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Enfermeira denuncia que médico está tirando úteros de imigrantes em centro de detenção nos EUA

Uma enfermeira em uma instalação do Departamento de Imigração e Alfândega (ICE, sigla em inglês), na Geórgia, está acusando o centro de detenção de realizar um número incomum de histerectomias em mulheres imigrantes detidas ali, geralmente sem o consentimento delas.

Dawn Wooten fez as alegações em uma denúncia enviada pelo Project South ao Departamento de Segurança Interna a seu inspetor-geral.

Em sua denúncia a enfermeira identificada por Dawn Wooten descreveu o tratamento inadequado de imigrantes detidos no Centro de Detenção do Condado de Irwin, incluindo cuidados médicos limitados e negligentes e testes mínimos para Covid-19.

“O relato da enfermeira sobre o tratamento dado aos detentos sob custódia do ICE é horrível”, disse Silky Shah, diretor-executivo da Detention Watch Network, uma organização sem fins lucrativos que também ajudou a registrar a queixa. “As vidas dos imigrantes estão em risco e o ICE continua a provar através de seu registro de negligência médica que ninguém está seguro sob sua custódia”.
A instalação é operada pela LaSalle Corrections, uma empresa privada de prisão.

A direção da empresa disse que “o LaSalle Corrections está firmemente comprometido com a saúde e o bem-estar das pessoas sob seus cuidados e que está profundamente comprometido em oferecer alta qualidade de serviços em ambientes seguros e humanos”.

O ICE não comentou o caso.

A denúncia alega que as mulheres imigrantes eram enviadas a um ginecologista fora do centro, que frequentemente optou por remover todo ou parte do útero das detidas.

Uma imigrante detida disse que falou com cinco mulheres que estiveram no estabelecimento de outubro a dezembro do ano passado, todas as quais fizeram uma histerectomia. “Questionamos os motivos do médico tirar o útero delas”, disse Wooten. “Essa é a especialidade dele. Ele é o coletor de útero, mas não tem autorização das mulheres. Todo mundo que ele vê, ele tira os úteros ou trompas”.

Ela também disse que uma jovem precisava de um ovário removido por causa de um cisto, mas que o médico removeu o ovário errado – exigindo a remoção de ambos depois. “Ela deveria ter seu ovário esquerdo removido porque havia um cisto nele. Mas ele tirou o direito”, disse. “Ela estava chateada. Ela teve que voltar para tirar o esquerdo e acabou com uma histerectomia total. Ela ainda queria ter filhos – então tem que voltar para casa agora e dizer ao marido que ela não pode mais ter filhos”.

(Wooten disse que entre várias pessoas descritas na queixa, algumas mulheres não sabiam que o procedimento estava sendo realizado ou não foram informadas sobre o que exatamente o procedimento envolvia. “Várias internas me disseram que foram ao médico e fizeram histerectomias e não sabem por que foram”, disse Wooten. Fonte: Brazilian Voice)

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