O feriado do 1º de maio de 2020 entrará para a história como um dos maiores desafios dos trabalhadores. Com boa parte da população mundial confinada por causa do Covid-19, não há muitos motivos para celebrar a data.
Sem as tradicionais passeatas, os sindicatos aproveitarão o 1º de maio para ressaltar o papel crucial dos trabalhadores na linha de frente da área da saúde e demais servidores na área da segurança e na prestação de serviços, que não pararam em nenhum momento durante o período de isolamento social.
“Esse é um dia que nos faz refletir, principalmente em um momento delicado com esse, em que não só profissional da saúde, mas faxineiros e até atendentes de hospitais se arriscam para um bem maior. Um dia importante para lembrar da importância de cada um e mostrar que todos os trabalhadores devem ser reconhecidos e valorizados”, comentou o técnico em radiologia Gildásio Alves da Silva, que trabalha no Hospital Municipal de Valadares.
Para Dirley Henriques, presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Governador Valadares (Sinsem-GV), 2020 será marcado pela força e determinação que o funcionalismo público está enfrentando em meio à pandemia.
“Neste 1º de maio, de tempos difíceis de pandemia, a importância do trabalhador é cada vez mais evidente. Nós, servidores públicos, somos a principal força de trabalho contra o coronavírus. Estamos nos principais serviços públicos que atendem à população que mais precisa. São os servidores públicos que cuidam de você e da sua cidade. Reconhecemos aqui todos aqueles que se dignificam pelo seu trabalho e dedicação à nossa comunidade”, disse.
Henriques ressalta o papel dos trabalhadores “esquecidos”, que continuam trabalhando com frequência e colocando a vida em risco “Fica evidente a importância desses trabalhadores neste momento. O entregador, o atendente do supermercado ou o caminhoneiro são às vezes esquecidos e desvalorizados. Todos eles são fundamentais para o nosso sustento”, ressaltou.
A taxa de desocupação subiu para 12,2% no primeiro trimestre deste ano, uma alta de 1,3 ponto percentual (p.p) na comparação com o último trimestre de 2019, segundo a Pnad Contínua, divulgada na quinta-feira (30) pelo IBGE. Trata-se de 1,2 milhão de pessoas a mais na fila por um emprego. O Brasil soma hoje 12,9 milhões de desempregados.
Houve perdas em todas as atividades: indústria (2,6%), construção (6,5%), comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (3,5%), alojamento e alimentação (5,4%), outros serviços (4,1%) e serviços domésticos (5,9%). De fato, em alguns desses setores, a pandemia da Covid-19 contribuiu para aumentar a taxa de desemprego.
As medidas provisórias editadas e publicadas nos últimos dias pelo governo federal buscam soluções emergenciais para a manutenção do emprego, da renda e da atividade econômica do Brasil durante a pandemia. Alguns profissionais estão trabalhando em casa.
Dentre as medidas em vigor estão a redução da jornada de trabalho e do salário, a suspensão temporária do contrato de trabalho por meio de acordos individuais ou coletivos, a antecipação de férias e adiamento do recolhimento do FGTS.