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‘Essa política assistencialista… em alguns casos, é uma escravidão legalizada’

FOTOS: Fred Seixas

Candidato do Mobiliza-33, Natal critica forma como recursos são divididos em políticas de assistência social e defende qualificação profissional nos ‘morros’

GOVERNADOR VALADARES – Estamos nos aproximando da reta final das Eleições Municipais. Mas ainda dá tempo para os eleitores de Governador Valadares se aprofundarem nas propostas dos candidatos à Prefeitura. Em uma etapa decisiva para o futuro da cidade, quatro candidatos se apresentam com suas visões e planos para a gestão municipal no período de 2025 a 2028. Para ajudar você eleitor, o DIÁRIO DO RIO DOCE apresenta uma série de entrevistas com os candidatos, que serão publicadas semanalmente. A ordem das entrevistas seguirá a ordem alfabética dos nomes de registro de campanha dos candidatos. Na 3ª entrevista da série, o candidato a prefeito Natal (Mobiliza-33) destaca as principais propostas do plano de governo. Nas últimas edições o DRD ouviu Coronel Sandro (PL-22) e Leonardo Monteiro (PT-13).

Perfil: Robson Gomes Natal nasceu em Governador Valadares, tem 53 anos, é formado em Marketing pela Unopar e, por mais de duas décadas, atuou como consultor político em prefeituras da região. Esta é a primeira vez que se candidata a prefeito e também a um cargo público.

Igor França: Como será a modernização das escolas municipais proposta no seu plano? Quais tecnologias e métodos de ensino serão priorizados?
Natal:
Nós temos passado por uma evolução tecnológica muito grande e hoje a gente precisa preparar essas crianças não só como um usuário, que fica do outro lado da tela, mas pessoas que possam realmente interagir de forma eficiente em tudo. Então a gente precisa, nessas escolas, que as crianças, desde pequenas, comecem a ter esse contato. É comum na classe média que as pessoas tenham celulares, tablets, aquela coisa toda, mas quem mora na favela não tem, quem mora lá no morro não tem isso. E aí os meninos, o contato que eles vão ter com um celular, que tenha realmente uma qualidade, vai ser na escola, com equipamentos e tudo, não só aquele brutamonte daquele computador, aquele monitor e tudo, mas coisas menores que eles possam estar fazendo, possam estar interagindo e dividindo com os colegas. A gente tem um problema sério, alguns pais entregam para o filho, quando o filho começa a dar um problema, ele está muito cansado e dá a telinha para o filho, liga a televisão, liga o celular e o menino fica só naquilo ali. Então a nossa ideia também é trazer a brincadeira de volta para a criança, de volta para as escolas. O que é brincadeira? Aquelas brincadeiras que tinham no passado, aquelas brincadeiras onde as crianças possam estar interagindo com jogos pedagógicos, brinquedos, não só no videogame, sabe? Preparar eles para o mundo tecnológico, mas também recuperando um pouco dessa tradição que temos que a criança precisa gastar energia dela. Ela precisa correr, ela precisa brincar de pique, ela precisa fazer essas coisas e interagir com outras crianças tirando um pouquinho a tela. Então a nossa ideia é preparar as escolas, voltando às questões da modernização, com acessibilidade para todas as crianças, preparar as escolas para ser um lugar adequado e confortável para as crianças passarem o dia todo. A escola tem que ser atrativa. Ela não pode ser uma escola que o aluno vai obrigado, ele precisa ter prazer de ir na escola. E precisa de muita coisa. O que faz todo ano, que são as reformas, aquela coisa toda, a gente precisa dar escola para todo mundo, ter vaga para todo mundo. E aí um pouquinho de vaga sobrando, porque vem aqueles alunos de última hora ali que precisam entrar. Hoje em Valadares as creches funcionam até às 15 horas, os meninos do ensino integral funcionam até às 17 horas. A nossa ideia é estender tanto a escola integral, a critério dos pais, e também as creches até as 18 horas. Então o pai que chega, ele tem que trabalhar, a mãe precisa trabalhar por algum problema, quando não tem ninguém para buscar a criança, a criança vai ficar ali até as 18 horas aguardando o pai para poder vir buscar a critério. ‘Ah não, não quero que meu filho permaneça esse tempo todo na escola não, porque eu já programei minha rotina, eu saio às 17 horas da tarde’, vou lá, pego meu filho e venho brincar com ele, é bacana, ele vai lá e pega a criança. E aí não serão aquelas aulas tradicionais, serão aulas lúdicas, onde a criança poderá estar se divertindo, aprendendo e brincando.

