Estudo do Sebrae mostra atividades do MEI que mais cresceram e as que estão à beira da extinção

Pandemia estimula formalizações em atividades de transporte de passageiros e mercadorias e reduz registros nas de transporte escolar e eventos

O Sebrae Minas realizou uma análise das principais mudanças ocorridas no perfil das atividades empresariais do microempreendedor individual (MEI) durante a pandemia. Apesar do saldo geral positivo de mais de 204 mil MEI entre março do ano passado e março deste ano, um crescimento de 19% no período, algumas atividades cresceram muito com as medidas de restrição adotadas, enquanto outras sofreram bastante e, em alguns casos, estão à beira da extinção.

O levantamento mostra que as atividades relacionadas à transporte de pessoas e mercadorias (serviços de aplicativo) e à venda de peças e acessórios para motocicletas estão entre as que mais cresceram no período. Em sentido oposto, a maior retração de registros de MEI durante a pandemia foi em atividades obsoletas, a exemplo de locação de DVD e fitas de vídeo, ou fortemente impactadas pela pandemia, como é o caso dos profissionais que trabalham com transporte escolar independente.

“Os dados confirmam o ajustamento do mercado à realidade imposta pela pandemia, que demandou mais serviços de delivery com o fechamento de boa parte dos estabelecimentos comerciais, e impactou em cheio outras atividades, como as demandadas pelo setor de eventos ou que já estavam defasadas”, explica Afonso Maria Rocha, superintendente do Sebrae Minas.
Atualmente, Minas Gerais tem 1.358.943 MEI, contingente que representa 63% dos pequenos negócios do estado.

Atividades em expansão
Motorista de Aplicativo Independente foi a atividade que mais aumentou (114%) no período, passando de pouco mais de 5 mil microempreendedores para quase 11 mil motoristas registrados como MEI.

Em segundo lugar entre as atividades do MEI que mais aumentaram durante a pandemia, com 106% de aumento, aparece a de Comerciante de Peças e Acessórios Usados para Motocicletas. Eram 67 registrados em março de 2020 e, um ano depois, já eram 138 MEI nessa atividade.
Entregador de Malotes Independente teve um crescimento de 89%, passando de pouco mais de 1,1 mil, em março do ano passado, para cerca de 2,2 mil no mesmo mês deste ano.

As 10 atividades que tiveram maior crescimento percentual durante a pandemia, considerando número de MEI registrados em Minas Gerais foram:

  • Motorista de aplicativo independente (crescimento de 114%), eram 5.082 em março de 2020 e agora, em março de 2021, são 10.852 MEI nessa atividade. A distribuição por sexo é de 92% homens e 8% mulheres.
  • Comerciante de peças e acessórios usados para motocicletas (crescimento de 106%), eram 67 em março de 2020 e agora, em março de 2021, são 138 MEI nessa atividade. A distribuição por sexo não apareceu no Portal do Empreendedor.
  • Entregador de malotes independente (crescimento de 89%), eram 1.185 em março de 2020 e agora, em março de 2021, são 2.245 MEI nessa atividade. A distribuição por sexo é de 82% homens e 18% mulheres.
  • Proprietário (a) de bar, com entretenimento (crescimento de 86%), eram 2.528 em março de 2020 e agora, em março de 2021, são 4.698 MEI nessa atividade. A distribuição por sexo não apareceu no Portal do Empreendedor.
  • Serviço de preparação de terreno, cultivo e colheita (crescimento de 63%), eram 2.151 em março de 2020 e agora, em março de 2021, são 3.512 MEI nessa atividade. A distribuição por sexo é de 88% homens e 12% mulheres.
  • Editor (a) de vídeo independente (crescimento de 55%), eram 2.085 em março de 2020 e agora, em março de 2021, são 3.241 MEI nessa atividade. A distribuição por sexo é de 70% homens e 30% mulheres.
  • Fabricante de calçados de couro independente (crescimento de 52%), eram 2.546 em março de 2020 e agora, em março de 2021, são 3.875 MEI nessa atividade. A distribuição por sexo é de 27% homens e 73% mulheres.
  • Clicherista independente (crescimento de 50%), eram 1.082 em março de 2020 e agora, em março de 2021, são 1.619 MEI nessa atividade. A distribuição por sexo é de 61% homens e 39% mulheres.
  • Digitador(a) independente (crescimento de 46%), eram 10.723 em março de 2020 e agora, em março de 2021, são 15.606 MEI nessa atividade. A distribuição por sexo é de 45% homens e 55% mulheres.
  • Proprietário(a) de restaurante independente (crescimento de 42%), eram 15.119 em março de 2020 e agora, em março de 2021, são 21.488 MEI nessa atividade. A distribuição por sexo é de 44% homens e 56% mulheres.

Atividades em retração


Segundo o estudo do Sebrae Minas, o número de MEI reduziu apenas em atividades que já estão defasadas ou que foram muito afetadas pela pandemia.

As cinco atividades que mais fecharam no período foram:

  • Proprietário(a) de fliperama independente (redução de 7%), eram 103 em março de 2020 e agora, em março de 2021, são 96 MEI nessa atividade. A distribuição por sexo é de 75% homens e 25% mulheres.
  • Locador(a) de fitas de vídeo, dvds e similares (redução de 5%), eram 210 em março de 2020 e agora, em março de 2021, são 199 MEI nessa atividade. A distribuição por sexo é de 60% homens e 40% mulheres.
  • Comerciante de discos, cds, dvds e fitas (redução de 5%), eram 457 em março de 2020 e agora, em março de 2021, são 434 MEI nessa atividade. A distribuição por sexo é de 72% homens e 28% mulheres.
  • Transportador(a) escolar independente (redução de 4%), eram 7.780 em março de 2020 e agora, em março de 2021, são 7.491 MEI nessa atividade. A distribuição por sexo é de 72% homens e 28% mulheres.
  • Locador(a) de palcos, coberturas e outras estruturas (redução de 2%), eram 485 em março de 2020 e agora, em março de 2021, são 476 MEI nessa atividade. A distribuição por sexo é de 76% homens e 24% mulheres.
    Nota: Foram desconsideradas atividades com menos de 10 representantes, no início ou no final do período. Fonte: Portal do Empreendedor.

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