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Atlético-MG estuda venda de sedes e shopping para quitar dívida bilionária

GUILHERME PIU / BELO HORIZONTE, MG (UOL/FOLHAPRESS) – O Atlético-MG prevê para o próximo mês a divulgação do balanço patrimonial referente ao ano de 2020, documento, segundo apurou a reportagem, produzido pela Mattoso & Mendes, empresa de auditoria independente.

Os auditores terceirizados registraram as movimentações financeiras do clube no ano passado apontando dívida global superior a R$ 1 bilhão. Por causa do enorme déficit, há uma ala no clube que pretende propor a venda de imóveis para diminuir o rombo.

O valor da dívida se tornará público em breve, mas já é comentado. Apesar do tamanho, o montante é visto nos bastidores como viável de ser honrado.

“Tudo será tratado no Galo Business Day. Temos que modernizar o estatuto, temos que amarrar o clube para não repetir os erros. O Atlético-MG será exemplo”, disse o empresário Rubens Menin, credor que já investiu algo em torno de R$ 300 milhões no clube, em entrevista ao site Fala Galo.

O evento citado por Menin terá a apresentação do plano estratégico elaborado pela atual diretoria atleticana para os próximos anos, que contemplará a amortização de boa parte da dívida urgente do clube, atualmente na casa dos R$ 600 milhões.

Por isso, há uma ala dentro do Atlético-MG que vai propor a venda de imóveis importantes para diminuir o montante bilionário dessa dívida, ainda que a ideia seja controversa e exija crivo do Conselho Deliberativo em Assembleia Geral para ser posta em prática.

Alguns cartolas e até ex-dirigentes entendem que o Atlético-MG deve vender os 49,9% que ainda detém do Diamond Mall, shopping center do grupo Multiplan, localizado ao lado da sede administrativa atleticana, no bairro de Lourdes, região nobre de Belo Horizonte.

Uma das fontes consultadas pela reportagem chegou a cogitar que o coração administrativo fosse mudado para as dependências da Arena MRV, futuro estádio do Atlético, a ser inaugurado em 2022.

A nova casa está sendo construída com parte do dinheiro da venda de 50,1% das ações do shopping, aprovada em 2017 no Conselho Administrativo e consolidada em 2020, o que rendeu R$ 400 milhões ao clube entre o valor do negócio (R$ 300 mi) e atualizações por juros e correções bancárias.

É certo que o Diamond Mall gera lucros para o Atlético, mas tais valores – pouco mais de R$ 8 mi – não ficam nem próximos ao que o clube paga hoje só de juros pelas dívidas urgentes. Por ano, são quase R$ 70 mi pagos aos bancos por empréstimos e negociatas, segundo apurou a reportagem.

“Eu gosto muito de conta, números, a parte financeira me atrai. O Atlético gasta um valor cinco, seis vezes maior com juros em relação ao que ele recebe de dividendos do Diamond. É uma coisa que incomoda. Vender patrimônio, nunca gostei. Estamos esperando fechar os resultados do ano passado; vamos fazer esse planejamento nosso, estratégico. E aí, sim, iremos ver se precisa propor isso ao Conselho. Mas precisamos estar com os números fechados para falar com propriedade”, analisou o presidente Sérgio Coelho, em entrevista à Rádio Itatiaia, na última semana.

Alguns conselheiros mais liberais acreditam também que outros imóveis do Atlético poderiam ser aproveitados de outra forma para gerar ainda mais dinheiro, como a Vila Olímpica, onde já existe um projeto para construção de um minishopping, com preservação da área do clube.

Sobre a preocupação dos atleticanos quanto ao valor alto da dívida, Rubens Menin tergiversou ao falar do assunto. O empresário diz que o Atlético-MG incomoda e ainda alfinetou o rival Cruzeiro, que também vive situação difícil, com dívidas superiores a R$ 1 bilhão.

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