Endocrinologista valadarense alerta para a consequência do mal acompanhamento do diabetes

Amputação de membros inferiores é um dos problemas que uma pessoa com diabetes pode vivenciar se não tiver o cuidado necessário

De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), cerca de 16 milhões de pessoas no Brasil têm diabetes. Além disso, estima-se que 20% dessas pessoas desenvolvam algum problema nos pés. O “pé diabético” é uma das complicações gerada por um diabetes não controlado e pode até acarretar na amputação em pacientes com a doença.

O pé diabético é considerado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como infecção, ulceração ou destruição dos tecidos profundos dos pés. Alguns ferimentos e infecções podem surgir facilmente nas atividades cotidianas de pessoas que convivem com o pé diabético. E para quem tem diabetes, as feridas que surgem são de difícil cicatrização.

De acordo com a médica endocrinologista Bethânia Cristina de Oliveira, os principais sintomas do pé diabético são a perda da sensibilidade à temperatura (frio, quente), perda da sensibilidade ao estímulo da dor, dormência e rachaduras. A médica também explica que o processo de cicatrização de feridas em pessoas que têm diabetes é bem difícil porque há o comprometimento da circulação e condução dos estímulos nervosos, além da hiperglicemia gerar uma cadeia de processos inflamatórios e ser alimento para bactérias e fungos.

A médica endocrinologista Bethânia Cristina de Oliveira alerta para os perigos do diabetes (foto: arquivo pessoal)

Bethânia Cristina de Oliveira ressalta a importância do cuidado para as pessoas que têm diabetes, pois o não acompanhamento pode gerar consequências graves. “A amputação é a consequência final de uma complicação crônica do diabetes que envolve alterações microvasculares, macrovasculares e nervos periféricos. A lesão desses três ocorre por hiperglicemia constante (mau controle), que vai tirando a sensibilidade dos pés, então o paciente pode machucar e nem sentir. Por isso, o primeiro cuidado é controle da glicose, com dieta, exercícios e medicação adequada, uso de sapatos confortáveis para evitar calosidade, e não ficar descalço em lugares de risco”, disse.

Dieta para quem tem diabetes

Uma dieta balanceada também pode fazer diferença no tratamento do diabetes. A nutricionista Tatiany Leal conta como tem que ser a alimentação correta para essa situação. “Na dieta para diabetes é importante incluir e aumentar a quantidade de alimentos ricos em fibras, já que ajudam a controlar os níveis de açúcar, assim como consumir alimentos de baixo índice glicêmico. O ideal é comer sempre pequenas porções de alimentos a cada três horas, realizando três refeições principais e dois ou três lanches por dia (ao meio da manhã, ao meio da tarde e antes de dormir), devendo respeitar o horário da refeição. Uma dieta equilibrada, sem grandes quantidades de carboidratos é fundamental para evitar os problemas de saúde e as doenças relacionadas às dietas, como o diabetes. A escolha deve ser por alimentos de menor índice glicêmico, incluindo alimentos integrais ricos em fibras, aveia, leguminosas como feijões, vegetais e frutas com casca e bagaço, batata-doce, inhame, inclusão de gorduras boas como castanhas e proteínas magras de boa qualidade como queijo branco”.

A nutricionista Tatiany Leal destaca a importância de ter uma alimentação balanceada (foto: arquivo pessoal)

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A nutricionista explica que uma alimentação considerada saudável para pessoas que têm diabetes é aquela que atende às necessidades nutricionais de cada indivíduo, com o consumo de alimentos de qualidade e em quantidades suficientes para a manutenção de um peso corpóreo adequado. Ela ainda ressalta a importância de um acompanhamento profissional. “Também se faz muito importante a realização de atividades físicas com regularidade, assim você consegue se exercitar e evita muitos problemas de saúde. O acompanhamento de um nutricionista familiarizado com as necessidades de quem tem diabetes pode ser uma ajuda preciosa”.

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