Cerca de 1.300 litros de álcool em gel serão repassados para a comunidade indígena Krenak
Estudantes e servidores do campus Governador Valadares da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF-GV) e do Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG-GV) constituíram na última semana um grupo de trabalho para produzir e distribuir cerca de 1.300 litros de álcool em gel para a comunidade indígena Krenak.
Os recursos para a compra dos materiais necessários para a produção foram levantados pelo Instituto Shirley Djukunã Krenak. Após intermediação da professora Schirley Policário, do departamento de Ciências Contábeis, representantes da UFJF-GV e IFMG-GV se reuniram com a responsável pelo instituto, Shirley Krenak, e viabilizaram a aquisição dos insumos e produção do álcool em gel.
De acordo com o diretor do Instituto de Ciências da Vida e professor do departamento de Farmácia da UFJF-GV, Ângelo Denadai, esta parceria é importante para o enfrentamento da pandemia na medida em que busca reduzir as possibilidades de contágio dos krenak pelo novo coronavírus. “O instituto da Shirley Krenak conseguiu levantar aproximadamente R$ 10 mil que foram revertidos para a compra do etanol, dos agentes higienificantes e das embalagens em que faremos a locação do material produzido nos nossos laboratórios. Esperamos, então, poder contribuir no combate a esta pandemia ao lado dos krenak, que a partir deste momento são nossos parceiros”.
O professor Ângelo destacou que são produzidos diariamente cerca de 100 litros de álcool em gel por dia. “Enviaremos a primeira remessa aos krenak assim que conseguirmos produzir e embalar 650 litros”.
Máscaras para os Maxakali
Além de levantar recursos para a produção do álcool em gel, o Instituto Shirley Djukunã Krenak fez a doação de tecidos que serão utilizados para a confecção de cerca de duas mil máscaras a serem repassadas para a população indígena Maxakali.
As máscaras serão confeccionadas por voluntários da comunidade externa, servidores e estudantes da UFJF-GV, que, desde o início de abril, trabalham na produção de máscaras caseiras para comunidades indígenas e entidades de atendimento a idosos e a pacientes em tratamento médico. Para a professora Shirley Policário, uma das idealizadoras do grupo de trabalho, é sobretudo em momentos de crise que a universidade deve demonstrar em diversas frentes a sua vocação pública.
“As universidades devem impulsionar suas pesquisas na busca da cura da Covid-19 e, também, em paralelo, deve criar ações de conscientização e mobilização da população sobre como evitar o contágio, bem como produzir máscaras e álcool em gel para prevenir a transmissão do novo coronavírus. Podemos, ainda, por outro lado, utilizar nossos profissionais para auxiliar, por exemplo, aos pequenos empresários neste momento de crise. Toda crise potencializa novas descobertas, novos modelos de sociedade e de economia. A universidade, por sua vez, deve estar inserida como protagonista nestas transformações”, concluiu Schirley Policário.