Igor França: Quais são as principais mudanças propostas no plano de mobilidade urbana para melhorar o transporte público e a acessibilidade na cidade?
Natal:
A mobilidade urbana é um problema sério de Valadares, vamos começar ali pela empresa de ônibus. Eu acho que a questão não é nem trazer outra empresa, mesmo porque o que a gente precisa é diminuir esses contratos. Esses contratos são muito longos por força de uma lei municipal, os contratos podem ser de até 30 anos. Então nós vamos diminuir esse contrato porque você não fica refém de um contrato igual hoje. Se a empresa não está atendendo, você bota ela pra correr. Segundo, a gente precisa ter meios alternativos de transporte, sendo eles comuns em outras cidades. Aí são as vans de transporte público, é um transporte mais rápido feito por pequenos empreendedores, cooperativas de vans e tudo que faz esse transporte mais rápido de pessoas, entendeu? E com isso a gente vai poder estar ocupando outros horários, outras linhas que não são atendidas hoje pela valadarense [Mobi]. Mas essa exclusividade da mobilidade urbana com a Mobi, ela é prejudicial para a cidade, é o meu entendimento. Se não me engano, o contrato da empresa termina agora na próxima gestão. E aí é a hora de você refazer isso. Então o que a gente precisa é ter lei que permita esse tipo de coisa, a inclusão das vans para transporte alternativo na cidade. Quando eu estou falando de vans, não são as clandestinas não. São vans que são adequadas, são vans que são preparadas para poder estar fazendo essa mobilidade.

Igor França: Existe a intenção de buscar parcerias público-privadas para a realização de grandes obras na cidade? Como sua administração planeja fortalecer os programas sociais de assistência a famílias em situação de vulnerabilidade?
Natal:
O que acontece hoje, sabe? Essa política assistencialista do Governo Federal de pagar meio salário mínimo para as pessoas, pra mim, isso em alguns casos, é uma escravidão legalizada, porque ele coloca as pessoas reféns. Eu te falo isso porque eu tenho dificuldade de contratar pessoas lá pra casa [porque elas têm] medo de perder o benefício. Aí as pessoas viram pra mim e falam assim ‘se eu for pra lá, for trabalhar de carteira assinada, você pode me mandar embora depois. Eu vou entrar lá na fila do Bolsa Família. Lá é garantia, eu posso fazer um empréstimo com ele’. É o argumento que eles usam. Então para essas famílias a gente precisa realmente identificar onde está o problema. Eu sou do morro, conheço a realidade do morro, lá da favela, aquela coisa toda. O que que acontece? A menina mais nova e tudo, principalmente o tráfico de droga é muito grande, as pessoas vão lá, a menina engravida, pega o menino, pega o Bolsa Família, vai lá e descarrega o menino lá na casa da avó. A avó com aposentadoria, aquela coisa toda, a mãe continua recebendo Bolso Família, vivendo a vida dela, comprando a droga dela, e a criança fica com a avó. Então você precisa identificar quais são esses pontos de vulnerabilidade. Com relação à destinação da verba de assistência social, é um absurdo o que acontece em Valadares. Valadares tem uma situação, tem uma associação que no ano passado, nosso prefeito mandou para ela R$ 16 milhões. Sabe quanto que ele mandou pra casa Santa Luzia? Lá no São Pedro? R$ 57 mil. Olha, a desproporcionalidade, cara, é muito grande nesse Valadares. Essa associação tem o objetivo dela é levar as crianças com deficiência para andar a cavalo. Eu, particularmente, embora não tenha muito contato com muitas pessoas, nunca vi isso funcionando. Eu não estou falando que tem que acabar, não. Eu só acho que está muito desproporcional. R$ 16 milhões para cuidar de uns cavalos, enquanto lá [Santa Luzia] está cuidando de gente, gente que precisa de apoio, e recebe R$ 57 mil. Isso não é nem esmola um trem desse, sabe? Seria como você parar no sinal e dar um centavo para o cara que está lhe pedindo algum tipo de ajuda.

