IEF resgata macaco ameaçado de extinção em Minas

FOTO: Divulgação/IEF

SÃO LOURENÇO –Instituto Estadual de Florestas (IEF), em colaboração com o Ibama, resgatou na terça-feira (5), um macaco bugio-ruivo (Alouatta guariba). O animal estava na cidade de São Lourenço, no Sul de Minas. A ação teve como objetivo a preservação da espécie. O macaco é nativo da Mata Atlântica e encontra-se ameaçado de extinção em Minas, no Brasil e no mundo. 

Há três meses, o bugio macho apareceu na mata de um bairro residencial da cidade de São Lourenço. Muitos moradores, no entanto, se sentiram amedrontados com a presença. do animal. Por isso, na semana passada, o Comitê de Acompanhamento do Programa de Manejo Populacional de Alouatta guariba, foi acionado para remover a espécie do local. 

“As pessoas estavam receosas e reclamavam que o animal começou a entrar nas casas, a rasgar cortinas e a pegar comida. Além disso, ele passou a se deslocar para áreas mais movimentadas da cidade. Tornando a convivência um risco para ele”, comenta a veterinária e analista ambiental do IEF, Danielle Andery. 

Segundo ela, a captura de um animal silvestre, como o bugio, só ocorre quando há uma justificativa. “Sempre pedimos às pessoas que coexistam com esses animais, sem oferecer comida ou abrigo a eles. Essa convivência harmoniosa entre os seres vivos é importante para a biodiversidade. No entanto, no caso de São Lourenço, onde muitos moradores começaram a se incomodar com essa presença. Vimos que havia risco para o espécime e fomos capturá-la.” 

O resgate

Assim, para retirá-lo da mata, a veterinária, em parceria com o veterinário do Ibama, Daniel Vilela, usou a vocalização emitida pelo próprio animal. “Com o vídeo em que ele emitia o som, conseguimos atraí-lo e ele se aproximou facilmente de nós. Usamos um rifle com dardos de sedativos e o capturamos. Logo em seguida, aplicamos uma medicação para reverter os efeitos do anestésico”, conta. 

Foram realizados exames de sangue no macaco, a pedido das autoridades de saúde, para controle da febre amarela. Ele foi encaminhado para o Hospital Veterinário da Universidade Federal de Lavras (Ufla), onde será avaliado. Cabe ao Centro de Primatologia do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) decidir sobre o destino do animal. O futuro dele pode variar desde a soltura até a inclusão dele em algum programa de reprodução da espécie. 

Proteção da espécie

O macaco bugio-ruivo, aliás, desempenha um papel crucial na natureza como indicador da saúde dos ecossistemas da Mata Atlântica, onde habita. Sua presença e comportamento são indicativos do equilíbrio ecológico da região. Principalmente porque sua alimentação à base de folhas e frutas contribui para a dispersão de sementes, promovendo a regeneração das florestas. Além disso, sua presença nas copas das árvores ajuda a controlar as populações de insetos, desempenhando um papel importante na regulação da biodiversidade. 

“A conservação do macaco bugio não apenas protege uma espécie ameaçada, mas também contribui para a preservação de todo um ecossistema e dos serviços ambientais essenciais que ele oferece. Essa operação do IEF, em conjunto com o Ibama, visa não apenas resgatar indivíduos em situação de risco, mas também promover a conscientização da população sobre a necessidade de proteger as espécies nativas e seus habitats. O macaco bugio é um símbolo da biodiversidade da região e merece nossa atenção e cuidado,” comenta a diretora de fauna do IEF, Adriana Spagnol de Faria. 

Plano

O Comitê de Acompanhamento do Programa de Manejo Populacional de Alouatta guariba, do qual o IEF faz parte, integra o Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Primatas da Mata Atlântica e da Preguiça-de-coleira da (PAN PPMA), sob coordenação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).O plano contempla 14 espécies ameaçadas de extinção, sendo que desse total, 12 ocorrem em Minas ou no limite do estado. O PAN pretende aumentar o habitat e reduzir o declínio das populações de primatas e preguiça ameaçados da Mata Atlântica em cinco anos.  

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