Transporte coletivo, saúde pública, indústrias e geração de empregos foram algumas das reivindicações citadas pelos eleitores ao prefeito que será eleito daqui a nove dias
A população valadarense conhecerá o novo prefeito no dia 29 de novembro. Como o assunto sobre política é algo comum neste período que antecede a decisão do segundo turno, o Diário do Rio Doce ouviu eleitores de Governador Valadares sobre quais prioridades eles gostariam que a próxima gestão trabalhasse com empenho na cidade. Melhorias na saúde pública, necessidade de uma nova empresa de transporte coletivo, indústrias, geração de empregos e infraestrutura foram algum dos pontos abordados.
O publicitário Lui Macedo reside no bairro de Lourdes e lembra que Valadares só tem uma empresa de transporte coletivo atuando há muitos anos. Segundo ele, esta situação gera reclamações, pois a população não tem uma segunda opção. “Acho deficitária a questão do transporte público na cidade e este monopólio atrapalha demais. Se a gente for puxar pela memória havia uma promessa de uma outra empresa de transporte público, mas isso acabou não acontecendo”, disse.
Lui Macedo também ressalta a importância de ter um sistema público de saúde de mais qualidade, ainda mais neste período de pandemia. Ele também revela preocupação com alguns locais da cidade que estão virando ponto de uso de drogas. “A questão da saúde me preocupa e precisa ter uma atenção maior, ainda mais neste momento de pandemia que afetou todo mundo. A taxa de ocupação em UTI no sistema público e privado está muito alta e deixa a gente em alerta, já que voltamos para a onda vermelha. A gente não quer ver mais tantas vidas se perdendo, inclusive tive isso na minha família uns meses atrás. Também quero lembrar da limpeza da cidade, pois vejo uma cidade muito suja, sem contar algumas praças, incluindo uma perto de onde moro, que estão virando ponto de uso de drogas”.
Érika Kyara trabalha como vendedora ambulante no Centro de Valadares há pouco mais de um ano. Ela conta que gostaria de ver indústrias atuando na cidade, pois isso geraria mais empregos. Ela também lembrou das questões de saúde e do transporte público. “A cidade vive de comércio e penso que o próximo prefeito deveria tentar fazer incentivos fiscais e atrativos para indústrias de fora virem para cá e, consequentemente, empregos seriam gerados. Também devem olhar com carinho em relação ao sistema público de saúde, já que muitas pessoas sofrem com isso. Outra situação importante é ter uma segunda opção de empresa de ônibus, já que temos só uma atuando na cidade há um bom tempo”.
Tiago Lopes é morador do bairro Vila Bretas e está desempregado há seis meses. Ele também entende que a chegada de indústrias ajudaria muito na geração de empregos e, consequentemente, outras melhorias iriam acontecer em Valadares. “Penso que um dos problemas que já vem se arrastando há várias gestões e que não tem tido boa vontade de nenhum de nossos representantes, é a falta de indústrias na cidade. O desemprego é alto, muito grande, e ainda existe a migração massiva, que virou até um folclore. Não dá para entender por que não temos indústrias por aqui, já que a nossa cidade é cortada por BR e estradas federais de acesso fácil. Se tivessem indústrias em Valadares, conseguiríamos melhorar em tudo, pois se tem emprego, tem dinheiro girando. Com a cidade tendo uma estrutura financeira maior, as outras coisas de melhorias aconteceriam como consequência”.
O administrador e morador do bairro de Lourdes Tiago Lira, apesar de elogiar o trabalho do SUS em atendimentos emergenciais, entende que a parte de marcação de consultas, exames e acompanhamentos ainda precisam melhorar. Ele também falou sobre os buracos em ruas da cidade. “Para mim o principal são as questões relacionadas à saúde, como a marcação de exames e consultas e acompanhamento, essas coisas às vezes deixam a desejar no SUS. Por mais que o sistema público seja bom em atendimentos de emergências e de alta complexidade, vejo uma demora de conseguir uma consulta ou exame que possa ser importante para o paciente. Outra coisa que vejo é o excesso de buracos nas ruas da cidade, inclusive no Centro. Mesmo com as operações tapa-buracos, o problema volta meses depois. Se isso acontece no Centro, imagina nos bairros como que fica”.