Igor França: Quais iniciativas serão implementadas para capacitar e reintegrar pessoas em situação de rua?
Natal:
Nós temos vários programas sociais, um deles é esse, dividir de forma igualitária essa verba destinada no orçamento para assistência social, cuidar do pessoal que mora na rua. Esse cuidar do pessoal não é remover o pessoal de lá não, esse pessoal você tem que fazer trabalho com a família, por que eles estão na rua? Eles estão na rua porque eles não seguem regras, então muitos deles optaram em sair porque não queriam seguir a regra de convivência social que você tem ali de casa. Se você é casado, você começa a descumprir o respeito, à organização da casa, a mulher vai botar para correr, se você mora com seu pai, seu pai também vai botar para correr, e é isso que acontece com eles. Então aquela fissura da droga, do uso da droga, às vezes um problema mental que a pessoa tem, ela acaba saindo para não cumprir regra, mas aí a gente precisa respeitar. Mas como é que você vai respeitar o direito do cara, o cara está usando droga e não sabe o que ele quer? É respeitando o cara, bom, ‘você quer tomar banho? Não, não quero, então tá bom. Então você não pode ficar aqui, nesse local, você não pode comer junto com os outros porque você está cheirando mal’. Então é respeitando isso, sabe, e respeitando o direito dos outros também, mas não obrigando, não tirando, não internando, não fazendo nenhum tipo de coisa nesse sentido que você vai só piorar a situação da pessoa. Agora tem que fazer acompanhamento social, tem que fazer oficinas com ele, acima de tudo conquistar a confiança deles. A hora que você conquistar a confiança de verdade, trazer a família, a família entender que aquilo ali não é um trabalho só. A maioria deles também é família carente, o pessoal não tem ideia o que é um transtorno mental, o que é um cara que está com problema mental, porque ele está tendo aquele tipo de esquizofrenia, alguma coisa assim, entendeu? Então a gente faz esse acompanhamento com pessoal mais da periferia, os portadores de necessidades especiais, criar centros de convivência.

