Apesar do número elevado, taxa de mortalidade está em 42,9 para cada 100 mil habitantes. Mais de um milhão e 700 mil pacientes estão recuperados da Covid-19
De acordo com a última atualização divulgada pelo Ministério da Saúde, o Brasil ultrapassou a marca das 90 mil mortes provocadas pela Covid-19. Com 1.595 registrados em 24 horas, o número assustador chegou a 90.134 na noite dessa quarta-feira (29). Já o número de pessoas infectadas pela doença chegou a 2.552.265, com 69.074 casos novos registrados no último boletim.
A curva segue em crescimento, mesmo com estados que já consideram ter ultrapassado o pior momento, e começam a ter menos casos diários. Ao mesmo tempo, o número de pessoas recuperadas aumenta. De acordo com o professor Rafael Ribeiro, que é pesquisador do Departamento de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), isso se deve à diversidade de cenários distintos da pandemia no país.
Diferentes pandemias dentro do mesmo país
“O Brasil é um país muito grande e muito heterogêneo, então, quando nós olhamos a curva de contágio, nós temos que ter em mente que, na verdade, não é uma curva só. Nós temos várias curvas, em vários estados, que estão em estágios diferentes da pandemia. Quando a gente olha, por exemplo, São Paulo, o estado ficou durante um tempo no platô, que não é um pico, mas é como se fosse um ponto alto de contágio e de óbitos que permanece estável durante um tempo. Mas São Paulo agora começa a cair esse número de contágio, já por algumas semanas. No Amazonas também nós já identificamos uma queda”, explica o pesquisador.
No entanto, ele afirma que em outros lugares, como Minas Gerais, a curva ainda está crescendo. “Isso é uma prova de que o Brasil é um país muito grande e muito heterogêneo, então não é possível se fazer uma análise agregada sobre a dinâmica da pandemia para o país, porque nós temos que considerar como que essa dinâmica está se dando nas suas diversas regiões”, ressalta.