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Homenagem às vítimas marca uma semana da tragédia

FOTO: Divulgação.

O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais e integrantes da equipe de resgate das vítimas lançaram pétalas de flores sobre a região na tarde de sexta-feira, 1º, no mesmo horário em que aconteceu o rompimento da barragem. Na hora da homenagem aconteceu também o hasteamento da Bandeira do Brasil em um dos locais onde vítimas foram encontradas. Em seguida, houve um minuto de silêncio e os militares fizeram continência.

Na quinta-feira, 31, uma equipe com quatro bombeiros militares saiu de Valadares e foi para Brumadinho, para se juntar a mais dois militares que já tinham ido ajudar, no início da semana, nas buscas por desaparecidos. A sargento Lucilene, uma das poucas mulheres que têm o curso de salvamento em soterramento, enchentes e inundações (CSSEI) em Minas Gerais, falou do prazer de poder participar da buscas. “Atuar em uma operação de busca e salvamento dessa magnitude é um momento de entrega absoluta. Traz à flor da pele o juramento do Corpo de Bombeiros Militar, que é salvar vidas e bem alheios, mesmo com a sacrifício da própria vida”.

Ao chegar em Brumadinho, a equipe falou da visão imediata que teve do local. “Um verdadeiro cenário de guerra. Infelizmente, é terrível a visão que temos aqui. Estamos dando o nosso melhor para tentar levar às famílias pelo menos um pouco de conforto nesse momento tão desesperador”, relata a sargento Lucilene.

A busca por respostas

A cada semana o Corpo de Bombeiros de Valadares vai enviar seis militares para ajudar nas buscas em Brumadinho. A primeira equipe teve, além da sargento Lucilene, o sargento Bastos, o soldado Machado e o soldado Ulisses, que se juntaram ao tenente Abel e o cabo Eliéser.

O comandante regional dos bombeiros, coronel Silvane Givisiez, esclarece que a situação de Brumadinho demanda tempo. “Sabemos que o familiar e o amigo querem respostas, porém, usamos técnicas que muitas vezes não são rápidas, mas são eficazes. No local existe um número suficiente de bombeiros para atuar nas buscas por desaparecidos. Na nossa região já temos uma lista de 100 voluntários especialistas que vão fazer revezamento toda semana no local. Vai ser um trabalho longo, mas os bombeiros só vão sair de lá após dar uma resposta total para as famílias das vítimas”.

Segundo o comandante do 6º Batalhão de Bombeiros Militar, major Luciano Barbosa de Souza, que participou dos resgates em Mariana, não é um trabalho fácil para os bombeiros militares; é um momento de entrega total. “É importante salientar que, tanto em Brumadinho quanto em Mariana, foram momentos de grandes tragédias, tanto ambiental como pessoal. O militar sabe que o local é insalubre, mas ele não se nega a ajudar, porque a vida da vítima e a resposta aos familiares vêm em primeiro lugar. Um bombeiro militar jamais vai se negar a ajudar”.

O comandante da 8ª Região da Polícia Militar, coronel Fabrício Casotti, lamenta o ocorrido e se solidariza com as famílias das vítimas. “É uma situação muito triste, é um problema que a gente tem de pensar em como resolver. Tenho a plena convicção de que todos aqueles que estão trabalhando têm toda a disponibilidade, toda a atenção com aquela comunidade, preocupados em atender as famílias e trazer mais segurança à região”.

Missa em intenção da engenheira de Minas Izabela Barroso, de 30 anos, que trabalhava havia cinco anos na Vale e há quatro meses fora transferida para Brumadinho

Ana Elzira Araújo de Magalhães, amiga da família de Izabela Barroso, fez questão de agradecer pelo trabalho que está sendo desempenhado pelas equipes. “Queremos deixar nossa gratidão a todos os policiais militares, Corpo de Bombeiros, policiais federais, agentes de saúde, voluntários e à missão que veio de Israel, para compor este trabalho tão lindo, árduo, fúnebre e comovente. Sabemos que ali estavam de coração e alma em busca de nossos entes queridos, que foram vítimas, mais uma vez, da irresponsabilidade penal dolosa da empresa Vale, tão milionária. Tudo isso por causa da ganância financeira, ceifando vidas de jovens de altos sonhos, como, aqui posso dizer com o coração em lágrimas, da nossa ‘Bela’, seus demais colegas de trabalho e cidade de Brumadinho. Matando também o nosso meio ambiente, fauna e flora”.

Igreja é solidária a tribo Pataxó

Uma igreja de Valadares está prestando ajuda a uma tribo Pataxó localizada na região de Brumadinho. A ajuda veio depois que o cacique pediu ajuda médica para seu grupo, após o rompimento da barragem da Vale. De acordo com Hãyó, o ambiente do rejeito está adoecendo os índios, que também estão sem alimentos e água. Ao tomar conhecimento da situação da tribo Pataxó, o pastor Flamarion Rolando, da Igreja do Evangelho Quadrangular, encaminhou à tribo um caminhão de água doada por fiéis.

A ação de solidariedade chegou ao conhecimento da ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, que fez questão de parabenizar a igreja, nas redes sociais, pela iniciativa. “Temos na região o povo Pataxó, que teve que sair da sua tribo e está passando por dificuldades. Quando fiquei sabendo da iniciativa da igreja, não poderia deixar de parabenizar essa igreja, que dá show no apoio humanitário. A igreja de Valadares e o pastor Flamarion já fizeram história no país com essas ações. Parabéns a todos os envolvidos. E vamos continuar orando por Brumadinho”.

Manifestantes protestam contra a Vale

Na manhã de quinta-feira, 31, cerca de 250 manifestantes protestaram contra a Vale, em solidariedade às vítimas do rompimento da barragem. Além da manifestação na portaria da mineradora, integrantes da frente Brasil Popular também fecharam um trecho da ferrovia com pedaços de pau e ferros, cobrando por justiça. Na hora da manifestação eles simulararam o trabalho que o Corpo de Bombeiros vem realizando no local.

Identificação por DNA

A Polícia Civil de Minas Gerais informou que, por causa do estado de decomposição dos corpos, a partir de agora, o IML (Instituto Médico-Legal) passará a realizar exames da arcada dentária e de DNA para fazer a identificação das vítimas. Segundo o delegado Arlen Bahia, a maioria dos corpos está chegando em avançado estado de decomposição, em vários segmentos corpóreos.

Em um vídeo divulgado nas redes sociais para as famílias dos desaparecidos, o superintendente da polícia técnico-científica, Thalles Bittencourt, esclareceu que os parentes devem comparecer ao IML para a coleta de material genético. E solicitou que a família que tiver radiografia das vítimas, principalmente odontológica, traga para os peritos analisarem. E pede àqueles que ainda não enviaram seus dados pessoais à polícia científica para que o façam o mais rápido possível, por meio do e-mail dvibrumadinho@gmail.com. É preciso informar o nome completo do desaparecido, a data de nascimento, o nome da mãe, RG, CPF, além do nome e contato telefônico de um familiar.

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