Igor França: Como você pretende incentivar a economia local? Quais são as propostas para melhorar as condições de empregabilidade e retenção de profissionais em Governador Valadares? Quais são as suas propostas de política pública de apoio aos pequenos empreendedores?
Natal:
Primeiro desmistificar essa coisa de que Estados Unidos é dinheiro, que dá dinheiro, e que não dá. Quem já esteve nos Estados Unidos sabe que os caras trabalham muito, são tipo escravo mesmo. Mas lá o cara pensa que vai ganhar muito dinheiro só porque ganha em dólar, mas a despesa dele também é em dólar. Pra resolver esse problema a minha proposta é fomentar as micro e pequenas empresas, principalmente as micro e os MEIs, os cara precisam de treinamento, eles precisam de capacitação. A gente tem muito talento, é que está escondido. Por exemplo, uma mulher que sabe fazer uma coxinha maravilhosa, é mostrar pra ela como é que a gente faz, como é que a gente vende aquilo na internet, porque tem cliente para isso, tem comprador. Então na hora que você fizer esse tipo de trabalho a gente vai movimentar a economia de Valadares, produzir produtos que podem ser vendidos para todo o Brasil e até para fora do Brasil, trazendo o dinheiro de fora pra cá e não precisa de uma p*** de infraestrutura da grande indústria fazer isso, mas tem que ter apoio do Poder Público. Outro problema que tem é o seguinte: falam sobre a capacitação para micro e pequeno empreendedor individual, vai lá coloca essa capacitação lá na sede do Sebrae, ou lá na Associação Comercial. O morro não vai. O morro não vai, eles não têm essa liberdade para poder ir lá. Se eu pegar lá no morro, arrumar um boteco que tem uma garagem e alguém for lá dar um treinamento para as mulheres do cabelo, as manicures, as salgadeiras, as faxineiras e tudo, a gente vai conseguir fomentar isso. Só pra você ter exemplo, a gente está em licitação em Valadares, não da Prefeitura de outro órgão aqui, que vai pagar R$ 4 mil para uma faxineira, mas ninguém sabe disso. Aí vem a empresa lá de Belo Horizonte ganha essa licitação aqui e aí ela contrata uma menina e paga pra ela o salário mínimo. Então são essas coisas que a gente precisa fazer. Qualquer faxineira poderia entrar agora no computador, fazer um MEI, e disputar essa licitação. Só que para disputar essa licitação tem que ter apoio porque a exigência de documentação é muito grande. Então acima de tudo, descentralizar esses treinamentos, essas capacitações, essas orientações e ir até o pessoal. Nós podemos utilizar, inclusive, o recurso da tecnologia, você pode vir presencialmente mas você está no seu salão ligando seu celular e quando está fazendo cabelo você está ouvindo no fone de ouvido, a pessoa continua participando. Não dá para quem tem um boteco lá no morro largar o boteco dele para fazer dois ou três dias de Empretec e o nível é muito elevado, então ele não consegue acompanhar. Então precisa separar treinamento qualificado de acordo com a necessidade pessoal. Assim a gente vai conseguir fomentar e proporcionar mais qualidade de vida para todos os empreendedores.

Igor França: Como você planeja organizar a Secretaria Municipal de Saúde?
Natal:
Quando você faz uma licitação de remédio, ela é muito complexa. Remédio, quando você pega a receita, muitas das vezes você não consegue pronunciar o nome do remédio. Você lendo ali, você não consegue pronunciar. Como é que você quer que um cara que compra colchão, um cara que compra pneu, um cara que compra carro, um cara que compra lanche, vai entender de remédio? Então essa área específica, ela tem que ficar dentro da Secretaria de Saúde. É lá que as pessoas sabem, é lá que as pessoas entendem, é um profissional qualificado. Ah não, é só ele mandar para a gente, ele manda, não vai saber na hora de julgar a licitação. O cara lá entende de remédio e o cara de cá entende de licitação, mas os dois não falam a mesma língua. Aí compra remédio errado, compra remédio diferente, falta o remédio. Então seria essa modernização da Secretaria de Saúde, justamente seria essa, sabe? Hoje as licitações estão com a Lei 14.133, a maioria delas é online. Então você não sabe quem está do outro lado da linha, você não identifica quem está do outro lado, quem ganhou aquela licitação. O cara atrás da documentação está ok, mas será que procede? Então a gente, a prioridade nossa é trazer a gestão da saúde, mudando as compras para a Secretaria de Saúde, colocando profissionais. Outra coisa que mata é o cara da saúde. Saúde é uma coisa mais complexa, o cara tem que ter entendimento. Aí você bota um Zé Dendágua para ser chefe de um setor de saúde que ele não sabe nem o que é. Mas eu tenho um acordo político com o cara, eu tenho que colocar, não tem mais buracos não. De nomeação, então põe e vão lá, você como servidor você está trabalhando, você sabe o que você está fazendo, mas vem um outro para poder dar pitaco errado no seu negócio.

