A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, disse na última sexta-feira, 11, que o presidente Jair Bolsonaro “inaugura um mandato de mudanças” e “renova a esperança” de uma vida melhor para os brasileiros. Raquel participou da solenidade de posse de 16 novos procuradores da República, ao lado dos presidentes da República, Jair Bolsonaro, do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, e da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Dos 16 novos procuradores, apenas três são mulheres. Dentro da PGR, a presença de Bolsonaro na cerimônia foi vista como uma forma de criar pontes e buscar diálogo. Do lado da plateia, parte dos familiares dos novos procuradores aplaudiu Bolsonaro de pé e gritou “mito”.
“Agradeço, por isso, sensibilizada e muito especialmente a Vossa Excelência, presidente Jair Bolsonaro, que recém-eleito inaugura um mandato de mudanças sob a égide da Constituição e renova a esperança dos brasileiros de que a vida cotidiana seja melhor para todos, calcada em valores constitucionais caros aos brasileiros”, disse Raquel Dodge na solenidade.
“É a primeira vez que o presidente do Brasil, o presidente do Supremo Tribunal Federal e o presidente da Câmara dos Deputados comparecem a uma cerimônia de posse de procuradores da República. Esta presença inédita é um sinal grandiloquente de que a Casa é reconhecida de fato e verdadeiramente como instituição de promoção de justiça pelos Poderes da República, como quis a Constituição de 1988”, observou a procuradora-geral da República.
Em abril do ano passado, Raquel Dodge denunciou Bolsonaro, então deputado federal, por racismo praticado contra quilombolas, indígenas, refugiados, mulheres e LGBTs. A Primeira Turma do STF, no entanto, acabou rejeitando em setembro a acusação formal contra Bolsonaro por 3 a 2.
Corrupção
Em seu discurso, Raquel Dodge mencionou seis vezes a palavra “corrupção” e criticou a existência de “um sistema de privilégios” que tem dificultado o acesso a bens fundamentais.
“Temos a incumbência constitucional de zelar pela qualidade das políticas públicas e dos serviços de relevância pública. Zelamos pelo bem comum, o bem de todos, que não admite corrupção, nem dissimulação do ganho obtido ilicitamente, mas também não se compatibiliza com a omissão, a inércia e a ineficiência. Incumbe-nos também cobrar eficiência do gestor, para que o Estado cumpra o seu dever constitucional”, discursou Raquel. O presidente da República não discursou na solenidade.
por Rafael Moraes Moura e Leonencio Nossa da Agência Estado