GOVERNADOR VALADARES – Com clima seco e ventos fortes, chegamos na época do ano em que é considerada propícia para uma brincadeira bastante tradicional: empinar pipas. Contudo a diversão pode apresentar riscos e causar acidentes graves. A Cemig alerta que, além dos possíveis acidentes fatais com as linhas chilenas e o cerol, a brincadeira pode causar a falta de energia em grandes circuitos do sistema elétrico.
No primeiro semestre de 2024, a companhia registrou aproximadamente 458 ocorrências com a rede elétrica causadas por pipas. Desse modo, quase 100 mil clientes foram prejudicados em todo o Estado. Apenas na região Leste essa brincadeira gerou cerca de 26 ocorrências de falta de energia, deixando aproximadamente 4 mil unidades consumidoras sem luz.
Posteriormente, em 2023, a Cemig registrou 2.837 ocorrências causadas pelo brinquedo e, com isso, 760 mil clientes foram atingidos. Seguindo na região Leste do Estado, foram 225 ocorrências e mais de 62 mil residências com o fornecimento de energia interrompido. Vale ressaltar também que além de todo prejuízo causado, a utilização de material cortante na prática da brincadeira pode ter consequências fatais. Nessa semana, um homem, de 23 anos, morreu ao ser cortado por uma linha chilena na MG-010, em Vespasiano, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Segurança em primeiro lugar
De acordo com o técnico de Segurança do Trabalho da Cemig Cesar de Jesus Souza, a brincadeira de soltar pipas não deve ser feita em áreas urbanas. O especialista afirma que a prática deve ser feita em áreas abertas e distantes da rede de distribuição da companhia.
“Hoje em dia, com a grande quantidade de rede de distribuição nos centros urbanos, a brincadeira de soltar pipas ficou inviável nesses locais. Caso a pipa fique presa em um componente da rede elétrica, a pessoa pode tomar um choque de até 13.800 volts. Por isso, é fundamental que os pais orientem os seus filhos para evitar acidentes que podem até matar”, pontua.
Mantenha distância da rede elétrica
Cesar também alerta que nunca se deve tentar resgatar pipas presas na rede elétrica, pois o risco de acidentes é muito grande. “As redes de distribuição, de transmissão e as subestações da Cemig são construídas dentro dos padrões das normas técnicas brasileiras com características e distanciamento que são seguros. Dessa forma, a aproximação indevida e o uso de cerol e linha chilena têm sido os motivos dos principais acidentes com a rede elétrica da companhia”, destaca.
Nesse ínterim, o especialista pede consciência aos pais e jovens para evitar a soltura de pipas em ambientes próximos da rede da Cemig e também não utilizar, em hipótese alguma, as linhas cortantes. “As consequências das ocorrências podem ser catastróficas para um hospital, por exemplo”.
Lei proíbe uso de linhas cortantes
A lei 23.515/2019 proíbe a utilização de cerol ou linha chilena em nosso Estado. Essa legislação, que veda a comercialização e o uso de linha cortante em pipas, papagaios e similares, está em vigor desde dezembro de 2019. A multa para quem for flagrado vendendo linhas cortantes varia de R$ 5.279,70 a R$ 263,98 mil (em casos de reincidência). Já quando a linha cortante apreendida estiver em poder de criança ou adolescente, seus pais ou responsáveis legais serão notificados da autuação e o caso será comunicado ao Conselho Tutelar.