Igor França: Você menciona o fortalecimento e a modernização das Unidades Básicas de Saúde. Quais serão as primeiras medidas adotadas para atingir esse objetivo? O que a sua gestão pretende fazer para melhorar o serviço do Hospital Municipal?
Natal:
Você pode ser o cara mais rico da cidade, você pode ter 10 planos de saúde, o que você quiser. Se você sofreu um acidente, quem vai te tirar lá do acidente é o Samu. E ele vai te levar para o Hospital Municipal, e muitas das vezes a pessoa chega lá numa situação de vida ou morte e morre por falta de estrutura, por falta de insumos para poder tratar aquela pessoa, ou por falta de médicos para poder fazer. Eu não sei se você observou, aumentou muito hoje, a pessoa está tão desesperada que aumentou muito esses planos que fazem consulta de R$ 80, R$ 50, etc e tal. Porque? Se chega num posto de saúde você tem que pegar uma ficha, esperar, é atendido, sabe, precariamente e tudo mais. Aí esse cara prefere pagar R$ 20 por mês, quando for fazer uma consulta paga R$ 15. Então nós precisamos reformar, modernizar, ampliar os postos de saúde. Se você andar pela cidade, você vai em bairros aqui, igual aquele Penha, o que tá aumentando de bairro aqui?! Só que assim, o Poder Público não chega. Aumenta o bairro vendendo essas casinhas, Minha casa, Minha vida, o bairro crescendo e o povo não consegue, não tem posto de saúde lá, quando sai de lá tem que se deslocar. A maioria dos postos de saúde funcionam em prédios alugados, precários, situação precária. O município não pode fazer intervenção porque é privado, então ele não pode reformar, gastar dinheiro com aquilo ali, entendeu? Por outro lado também, muitas das vezes o dono do imóvel não está nem recebendo dinheiro, então o que a gente precisa ter é que todo o bairro de Valadares tenha uma área pública destinada à construção de postos de saúde, praças e etc e tal. Porque a gente precisa aproveitar esses postos de saúde e construir unidades básicas de saúde com infraestrutura próxima a quem precisa de fato e com estrutura adequada para atender todo mundo, sem adaptação de casa velha igual eles têm feito, entendeu? E muitas das vezes esse aluguel de casa velha é para poder beneficiar um correligionário. Então é isso, modernizar, construir estrutura adequada para poder fazer um local público onde o município possa estar fazendo constantes intervenções, modernização e adequação desse espaço.

Igor França: Quais são as principais ações que você planeja para revitalizar a vida cultural da cidade, e como você pretende envolver a comunidade e os artistas locais nessas iniciativas?
Natal:
O que acontece hoje na Secretaria de Cultura? Hoje a gente tem vários recursos dessas leis de incentivar cultura, Lei Rouanet, essas coisas todas e tal. A mesma coisa acontece com empresários. Os pequenos produtores culturais, eles não têm conhecimento ou não têm apoio adequado para poder apresentar um projeto, elaborar um projeto para receber esses recursos. Então nossa proposta é apoiar esse pessoal, colocar uma agência ou oficina, alguma coisa assim, um departamento onde todo mundo olha. ‘Eu tenho uma proposta aqui para campeonato de futebol amador. Vamos fazer? Vamos, o que que precisa? Não, precisamos da certidão da associação. Ah, mas não tem associação, vamos fazer? O que você precisa fazer com a associação? Vamos montar associação do futebol amador, a lei de futebol amador, vamos fazer tudo direitinho, vamos fazer todos os processos, buscamos recursos para isso’. E assim, você vê cidades vizinhas a Valadares, você tem eventos culturais com renomes nacionais, o pessoal traz aí cantores famosos, o povo sai de Valadares pra ir pra lá. Então a Feira da Paz era um evento alternativo, mas hoje a galera manda, os governos mandam o dinheiro todo para exposição agropecuária, porque ela tem um peso político forte, muito forte, são muitos produtores que nós temos ali, os produtores empregam muita gente, influenciam muito na política de Valadares. Aí você quer um show só na exposição e você não tem esse apoio a esses pequenos empresários, promotores e tudo pra poder estar fazendo. A burocracia pra você conseguir usar alvará de licença é absurda, então a gente vai modernizar isso aí, diminuir essa burocracia, facilitando o acesso à cultura para os promotores. Eu quero fazer, por exemplo, o que é feito nas outras cidades, no dia 30 de janeiro, o aniversário de Valadares. Um p*** do aniversário, sabe, é uma coisa pra atrair gente de fora, pra gente mostrar pra essa galera dos Estados Unidos, outras pessoas que vêm pra cá passar final do ano, que Valadares é uma cidade de ponta, Valadares é um lugar bom, é um lugar bom pra se viver, é um lugar bom pra se divertir também.

