Deputado rebate suspeitas e afirma que tomará medidas legais
GOVERNADOR VALADARES – O deputado federal Euclydes Pettersen (Republicanos), negou nesta segunda-feira (22) a informação de que teria vendido uma aeronave para a ONG ITT. O parlamentar afirmou que a notícia é falsa e anunciou que notificou judicialmente os veículos de comunicação responsáveis pela divulgação.
Segundo Pettersen, outras medidas judiciais, tanto na esfera cível quanto criminal, estão sendo providenciadas. Ele ressaltou que não era proprietário da aeronave citada e classificou a divulgação como um ataque à sua imagem pública.
O parlamentar destacou que a legislação brasileira prevê punições para a propagação de informações falsas. O artigo 140 do Código Penal trata do crime de difamação, que pode resultar em reclusão, além de agravantes, quando comprovado o dolo de prejudicar a honra de terceiros.
“Reafirmo meu compromisso com o produtor rural e com a legalidade de todas as emendas parlamentares que destinei. O objetivo sempre foi apoiar o homem do campo em Minas Gerais. Continuarei trabalhando em prol da melhoria de vida dos cidadãos mineiros”, declarou o deputado.
Com a ação, Pettersen busca não apenas reparar sua imagem, mas também reforçar a importância do combate à disseminação de notícias falsas no debate público.
As denúncias foram feitas pelos jornais Estado de S. Paulo e Metrópoles. Segundo os jornais Euclydes está no centro de uma operação comercial suspeita envolvendo dinheiro público. Conforme revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo e confirmado pelo Metrópoles, o parlamentar teria vendido uma aeronave ao presidente de uma ONG que havia recebido R$ 2,5 milhões em emendas parlamentares enviadas por ele próprio.
As emendas, repassadas por Pettersen entre 2022 e 2023, teriam sido destinadas ao Instituto Terra e Trabalho (ITT), uma ONG parceira da Conafer — entidade envolvida no esquema conhecido como Farra do INSS.
Entre os dois repasses feitos pelo deputado ao ITT, Pettersen teria vendido uma aeronave Cessna Aircraft, modelo 172RG e prefixo PR-ATM, ao presidente da ONG. O avião havia sido comprado por Pettersen e um sócio em janeiro de 2021 por R$ 320 mil. Dois anos depois, em março de 2023, foi vendido a Vinícius por R$ 400 mil.
A transação teve um desdobramento suspeito: em junho de 2025, a aeronave passou a estar registrada em nome de Silas da Costa Vaz, secretário da Conafer, por R$ 700 mil. Vaz foi beneficiário do Auxílio Emergencial durante a pandemia, recebendo R$ 4.050. Atualmente, vive no Recanto das Emas, região de baixa renda do Distrito Federal, o que levanta suspeitas de que ele seja um laranja no esquema, segundo os jornais Estado de São Paulo e o portal Metrópoles.
Funcionário da Conafer há uma década, Silas afirmou que nunca comprou avião. “Eu não me lembro [de ter assinado qualquer documento]. Toda hora eu assino documentos”, disse. A Conafer, por sua vez, justificou que “não pode ser proprietária de um bem que não está registrado em seu CNPJ”.
As emendas
Segundo divulgado pela imprensa, o deputado Euclydes Pettersen destinou duas emendas parlamentares ao Instituto Terra e Trabalho (ITT), organização com vínculos diretos com a Conafer. A primeira, no valor de R$ 1,5 milhão, foi empenhada em outubro de 2022. A segunda, de R$ 1 milhão, foi repassada em dezembro de 2023. Os recursos tinham como finalidade a realização de capacitações para agricultores e serviços de inseminação de gado bovino no estado de Minas Gerais.
Procurado pela equipe do DIÁRIO DO RIO DOCE, o deputado negou que tenha vendido a aeronave a Vinícius, embora não tenha apresentado documentos que comprovem sua versão. Por meio de sua assessoria, afirmou ainda que a notícia é “mentirosa, com cunho calunioso e difamatório”, e informou que “já estão sendo adotados os procedimentos jurídicos para a exclusão imediata da publicação, com o direito de retratação”.







