Unidade de saúde prometida há mais de uma década deve beneficiar cerca de 700 mil pessoas em mais de 50 municípios da região Leste de Minas Gerais
GOVERNADOR VALADARES – A manhã desta sexta-feira (25) marcou uma nova etapa na longa história da construção do Hospital Regional de Governador Valadares. Autoridades estaduais e municipais se reuniram no canteiro de obras da unidade para vistoriar os trabalhos. Durante a vistoria a comitiva do Governo de Minas reforçou o compromisso de concluir a construção até o primeiro semestre de 2026.
Participaram da visita os secretários de Estado da Saúde, Fábio Baccheretti, e de Infraestrutura, Pedro Bruno; o deputado federal Hercílio Diniz (MDB), o deputado estadual Enes Candido (Republicanos), o prefeito de Governador Valadares, Coronel Sandro (PL), o vice-prefeito Mourão (PL), além de vereadores e lideranças políticas da região.

Conclusão em 2026
De acordo com o secretário de Saúde, Fábio Baccheretti, o Estado já iniciou a compra dos equipamentos que serão utilizados no hospital. Além disso, Baccheretti reafirmou que a conclusão acontecerá no primeiro semestre de 2026. “A nossa vinda aqui é exatamente para fazer essa fiscalização e inspeção da obra. E nós estamos ainda com o nosso prazo de primeiro semestre do ano que vem [para a conclusão da obra], nós estamos em cima desse prazo, e nós estamos aqui para conseguir avançar. Adianto que nós já compramos alguns equipamentos, os tomógrafos já estão no almoxarifado da Secretaria de Saúde em Belo Horizonte, o nosso novo aparelho de hemodinâmica, chega em outubro e já estará guardado conosco; os demais equipamentos também, e o nosso contrato de gestão com o vencedor deve ser assinado aí nos próximos 2 meses, para que a gente consiga essa organização, para que a obra ficando pronta no primeiro semestre do ano que vem, a gente consiga no ano que vem abrir as portas para os primeiros pacientes”, disse Baccheretti.
O secretário também destacou o impacto da nova unidade para toda a região Leste de Minas. “Este hospital vem para dar uma reorganizada na saúde da região Leste, lembrando que o hospital de Teófilo Otoni fica pronto ainda este ano, que já vai diminuir o peso na região de Valadares. E com o novo hospital de Valadares também no ano que vem, a gente fecha então a região Leste do estado, Vale do Aço, Mucuri, com mais de 600 leitos – 400 leitos em Teófilo Otoni e mais 220 leitos aqui, dando 1 alívio especialmente pro Hospital Municipal, que hoje de fato recebe toda uma pressão. Este hospital vem pra reordenar e ajudar muito o município de Valadares em especial as regiões em volta”, completou.
Até o momento, a execução da obra chegou em 69%
Mesmo com a assinatura do contrato de retomada em fevereiro de 2024 e do reinício oficial das obras em março do mesmo ano, a execução do Hospital Regional de Governador Valadares permanece tecnicamente estagnada, com cerca de 69% da construção concluída — mesmo percentual registrado desde a paralisação em 2016. Segundo o Governo de Minas, a fase atual envolve ajustes técnicos e estruturais necessários para dar continuidade ao projeto, que ficou anos exposto à ação do tempo e ao vandalismo.
O secretário de Infraestrutura, Pedro Bruno, ressaltou os desafios técnicos e legais enfrentados pela obra, além do avanço nas últimas semanas. “Estamos tratando aqui de uma questão de desapropriação também com uma propriedade particular, porque é muito importante a gente avançar agora com a frente do acesso ao hospital e vocês podem notar até nos últimos dias o avanço da obra em relação ao próprio acesso. Hoje também o representante do DNIT vai estar conosco aqui para tratar também de algumas ocupações irregulares que estão na faixa de domínio da BR, que é a jurisdição do DNIT”, explicou.
Pedro Bruno ainda comentou sobre a complexidade da obra: “Então a gente tem feito um trabalho muito cuidadoso pessoal, é um lego muito complexo, um hospital, sobretudo, que ficou muito tempo [com] a obra paralisada. Às vezes eu falo que é mais fácil fazer do zero do que você poder adaptar a estrutura de uma obra que ficou muito tempo paralisada, foi vandalizada infelizmente.”
Segundo ele, o cronograma está mantido com previsão para a conclusão em maio de 2026. “A gente tem hoje uma execução financeira da ordem de 11% desse contrato, que não corresponde exatamente com o que já foi feito, porque tem várias frentes em andamento, ainda estão em processo de medição, mas hoje o que eu posso falar com muito conforto é que a gente tem bastante segurança do cumprimento desse cronograma original contratualizado, que é até o final do primeiro semestre do ano que vem.”
Expectativa por alívio no sistema de saúde municipal
O prefeito Coronel Sandro reforçou a importância do hospital para aliviar a pressão sobre o sistema de saúde municipal. “Olha, todos nós sabemos que hoje a saúde pública é uma das principais demandas do Brasil. Não tem hora para passar mal, não tem hora para ficar doente. A região de Governador Valadares, ela precisa desse hospital funcionando porque ele vai desafogar muito a rede municipal instalada aqui no nosso município, que eventualmente, dependendo do momento e do tempo, não está atendendo adequadamente em quantidade suficiente a demanda que tem chegado ao município.”