Igor França: Quais condições você vê como favorável para que tenha apoio dos eleitores?
Natal:
Hoje eu sou candidato com a menor rejeição, lógico que eu sou menos conhecido, então tem a menor rejeição. Mas o que é isso significa? Pesquisa significa que não importa onde você está na citação, o importante é a quantidade de eleitores indecisos? É. Quem leva vantagem quando o número de indecisos é grande nesse cenário? Quem tem menos rejeição, quem tem a menor rejeição, mais chance ele tem para poder aumentar. Na última pesquisa que eu vi, a gente aparecia com 1,5%. Se você colocar no cenário de 200 mil eleitores, significa que eu teria 3 mil votos. É voto pra c*, eu não conheço 3 mil pessoas. De onde esse povo saiu? Como esse povo está sabendo? E essa questão, a hora que a gente conseguir o espaço pra gente poder estar tratando de forma igualitária muitas pessoas que me conhecem, que eu não tive condições de ir até ela até agora. E essas pessoas que me conhecem, eu tenho certeza absoluta que votam em mim.

Igor França: Qual a sua relação com a cidade de Governador Valadares?
Natal:
Eu nasci aqui, me deu tudo que eu tenho, sou apaixonado por esse lugar. Eu vou para os Estados Unidos e fico p*** quando o cara fala mal de Valadares. E assim, é inadmissível. Sabe por quê? Eu vivi muitos anos, 22 anos da minha vida prestando consultoria política para candidatos, para prefeituras e tudo mais. Então esse universo de deputado, presidente, senador, governador, essas coisas todas, eu convivi com esses caras ali e sei como é que é feita aquela farra. Quando eu falo convivendo, eu não convivi de compartilhar as ideias e o pensamento deles não, mas vi como eles são esnobes. Então se eles querem fazer, vão fazer lá na casa deles, aqui na minha cidade eles não vão fazer. Então o que eu assumi hoje foi uma forma de devolver para Valadares o que Valadares já me deu.
E eu estou afim de brigar com esses caras tudo, mostrar para eles e os devolver para o lugar deles. Fala assim, você vai cantar em outro canto, aqui não. Vejo pessoas chegando. O [Coronel] Sandro (PL), se você tem ideia, o Sandro, se você for olhar na escala de verba ali, o ano passado ele mandou para cá R$ 854 mil. Desses, R$ 254 mil dividiu 50 para o 6º Batalhão, o outro para os Bombeiros e tal, essas coisinhas assim. E 600 mil ele mandou para o Samaritano. É tudo farinha do mesmo saco. Aí brigaram lá na convenção do PSD, que estava lá avaliando para ver quem seria o candidato. O André Merlo chegou e lançou o Renato Fraga, aí o Sandro quicou e a partir dali rachou. Se você votar no Sandro, bacana, parte do grupo tá atendido, os outros chegam depois. Se você votar no Renato mantendo do jeito que está, se você votar no Leonardo, volta Elisa e companhia limitada. Então é essa a ideia. Só que aí você não tem opção, por isso resolvi sair candidato. Por isso que eu coloquei minha cara pra bater. E falo sem medo. Você nunca vai me ver falando uma coisa que eu não possa provar. ‘Ah, o Robson falou aquilo, ele não consegue provar’. Tudo que eu falo eu posso provar. Por que eles não me processam? Não processam justamente por causa disso, porque sabem que eu sei onde é que está. Entendeu? Isso aí eu vou buscar. Então é isso que eles fazem.

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