O candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou nesta sexta-feira (14) que nenhum presidente da história do país usou a máquina pública em uma campanha como Jair Bolsonaro (PL), mas que, ainda assim, ele perderá a disputa.
“Ele pode gastar o que ele quiser, está dado. O destino do Bolsonaro está traçado: ele vai ter que ter humildade e, no dia primeiro de janeiro, entregar a faixa”, afirmou Lula, em entrevista antes de ato de campanha no Recife.
O ato de Lula no Recife acontece um dia após a passagem do presidente Jair Bolsonaro (PL) pela cidade com público esvaziado.
O evento de campanha no Recife encerra a semana de périplo de Lula pelo Nordeste, principal reduto político do PT. O ex-presidente passou por Salvador (BA), Aracaju (SE) e Maceió (AL) e deverá retornar ao Nordeste antes do segundo turno.
Com a visita a Pernambuco, Lula busca ampliar a diferença de votos em relação a Bolsonaro. No primeiro turno, o candidato do PT obteve 65,27% dos votos válidos no estado, ante 29,91% do candidato à reeleição pelo PL.
Durante a agenda em Pernambuco, Lula está acompanhado da candidata a governadora Marília Arraes (Solidariedade). No primeiro turno, o petista apoiou Danilo Cabral (PSB), que acabou em quarto lugar. Na primeira rodada, Marília fez campanha para Lula, mesmo sem ter o apoio oficial do ex-presidente.
A adversária de Marília no segundo turno para o Governo de Pernambuco é Raquel Lyra (PSDB), que lidera as pesquisas de intenção de voto no segundo turno. A caminhada de Lula no Recife é vista pela campanha de Marília como uma vitrine para tentar reverter o cenário.
A candidata do PSDB a governadora declarou neutralidade no segundo turno presidencial. Diante disso, Marília Arraes aposta na nacionalização da eleição e tenta associar Raquel Lyra ao bolsonarismo. Quem vencer será a primeira governadora mulher do estado.
No ato, Lula estava acompanhado também do governador Paulo Câmara (PSB) e do prefeito do Recife, João Campos (PSB). A presença de João Campos no mesmo evento de Marília Arraes provoca uma situação atípica após oito anos de oposição da candidata do Solidariedade ao PSB.
Lula foi um dos responsáveis por apaziguar os ânimos entre João e Marília, que em 2020 travaram uma disputa no segundo turno pela Prefeitura do Recife. Na ocasião, Campos investiu no antipetismo como plataforma de campanha contra a prima de segundo grau, à época filiada ao PT. Marília passou seis anos na sigla petista e deixou a legenda em março deste ano para se lançar ao governo estadual. JOSÉ MATHEUS SANTOS E NICOLA PAMPLONA/FOLHAPRESS