Após um ano é possível notar o agravamento da pandemia do coronavírus no Brasil. Como efeitos, os brasileiros sofrem com a crise econômica, o desemprego, a fome e o aumento da vulnerabilidade social. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 68% dos trabalhadores que ficaram sem trabalho no segundo trimestre de 2020 tinham cargos informais, ou seja, ficaram sem direitos trabalhistas, como FGTS, seguro-desemprego, acerto pelo tempo trabalhado, pagamento de férias e 13º salário.
A catadora de materiais recicláveis Amanda, de 33 anos, trabalhava em uma academia, mas ficou desempregada quando o local fechou, devido às restrições da pandemia. Ela chegou a receber algumas parcelas do auxílio emergencial oferecido pelo governo, mas, ao ser contratada em uma padaria, acabou perdendo o benefício.
Há cerca de um mês e meio desempregada, desde que foi dispensada do segundo emprego, ela reclama dos valores dos produtos básicos de alimentação e higiene, que estão cada vez mais desproporcionais. “Está um absurdo! Tudo alto, um absurdo!”, exclamou.
Mas, além do auxílio emergencial – valores que variam entre R$ 375, R$ 250 e R$150 -, as famílias mais vulneráveis podem contar com a ajuda dos poderes públicos em parceria com a Cruz Vermelha e a rede CRAS (Centro de Referência de Assistência Social), que promovem campanhas de arrecadação e doação de cestas básicas, além de produtos de limpeza e higiene.
A coordenadora da Cruz Vermelha em Governador Valadares, Wil Costa, explica como a entidade arrecada as doações e é feito o contato com as pessoas que são atendidas pelas assistentes sociais: “Nós em Governador Valadares não temos uma sede e nem temos veículos. Então, não temos um ponto fixo de arrecadação. Contamos sempre com parceiros ou campanhas. Nós somos auxiliares dos poderes públicos. Trabalhamos em coordenação com outras instituições na busca pelas informações de famílias com vulnerabilidade social. Aqui em governador Valadares coordenamos as informações dessa família com a rede CRAS [Centro de Referência de Assistência Social] e temos os nossos voluntários da assistência social que fazem a investigação socioeconômica dessas famílias para poder identificar o nível de vulnerabilidade social e assim selecionar as famílias que serão atendidas”, explica.
Quem tem direito de receber?
Podem receber as doações direcionadas pela assistência social famílias que estão inseridas no Cadastro Único e obtiveram algum dos benefícios oferecidos pelo programa social, como, por exemplo: o Bolsa Família e o programa Minha Casa Minha Vida.
Como faço para receber?
Para se inscrever no Cadastro Único é preciso buscar o CRAS de Governador Valadares. Ao realizar a entrevista no local, a família deve escolher um membro (com mais de 16 anos, que seja da família e more no mesmo local) como responsável por responder às perguntas realizadas no cadastro.
