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Aumento da Covid-19 nos EUA preocupa famílias de imigrantes

Dois valadarenses que viviam nos EUA já tiveram mortes confirmadas por Covid-19; familiares relatam preocupação

Os Estados Unidos são o país com mais casos de coronavírus no mundo. Com mais de 33 mil mortes confirmadas, o país já ultrapassou a Itália e a Espanha, que há cerca de uma semana ocupavam o topo da lista de óbitos. A situação mais crítica do país está na cidade de Nova York que, de acordo com dados divulgados pela prefeitura, até a manhã deste sábado (18) havia 7.890 casos confirmados e mais 4.309 em investigação. Os casos confirmados da doença em Nova York já passam dos 122 mil, sendo que mais de 32 mil estão hospitalizados.

A região de Governador Valadares é conhecida como uma das que mais “exporta” emigrantes para o país norte-americano. Mesmo com milhares de quilômetros de distância, a conexão GV-USA é forte, e o que acontece lá afeta diretamente as inúmeras famílias de imigrantes que vivem por aqui. Desde o começo da pandemia, dois valadarenses morreram nos Estados Unidos por Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus.

“Algumas pessoas ainda negligenciam a situação”

O estado de Nova Jersey, apesar da proximidade com Nova York, tem um cenário um pouco mais favorável. Ainda assim, de acordo com os últimos dados da prefeitura de NJ, já são 78.467 casos confirmados e 3.840 mortes provocadas pelo Sars-Cov-19 em todo o estado. A tia de Deynne Campos vive em Nova Jersey, e relatou à sobrinha que muitas pessoas ainda estão negligenciando a situação.

“Minha tia está há quase 40 dias sem trabalhar. Ela só pode sair de casa para fazer compras e coisas do tipo. Felizmente, ela tem um emprego fixo, onde vai três vezes na semana, e, apesar de eles terem dispensado ela do trabalho, durante a quarentena, ela continua recebendo desse emprego”, conta. “Só quem está contratando os serviços é quem realmente necessita e não pode parar, ou quem está negligenciando a situação”.

A outra tia de Deynne, que vive no estado do Colorado, também teve o trabalho reduzido. “Minha outra tia e o marido dela moram no Colorado. Lá a situação não está tão crítica, e eles ainda podem sair de casa, mas a maioria dos trabalhos foram cancelados. Minha tia trabalha com limpeza de casas, e só alguns clientes estão solicitando o serviço. Por sorte, o marido dela, que é americano, já trabalha em home office. A única coisa que mudou é que ele não está mais fazendo as viagens que costuma fazer a trabalho”, relata Deynne.

Apesar de temerem piora, famílias acreditam que “tudo vai acabar logo”

Elaine tem 4 irmãos que vivem em Boston, Massachusetts, mesmo estado onde vivia o valadarense conhecido como Zebinha, que morreu com Covid-19 no dia 31 de março. “Dois dos meus irmãos continuam trabalhando, porque o serviço deles não tem tanto contato com as pessoas, então a firma não parou. Os outros dois estão parados. Lá a situação não está tão alarmante como em Nova York, mas ainda assim, eles estão respeitando a quarentena”, conta Elaine.

“Com certeza nós nos preocupamos, porque lá está muito alastrado, são muitos casos. Na região deles está mais tranquilo, mas mesmo assim nós nos preocupamos. A situação está parecida com a que estava aqui mais no começo; eles não acham álcool gel, nem máscaras pra comprar. E a gente se preocupa, né, porque tá vendo as notícias. Mas com Deus na frente, nós cremos que tudo vai melhorar, tanto pra nós aqui quanto pra eles lá”, relata.

Elaine visitou os irmãos em 2019
Fernanda Fernandes

A esposa de Marcos Gonçalves, que é de Capitão Andrade, a 40 km de Valadares, é de El Salvador. Atualmente, ele está no Brasil e ela está nos Estados Unidos, perto de Boston. “Ela não está trabalhando, tá só em casa. Todas as pessoas lá estão evitando sair na rua, é só por necessidade mesmo, porque a cada dia que passa a situação lá fica pior”, conta.

Fernanda Fernandes, que é sobrinha de Marcos, também mantém o contato com a tia, e se preocupa. “Ela falou pra gente que a cidade da região que está em pior situação é Chelsea, que fica bem perto. De acordo com ela, é uma cidade que tem uma população de classe mais baixa, e está sendo muito afetada. A gente espera que tudo isso acabe logo”, conta Fernanda.

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