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Estudantes de Pedagogia da Univale visitam a aldeia Borum Krenak em Resplendor

FOTO: Univale/Divulgação

Os indígenas compartilharam a história e as tradições do povo Krenak e também expuseram as dificuldades enfrentadas pela comunidade

GOVERNADOR VALADARES – Estudantes do curso de Pedagogia da UNIVALE embarcaram em uma jornada de conhecimento e sensibilidade ao participarem de uma visita à aldeia Borum Krenak, localizada na área do Médio Rio Doce, no município de Resplendor. Uma oportunidade de mergulhar no contexto social e cultural dos indígenas da região.

O dia foi marcado por uma rica troca de experiências, começando por uma roda de conversa que contou com a participação de diversos indígenas e da anciã da aldeia, que juntamente com o cacique compartilharam a história e as tradições do povo Krenak e também expuseram as dificuldades enfrentadas pela comunidade.

Um dos pontos destacados foi a situação do Rio Doce, poluído após o desastre ambiental envolvendo a mineradora Samarco, o que afetou diretamente as práticas tradicionais, como banhos, rituais, pesca e irrigação de plantações. Além disso, as mudanças nos hábitos alimentares também foram abordadas, pois a constante exploração dos recursos naturais levou à necessidade de trocar alimentos cultivados pelo povo por itens industrializados.

Brincadeiras tradicionais

Em um segundo momento, os estudantes puderam vivenciar as brincadeiras tradicionais, com rodas de danças e cantigas. A pintura corporal também foi explorada, usando tintas feitas de jenipapo e carvão.

Professora do curso de Pedagogia, Elizabete Aparecida de Carvalho participou da visita junto aos alunos. “A visita técnica configura-se como uma oportunidade de o estudante ver na prática o que é visto na teoria, levando-os a expandirem a visão para além da sala de aula. Isso contribui para que possam adquirir novas competências, o que é primordial para o crescimento intelectual dos mesmos”, afirmou. 

A professora Karla Nascimento, que também acompanhou a turma, enfatizou a relevância de conhecer outras culturas, afirmando que isso amplia o olhar dos estudantes sobre a diversidade. “Essa vivência também desenvolve a sensibilidade, o respeito e a valorização de outros modos de vida, preparando os futuros educadores para promoverem uma educação antirracista”, disse a docente. 

Futuros educadores conhecem a realidade educacional dos Krenak

O grupo de estudantes foi recebido pelo indígena e diretor da escola local, o senhor Itamar Krenak, que trouxe uma preocupação sobre a realidade educacional e cultural do seu povo e a luta pela preservação das tradições.

A garantia de uma educação de qualidade e a importância de uma matriz curricular que não apenas ensine o conhecimento acadêmico, mas também célebre e transmita a cultura Krenak, foram os pontos principais levantados pelo anfitrião. 

A escola da aldeia, dividida em três prédios, acolhe as crianças até o 5º ano do ensino fundamental. A partir do 6º ano, elas passam a estudar em escolas das cidades vizinhas, um momento visto por eles como desafiador, por se distanciar das raízes familiares e culturais. Um exemplo disso é o ensino na escola local da língua falada pelo grupo, que desempenha um papel crucial na educação e é uma forma de preservar a linguagem dos antepassados e fortalecer a identidade dos mais jovens. 

O diretor da escola também compartilhou os desafios adicionais enfrentados pelos estudantes ao ingressarem no mundo acadêmico e urbano, desde questões práticas, como transporte e moradia, até a dificuldade de adaptação a novos costumes e realidades.

A visita técnica permitiu compreender mais profundamente o contexto social no qual estão inseridos. Elizabete relatou como a comunidade busca manter viva a identidade, mesmo em meio às influências da sociedade não indígena. “Manifestações culturais, artesanato e práticas tradicionais ainda são pilares fundamentais na vida da aldeia Krenak. No entanto, também pudemos observar as mudanças que o tempo trouxe. As formas de alimentação, os métodos de plantio e colheita, o trabalho realizado e até mesmo a inserção no mercado de trabalho foram transformados ao longo dos anos”, concluiu.

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