Para ele, o funcionamento do Hospital Regional beneficiará também os municípios vizinhos. “A gente acredita que com o hospital funcionando plenamente, todos os municípios no entorno de Governador Valadares da nossa região, eles serão acolhidos aqui no Hospital Regional. A rede municipal vai ficar disponível para atender o paciente de Governador Valadares. Eu acho que essa equação combina tudo o que pode ser de melhor na área da saúde. Melhorando a qualidade e ampliando a quantidade de procedimentos e atendimentos de leitos para atender a população.”
Coronel Sandro também fez questão de lembrar o histórico da obra: “Olha, eu acho que toda a Minas Gerais, em especial as pessoas que moram aqui na região de Governador Valadares, são fiscais dessa obra, mesmo porque nesses tempos de rede e que todo mundo é produtor de conteúdo, jornalístico não, mas simultaneamente se transmite qualquer informação para qualquer lugar do mundo. Então, eu acredito que a nossa função de fiscal arrefeceu um pouco, mas nós nunca deixaremos de cobrar do Estado.”
“Eu participo desse processo desde quando eu atuava como deputado estadual. A coisa mais difícil nesse Brasil é utilizar o recurso público. Ele tem que ser usado com parcimônia, com cuidado, realmente, porque não pode haver desperdício, nem desvio. Mas a complexidade das normas que existem para usar o recurso público chega a ser insano. Esse hospital que já era para estar funcionando há mais de três anos e por questões legais, entraves burocráticos, empresas que perdem, entram com o recurso, Tribunal de Conta que suspende a execução da obra. Nós estamos até agora esperando um hospital que já era para estar pronto há muito tempo”, desabafou o prefeito.
“Então sim, só para finalizar nós vamos continuar fiscalizando, mas eu sei que todo o povo da região do Vale do Rio Doce está fiscalizando essa obra e cobrando. A gente percebe que realmente você só tem um esqueleto aqui e não sei nem em quanto tempo isso pode ficar pronto e em condição de utilização”, completou.
Fiscalização política e cobrança por celeridade
Já o deputado estadual Enes Candido ressaltou que acompanha o projeto desde o início do seu mandato. “Estou há quase dois anos e meio na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. A principal demanda do meu mandato é o retorno e a retomada dessas obras que eu estou acompanhando desde que cheguei na Assembleia. O primeiro momento era a paralisação das obras, que foi vencida. Depois, nós tivemos um problema jurídico também vencido. E o principal problema que a gente vê no Brasil inteiro é a falta de um recurso que não é o problema dessa obra. O recurso está garantido em conta.”
A preocupação dele, no entanto, é com o ritmo dos trabalhos. “E o que me preocupa, e eu moro em Governador Valadares, é a celeridade da obra. Então, eu pedi para os dois secretários, os ordenadores de despesa dessa obra, que viessem em loco junto comigo para que a gente pudesse fiscalizar e entender se essa empresa está seguindo o cronograma de obra para que, no próximo ano, a gente possa inaugurar o hospital”, afirmou. “Vale a pena dizer também que, além da obra que está acontecendo aqui – a obra civil – a Secretaria de Estado já está adquirindo os equipamentos, ou seja, complementando a obra, a Secretaria de Saúde está fazendo a sua parte na aquisição de equipamentos para, assim que acabar a obra, o hospital seja equipado e possa ser entregue à população de Valadares.”
Uma década de promessas e entraves
A construção do Hospital Regional de Governador Valadares começou em março de 2013, com a promessa de transformar a estrutura de saúde da região Leste de Minas. Em 2015, as obras foram suspensas e, em agosto de 2016, com cerca de 69% do projeto executado, os trabalhos foram totalmente paralisados.
Desde então, a unidade foi alvo de reavaliações, entraves jurídicos e processos licitatórios que se arrastaram por anos. Em 2020, o Governo de Minas anunciou a retomada das obras, com previsão de entrega para julho de 2022, mas a pandemia da covid-19 impediu a continuidade.
Somente em fevereiro de 2024 o contrato para a retomada foi assinado, e as obras foram reiniciadas em março. Segundo o Governo de Minas, o investimento atual para conclusão da unidade é de R$ 83 milhões. Os recursos fazem parte das ações de reparação da Bacia do Rio Doce, após o rompimento da barragem em Mariana, ocorrido em 2015. Porém, como o processo de reparação está paralisado judicialmente, o Estado decidiu assumir a execução de ações estratégicas para garantir o avanço da obra.
Estrutura e atendimento regional
O Hospital Regional contará com 226 leitos — sendo 176 de internação, 40 de UTI e 10 de cuidados semi-intensivos — e será referência para cerca de 700 mil pessoas em 51 municípios. A unidade oferecerá atendimento de urgência e emergência, cirurgias eletivas, internações e exames de imagem, ajudando a desafogar o sistema de saúde pública de Valadares e cidades vizinhas.
Comments 8
Qual obra será entregue primeiro: Hospital Regional, a duplicação da BR 381, a reforma do aeroporto de GV ou o Bondinho da Ibituruna?
Ou a ponte do São Raimundo no Vila Isa.
Duplicação ponte são Raimundo.
Papai Noel existe, nunca vai terminar está obra
Vai arrastar por muito tempo, até a reeleição do atual prefeito. É assim a política de Minas Gerais.
Vamos acompanhar o deeenvolvimento da obra e cobrar, se necessario.Por enquanto, palmas!
Está escrito na reportagem, ” Estado decidiu assumir a execução de ações estratégicas para garantir o avanço da obra.”. Tá de brincadeira esses governantes 10 anos de obra parada.
E A DUPLICACAO DA PONTE DO BAIRRO VILA ISA?
E MUITA ENROLACAO.
HAJA PACIENCIA.