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Comunidade do Carapina vai virar histórias em quadrinhos

FOTO: Arquivo Pessoal

GOVERNADOR VALADARES – A rua Tupinambás, a caixa d’água no formato de um bilboquê, a Escola Estadual Carlos Luiz. A revista Almas Seladas em Turminha Carapina dá vida a lugares que são bastante familiares para os moradores do bairro, que agora ganham traços de história em quadrinhos. Escrita e criada pela produtora cultural Marcela Figueiredo e com ilustrações de Suelen Tavares Dutra, dessa forma, a HQ tem como cenário o Morro do Carapina.

Desmistificar preconceitos

A ideia da revista, no entanto, é apresentar a realidade dos moradores de comunidades periféricas, desde temas como igualdade racial, diversidade cultural, memória afetiva, gastronomia, rotas turísticas ou até uma simples compra no supermercado. Mas, além disso, segundo a autora, as histórias também buscam desmistificar preconceitos e discriminações em relação a essa comunidade.

“Muitas vezes a comunidade não consegue ser alcançada pelas políticas públicas da juventude. Este projeto é uma ponte de comunicação entre uma comunidade demonstrando tudo que ela tem ou representa, as dificuldades do seu dia a dia para toda a sociedade. Dessa forma fica muito claro para a sociedade as dificuldades que o ambiente enfrenta e como ele precisa ser atendido. Após explicado isso, já podemos dizer que este projeto é uma ferramenta de comunicação entre as empresas e autoridades com a comunidade”, destacou Marcela Figueiredo.

Referências para a obra

De acordo com Suelen Tavares, as principais referências para a HQ foram Turma da Mônica e Menino Maluquinho. A ilustração da revista apresenta um estilo de cartoon clássico, que todo brasileiro conhece. São quadros típicos para leitura simples e direta, personagens carismáticos que geram identificação.

“Para a criação de personagem utilizei a linguagem cartoon para conversar com seu público, onde as maiores características são rostos mais circulares, bocas maiores para serem bem expressivas, e com corpinhos mais simples para dar mais mobilidade a suas emoções durante a história”, disse a ilustradora.

O lançamento da primeira edição da revista será no dia 29 de setembro, no Teatro do CEU das Artes, no bairro Santa Efigênia, às 18h. A entrada é gratuita. O lançamento do livro faz parte do projeto no Edital Doce 2 da Fundação Renova.

A arte imita a vida

Pedrinho, Bruna e Joãozinho são os protagonistas da Turminha Carapina, e é pelos olhos desses personagens que a história se propõe a mergulhar ainda mais na realidade dessa comunidade.

As histórias de cada personagem se misturam com as histórias de muitos adolescentes que moram no Carapina. O Pedrinho ainda não sabe o que quer ser quando crescer. Ele conhece o bairro inteiro e todo mundo da comunidade; sente falta do seu pai, que fica fora o dia todo a trabalho. A Bruna mora com a avó, já que a sua mãe está fora do país a trabalho; ela quer estudar para ser cientista. E o Joãozinho tem o sonho de ser jogador de futebol; ele é bom em todo esporte que pratica. Mas seu pai não o apoia e fala que o garoto precisa trabalhar.   

Na primeira edição teremos Pedrinho apresentando o Morro do Carapina e as histórias por trás das conquistas e esforços da comunidade. Já na segunda edição, os personagens caminham por uma rota permeada de temas como a memória afetiva, economia familiar e a importância que terá, para a comunidade, o Festival de Memórias do Carapina. Além disso, o leitor poderá conhecer novas personagens como O Caramelo (cachorro do Joãozinho), a Dona Chica (avó da Bruna); e a música tema da segunda HQ, ‘A Favela é Nóis’, do MC Cri, da Rua Tupi.

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