Nos bastidores, uma possível volta da disputa do Campeonato Mineiro era pensada para acontecer apenas depois de agosto
Foi realizada nesta quarta-feira (3) uma reunião para tratar do impacto da pandemia do novo coronavírus no esporte e discutir estratégias para o retorno das disputas dos módulos I e II do Campeonato Mineiro. A reunião aconteceu na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e contou com a presença do presidente da Federação Mineira de Futebol (FMF), Adriano Aro, e dos médicos de América (Cimar Eustáquio), Atlético (Rodrigo Lasmar) e Cruzeiro (Daniel Baumfeld).
O pico da pandemia em Minas Gerais deve ocorrer apenas no fim de julho ou em agosto e foi apontado como motivo para não retornar com o Campeonato, de acordo com o comitê de enfrentamento à Covid-19, da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH).
Volta ou não volta
Adriano Aro, presidente da FMF, disse desejar que o futebol retorne o mais rápido possível. “Mas é necessária prudência, para oferecer segurança a todos os envolvidos: atletas, árbitros, dirigentes, imprensa, comissão técnica e outros profissionais”, ressalvou.
O dirigente lembrou que a FMF foi a primeira entidade a determinar jogos com portões fechados e a primeira a suspender os jogos do Campeonato Mineiro.
Os deputados Fábio Avelar de Oliveira (Avante) e Alencar da Silveira Jr. (PDT) estavam na reunião e defenderam o retorno das atividades do futebol amador e mesmo das escolinhas de futebol. Adriano Aro afirmou, no entanto, que nem mesmo as categorias de base têm recursos para garantir um mínimo de controle e checagem dos participantes. “Temos que trabalhar com a realidade”, afirmou.
Clubes detectaram pessoas infectadas em testes para treinamento
Os médicos responsáveis pelos três maiores clubes de futebol de Minas Gerais – América, Cruzeiro e Atlético – defenderam a preparação que já ocorre para um eventual retorno, mas também se mostraram reticentes sobre prazos.
Rodrigo Lasmar, médico do Atlético, disse que a testagem periódica de atletas e funcionários nas primeiras duas semanas de treinos depois da flexibilização do isolamento social já revelou pessoas que inicialmente não tinham indícios de Covid-19 e se infectaram posteriormente.

Democrata
A diretoria do Democrata já informou ao DRD que o clube somente tomará decisões com um comunicado oficial da FMF/CBF. A situação do retorno do Módulo 2 é pior, devido às relações contratuais dos jogadores, que se encerraram no final de maio.
“A FMF tem de trabalhar com a realidade do nosso futebol. Os clubes profissionais da primeira divisão possuem um certo poderio econômico. Abaixo deles, os clubes da segunda divisão possuem um poderio econômico menor; abaixo, as categorias de base e, abaixo de tudo, os clubes amadores, até porque não visam lucro e, na maioria das vezes, é um futebol que não recebe o investimento adequado, um segmento do futebol que depende de mais auxílio dos órgãos e entidades e tem um caráter social e recreativo”, afirmou o presidente da FMF.