Deputados celebram autorização para pavimentar cerca de 60 quilômetros da via, mas pedem melhorias em outros trechos
A autorização para a pavimentação de um trecho da BR-367, cerca de 60 quilômetros entre Jacinto e Salto da Divisa, no Vale do Jequinhonha, motivou os pronunciamentos feitos na Reunião Ordinária do Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, nesta quinta-feira (17/12/20).
O deputado Arlen Santiago (PTB) elogiou o presidente Jair Bolsonaro e o governador Romeu Zema pela presença na região, para a assinatura da ordem de serviço que autoriza a execução da obra. Ele ainda saudou a construção de uma ponte em Almenara, também no Jequitinhonha.
Arlen Santiago criticou as administrações dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, assim como a de Fernando Pimentel no estado, todas do PT. Segundo ele, a região e as citadas obras estiveram “esquecidas por quase 16 anos nos governos do PT e, em apenas dois anos de mandato, Bolsonaro as realiza”.
O parlamentar também elogiou a bancada mineira que integra base de apoio a Bolsonaro no Congresso Nacional, como o senador Carlos Viana e o deputado federal Pinheirinho, assim como o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas. Este, segundo Arlen Santiago, tem se mostrado aberto a realizar obras a ele solicitadas, como a proposta de asfaltamento do trecho entre Manga e Itacarambi na BR-135.
Nesse ponto, agradeceu a seus pares na ALMG, citando nominalmente vários deputados da Casa, pela rápida aprovação do Projeto de Lei (PL) 2.089/20, de sua autoria – transformado na Lei 23.702, de 2020. A norma federaliza esse trecho da BR-135. Segundo Arlen Santiago, isso facilitará a destinação de recursos federais para a melhoria da via.
Deputados do PT saúdam início da obra e refutam críticas
Os deputados Doutor Jean Freire e Marquinho Lemos, ambos do PT, também abordaram a pavimentação da BR-367, mostrando-se satisfeitos com a possibilidade de início da obra, mas refutando as críticas de Arlen Santiago às administrações petistas.
Doutor Jean Freire afirmou que o governo do presidente Lula destinou recursos para a pavimentação na BR-367, mas o Executivo estadual, então administrado pelo PSDB, não investiu a verba no local. O governo de Fernando Pimentel também teria realizado obras em prol da via, segundo ele. Disse, ainda, que a ponte de Almenara foi construída no governo anterior ao de Jair Bolsonaro.
O parlamentar lembrou a própria luta pela melhoria da rodovia, dizendo que esse foi o tema de seu primeiro discurso na tribuna da Assembleia. Reiterou que transita na BR-367 semanalmente e, portanto, conhece bem “cada buraco”. Criticou deputados e autoridades que falam sobre a via, mas não a utilizam, “preferem avião”, desconhecendo o sofrimento de quem precisa passar no local, sobretudo os doentes.
Doutor Jean Freire recordou que já houve início ou autorizações de obras na via, mas não foram concluídas. Ele também defendeu que “toda a bancada mineira” no Congresso Nacional trabalhou em prol do asfaltamento e parabenizou todos, “sem distinção de partido”.
Emater
Encerrando, o parlamentar lamentou o que avaliou como “manobra do governo Zema para acabar com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado (Emater)”, elogiando o trabalho da empresa. Ele disse que voltará ao tema e conclamou os deputados da Casa a se unirem para “empoderar a Emater”.
Voltando à BR-367, Marquinho Lemos afirmou que usará sua prerrogativa fiscalizadora em relação à obra de pavimentação ora autorizada. Ressaltou que esse asfaltamento alcança só um trecho da via, mas em outras partes, como entre Couto de Magalhães e Carbonita, “há mais buraco do que asfalto”.
O trecho “esburacado” é administrado pelo Estado e, em dois anos de governo, Romeu Zema não apresentou nenhuma proposta para sanar os problemas, afirmou o deputado.
Marquinho Lemos ainda registrou recentes visitas que fez ao Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem (DER) e à Secretaria de Infraestrutura – esta na manhã de quinta (17) – para fazer reivindicações em prol das estradas da região. Ele citou várias vias precárias, entre as quais a MG-214.
O deputado Cleitinho Azevedo (Cidadania) também saudou a autorização de pavimentação na BR-367, destacando a importância da obra para o desenvolvimento da região. Lembrou que não se pode levar em conta o governante ou o parlamentar que trabalha pela execução, ele “não está fazendo nada mais do que a sua obrigação, porque o dinheiro pertence ao povo, vem dos impostos pagos”.
O parlamentar ainda destacou as dificuldades que a região enfrenta e conclamou seus pares da ALMG a se unirem para “olhar mais para o Vale”. Cleitinho Azevedo disse que, mesmo não sendo de lá, destinou recursos de emendas para o Jequitinhonha/Mucuri.
Vacina obrigatória
Ele ainda abordou a polêmica sobre obrigatoriedade ou não da vacina contra a Covid-19, criticando o voto do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), favorável a medidas restritivas àqueles que não se vacinarem.
“Eu vou me vacinar, mas não concordo que se queira obrigar alguém a fazer isso contra a sua vontade. Na minha opinião, é preciso respeitar o livre-arbítrio, a pessoa se vacina se quiser”, avaliou. Defendeu, ainda, que trabalhadores de serviços essenciais sejam público preferencial no início da vacinação.
Cleitinho Azevedo cedeu apartes aos deputados Arlen Santiago, Doutor Jean e Marquinho Lemos, que voltaram a criticar ou defender os governos do PT e a citar obras necessárias nas regiões do Jequitinhonha-Mucuri, sobretudo em estradas.
Também em aparte, o deputado Carlos Pimenta (PDT) comemorou a aprovação do asfaltamento na BR-367 e concordou ser necessário trabalhar em prol da restauração de toda a via e não apenas de um trecho.
Ele parabenizou os municípios de Porterinha (Norte de Minas) e Buenópolis (Região Central) pelos 82 anos de emancipação política. Por fim, elogiou a bancada federal de Minas e solicitou apoio para sensibilizar tais parlamentares sobre a necessidade de priorizarem os hospitais regionais na realocação de recursos.
Confaz
Na reunião, o Plenário ainda recebeu mensagem do governador encaminhando convênios aprovados no Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz).
