A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) realizou, na tarde desta segunda-feira (22), uma entrevista coletiva on-line sobre os desdobramentos do caso da morte da enfermeira Priscila Cardoso da Silva, 35 anos. O delegado de Santana do Paraíso, Alexandro Silveira Caetano, explicou que a linha de investigação do crime está entre feminicídio e latrocínio.
De acordo com o delegado, Reginaldo, já durante a prisão em Guarapari e antes de ter contato com advogado, alegou que teve um caso amoroso com a vítima durante três meses e, por não ter aceitado a separação, a raptou para tentar convencê-la a voltar com ele. Mas essa versão é contestada e Alexandro Silveira acredita que seja uma forma de evitar que o crime seja qualificado como latrocínio, pois o autor confesso também disse que o tiro foi acidental, após a tentativa da enfermeira de segurar a arma apontada para ela.
“Ele sequer soube informar o nome completo da vítima. Não soube informar sobre idade nem sinais particulares dela, como tatuagem, já que ela possuía uma tatuagem visível. Ele não soube informar sobre amigos, contatos em comum, quem sabia, quem não sabia desse suposto relacionamento deles. Ele não tinha o telefone da vítima nem de qual operadora era”, conta o delegado.
Alexandro Silveira Caetano revelou a suspeita de que Reginaldo não conhecia a enfermeira da forma que alega. “Pode ser que ele a conhecesse através de vigilância. Ele estabeleceu primeiro todo um planejamento, um crime que foi planejado anteriormente. Sabia toda a circunstância habitual da vítima.”
O corpo de Priscila foi encontrado na manhã do último sábado (20) sem camisa e com o zíper da calça aberto, em uma mata de eucalipto nas proximidades de Ipaba, município do Colar Metropolitano do Vale do Aço, local indicado por Reginaldo. Mas o delegado informou que é difícil constatar se houve abuso sexual, devido ao estado de decomposição do corpo. No entanto, ressaltou que tem indícios de violência física, pois o laudo do IML indicava que o fêmur direito, um dente e dois dedos da mão dela estavam quebrados, além de uma fratura no crânio.
Reginaldo está preso no Ceresp de Ipatinga e as investigações sobre o caso prosseguem para apurar se o crime foi feminicídio, como o suspeito alega, com pena de 12 a 30 anos de prisão, ou de latrocínio, que prevê pena mínima de 20 anos de prisão, bem como outros fatos sobre o caso.
Pela PCMG, o trabalho investigativo é realizado por meio da Delegacia de Polícia Civil em Santana do Paraíso, pertencente à Regional em Ipatinga, e conta com o apoio do Departamento de Operações Especiais (Deoesp).