O indiciamento de 19 brasileiros pelo crime de conspirar para fraudar a Receita Federal dos Estados Unidos e criar contas com identidades roubadas nos aplicativos de compartilhamento de viagens e entrega de alimentos parece ser apenas a “ponta do iceberg”. De acordo com as autoridades, milhões de dólares foram arrecadados com este esquema e não foram declarados.
Mas, além daqueles que vendiam ou alugavam as contas, os “clientes brasileiros” desses supostos estelionatários poderão entrar a mira da justiça. O advogado Danilo Brack alerta para o fato de que quem “comprou uma conta” sabia o que estava fazendo, pois tinha consciência de que não era uma pessoa elegível para o trabalho.
Ele explica que as contas estavam em nome de terceiros (vítimas que tiveram suas identidades roubadas), e quem comprou ganhou milhares de dólares e não declarou o imposto de renda. A cobrança da Receita Federal dos Estados Unidos (Internal Revenue Service-IRS) vai para a pessoa que teve o nome usado, ou seja, “a declaração dos ganhos desse esquema é cobrada da vítima.
Brack explica que o esquema chamou a atenção das autoridades em abril de 2019, quando o IRS devolveu a declaração de milhares de pessoas devido às informações das declarações não coincidirem com os ganhos rastreados pela agência. Foi então que uma grande investigação teve início até chegar ao grupo de brasileiros.
“Minha orientação para quem comprar uma dessas contas é para que abandone o serviço imediatamente e procure orientação de um advogado”, alertou o advogado.