse Freek Vonk, apresentador e cientista.

Segundo o professor, que apresenta programas de TV sobre vida selvagem, as sucuris-verdes que ocorrem ao norte de sua distribuição na América do Sul parecem pertencer a uma espécie completamente diferente. Ou seja, a população de anacondas verdes do norte na bacia do Orinoco (Equador, Colômbia, Venezuela, Trinidad, Guiana, Suriname) – é uma espécie separada, distinta da encontrada no Sul (Peru, Colômbia, Bolivia e Brasil). Apenas na Guiana Francesa as duas espécies parecem coexistir. A localização da cobra gigante catalogada no estudo não foi especificada.

Embora pareçam quase idênticas à primeira vista, a diferença genética entre as sucuris do norte e as do sul é de 5,5%, o que é muito significativo. Como exemplo, ele cita que humanos e chimpanzés possuem uma diferença genética de 2%.

Os pesquisadores coletaram amostras de sangue e tecido de sucuris verdes no Equador, Venezuela e Brasil, em um processo documentado exclusivamente pela NatGeo (National Geographic para sua próxima série da Disney+, Pole to Pole With Will Smith, explicou Bryan Fry , explorador da NatGeo, biólogo da Universidade de Queensland, na Austrália, e coautor do novo estudo.

Os autores do estudo também examinaram cada animal de perto para contar escamas e procurar outras características físicas que pudessem sinalizar uma divergência evolutiva. Após analisar os dados genéticos, eles encontraram uma divisão clara entre sucuris amostradas na parte norte da cordilheira e aquelas no sul.

A nova espécie foi batizada com o nome latino Eunectes akayima, a “anaconda verde do norte”. A palavra “akayima” vem de diversas línguas indígenas do norte da América do Sul e significa “grande cobra”.

Apesar de recém-descoberta, a nova espécie já está sob ameaça. “A região amazônica está sob forte pressão devido às mudanças climáticas e ao desmatamento contínuo. Mais de um quinto da Amazônia já desapareceu, o que representa mais de 30 vezes a área dos Países Baixos. A sobrevivência destas cobras gigantes está intimamente ligada à proteção do seu habitat natural”, apontou Vonk.

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