Escola modifica projeto de leitura para que ele seja desenvolvido pelo ensino remoto

Escola Estadual Sebastião Silva Coutinho realizou, este ano, a quinta edição do projeto “Ler transforma sua vida” e mobilizou, mesmo que a distância, todos os alunos

Na Escola Estadual Sebastião Silva Coutinho, no município de Leopoldina, o projeto “Ler transforma sua vida” já virou tradição e todos os anos os estudantes esperam ansiosos pela realização da iniciativa. Em 2020, contudo, ano em que a escola realizaria a edição comemorativa do projeto, veio a pandemia causada pela Covid-19, as atividades escolares presenciais foram suspensas e as aulas tiveram que ser realizadas de forma remota.

A situação causou receio nos alunos, pois pensaram que o projeto não teria continuidade. No entanto professores e equipe gestora se mobilizaram e descobriram novas possibilidades para desenvolver a ação, mesmo que a distância, como explica a diretora da escola, Benedita do Rosário Alves Rezende.

“A nossa homenageada é a Clarisse Lispector e, logo no início do ano, os alunos já estavam estudando sobre a bibliografia da escritora. Quando veio a pandemia, buscamos ferramentas e metodologias para que o projeto não ficasse parado”.

Em uma plataforma digital, os educadores montaram um “percurso”, onde os estudantes poderiam acessar as entrevistas da Clarisse Lispector, a bibliografia da autora, algumas curiosidades e tinham a oportunidade de aprender, também, um pouco mais sobre as características da sua produção textual.

A partir do material apresentado, os estudantes foram estimulados a escrever contos, criar produções audiovisuais, tendo como inspiração trechos das obras da escritora e, também, a produzir pinturas.

Além disso, o quiz, que costuma mobilizar toda escola, também não deixou de ser realizado.

“Os alunos estudaram sobre a autora e marcamos dia e hora para que eles nos enviassem as respostas. É uma coisa que eles sempre esperam. Então fizemos de forma virtual”, conta a especialista da educação da escola, Eloisa Portugal.

Ainda segundo a especialista, os educadores e alunos fizeram o possível para que o projeto fosse realizado com sucesso.

“Dentro das nossas possibilidades, fizemos otimizações utilizando as ferramentas tecnológicas, e o resultado foi surpreendente. Sabemos da limitação de alguns em relação à tecnologia, mas percebemos que os alunos atenderam prontamente, participaram e se envolveram”, afirma.

Os alunos que não têm acesso aos meios digitais também participaram do projeto. Eles escreveram seus contos, fizeram suas produções e pediram para os responsáveis que deixassem os conteúdos na escola. Este foi o caso do aluno do 3º ano do ensino médio, Gabriel Antônio Valverde Alves. Ele mora na zona rural de Leopoldina e lá o sinal de internet é muito instável. Mas, mesmo assim, conseguiu participar da atividade. “Na minha casa tenho internet, mas não funciona muito bem. Eu fiz os contos e pedi para entregar. Mesmo com as dificuldades, participei do projeto e achei muito bom”, conclui o estudante.

O “Ler transforma sua vida” nasceu da necessidade de promover o gosto natural pela leitura nos estudantes e, durante o ensino remoto, continuou trazendo resultados positivos. “ Por mais que tenha sido on-line, deu para sentir o carinho de todo mundo. Sentimos abraçados pela escola. Sabemos que não é uma fase fácil para ninguém, mas o incentivo que a escola deu foi muito especial e fez com que desenvolvêssemos nossa criatividade”, revela a aluna do 3º ano do ensino médio Bruna Beatriz Gomes Alves Martins.

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