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Brasileira vai votar pela primeira vez nos EUA e diz estar preocupada com xenofobia e violência

FOTO: Brazilian Times

Suzane Sena, 43 anos, baiana residente nos Estados Unidos há quase uma década, expressou com orgulho sua participação na eleição americana deste ano. Esta será a primeira vez que ela vota como cidadã norte-americana, um marco em sua trajetória de imigrante. Suzane, que vive em Nova York, destaca seu apoio à candidata democrata Kamala Harris, mas também alerta para a polarização e o risco de violência no país.

Em entrevista para Jamil Chade, colunista do UOL, Suzane, que obteve a cidadania há três anos, compartilhou suas reflexões sobre a importância desse momento: “Vejo isso como uma extrema responsabilidade, especialmente entendendo que o que acontece nas eleições americanas reverbera mundo afora”. Para ela, o voto não é apenas um ato cívico, mas um dever de contribuir para decisões que impactam o futuro global.

Trajetória de Imigrante

Suzane chegou aos EUA inicialmente para uma visita à irmã, mas decidiu ficar para estudar inglês, atuação e produção cultural. A trajetória de sucesso incluiu um estágio em espetáculos na Broadway, como Spiderman e Promise, Promise. Anos depois, ela fundou sua própria produtora, a Osupa Productions.

“Conseguir trabalhar com grandes produções em Nova York foi um sonho. Quando abri minha própria produtora, senti que estava realizando algo ainda maior para a comunidade brasileira e imigrante”, disse Suzane.

Apoio a Kamala Harris

Na primeira eleição em que poderá votar, Suzane não hesita em declarar sua escolha: “Sem muito esforço a Kamala (Harris) certamente terá meu voto. Essa eleição será histórica. A possibilidade de eleger uma mulher negra extremamente bem-educada e preparada logo na minha primeira eleição me alegra muito”.

Para Suzane, Harris representa uma esperança de mudança, principalmente em questões relacionadas à imigração e à recuperação econômica pós-pandemia.

A Imigração no Centro do Debate

A brasileira critica a forma como a imigração foi tratada nas últimas eleições, especialmente durante o mandato do ex-presidente Donald Trump. “Assim que ele tomou posse, ele aumentou consideravelmente todas as taxas para solicitação do green card, impossibilitando o acesso dos documentos para várias pessoas”, relembra. Ela também destacou o aumento da retórica xenofóbica, culpando os imigrantes pelos problemas do país.

A crise econômica agravada pela pandemia de covid-19 intensificou o discurso anti-imigração. “A realidade é que o país não se recuperou economicamente depois da covid-19, e o ex-presidente usa isso como plataforma política”, afirma.

Preocupações com a Violência

Suzane também expressa preocupação com a polarização política e o risco de violência nas ruas. “Tanto no dia de votação quanto na divulgação de quem foi eleito, temos que tomar bastante cuidado. O clima está tenso, e o medo de conflitos é real”, alerta.

Ela conclui ressaltando o aumento da hostilidade contra imigrantes, particularmente contra mexicanos e asiáticos em Nova York. “Acho que a hostilidade aumentou muito para os imigrantes de uma maneira geral. Mas em Nova York, os mexicanos e asiáticos sofrem ainda mais”.

Com sua participação na eleição, Suzane Sena exemplifica o peso do voto dos imigrantes, que buscam garantir um futuro melhor em seu novo lar, mas não deixam de enfrentar os desafios de uma sociedade em transformação. Brazilian Times

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