Até o final de janeiro são esperados mais 100 mm de chuva para a região do rio Doce

Com 2,05 metros, Rio Doce pode atingir cota de inundação ainda nesta sexta
FOTO: Flávio Mota/ TV Leste

O mês de janeiro é historicamente um dos períodos do ano em que se concentram os grandes volumes de chuvas na região da bacia do rio Doce. Em 2023 isso não tem sido diferente. O primeiro mês do ano ainda nem acabou e, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), do dia 1º até 22 de janeiro, choveu cerca de 180 mm na região do rio Doce. 

O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) ainda alerta que a previsão para os próximos dias é de mais chuvas. Desta quarta-feira (25) até o dia 31 de janeiro, são esperadas chuvas consideravelmente acima da média, cerca de 100 mm. O Cemaden também destaca que em um cenário mais ampliado, até dia 8 de fevereiro, a expectativa é de que chova dentro da média.

O Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM), responsável pelos pontos de monitoramento do Sistema de Alerta Hidrológico da Bacia do Rio Doce, também apresentou informações mais detalhadas reforçando a importância das autoridades municipais e forças de segurança estarem atentas às chuvas já ocorridas, as previsões meteorológicas dos próximos dias e ao nível atual dos rios.

Governador Valadares e o rio Doce

Em relação ao rio Doce, em Governador Valadares, a CPRM destaca que o nível do rio está oscilando dentro da conta de alerta, mas há previsão de estabilizar e diminuir gradualmente nos próximos dias.

Só nos primeiros nove dias de janeiro, o volume de chuva registrado em Valadares já havia ultrapassado mais da metade do que é esperado para todo o mês. Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia, nesse período foram de chuvas intensas. Ou seja, somando ao total 127,6 mm de precipitação na cidade.

Entre os dias 8 e 13 de janeiro, foram ao menos 13 boletins da Defesa Civil com informações sobre o nível do rio Doce, em Governador Valadares. Nesse período de 5 dias, a inundação atingiu, direta e indiretamente, aproximadamente 15 mil pessoas que residem em cerca dos 23 bairros às margens do rio. Se somam aos números da enchente deste janeiro de 2023, os 465 desabrigados e 11 mil desalojados, segundo informações da Prefeitura de Valadares. No dia 9 de janeiro, às 21h, o rio atingiu na régua do Saae o seu maior nível registrado, em 2023, quando chegou a 3,45 metros.

Monitoramento da bacia do rio Doce

As informações sobre monitoramento do rio Doce, frente às previsões climáticas, foram apresentadas nesta quarta-feira (25), durante a 5ª reunião da Sala de Acompanhamento da Cheia do Rio Doce – criada a partir da articulação entre o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Doce (CBH-Doce) e a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). No encontro foram apresentadas as condições hidrológicas, monitoramentos e previsões para toda região do rio Doce.

A reunião, coordenada pela Agência Nacional de Águas, contou com a participação de conselheiros do CBH-Doce, representantes do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM), Governo de Minas Gerais, Espírito Santo, Operador Nacional do Sistema (ONS), Cemig e, também, das Defesas Civis de diversos municípios.

Outros pontos de monitoramento do rio Doce

Ponte Nova (MG): rio na cota de inundação, mas com condições de estabilizar e diminuir gradualmente.

Nova Era (MG) e Naque (MG): dentro da normalidade. Abaixo da cota de inundação.

Tumiritinga (MG): rio estável com previsão de diminuir gradualmente.

Colatina (ES): dentro da normalidade, abaixo da cota de atenção.

Linhares (ES): rio na cota de inundação com tendência de estabilizar.

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