MARCELO ROCHA
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Em nota divulgada nesta quarta-feira (24), o ex-juiz Sergio Moro afirmou que tem “absoluta tranquilidade” sobre as decisões que tomou no âmbito da Lava Jato.
“Tenho absoluta tranquilidade em relação aos acertos das minhas decisões, todas fundamentadas nos processos judiciais, inclusive quanto àqueles que tinham como acusado o ex-presidente”, afirmou Moro.
Nesta terça-feira (23), a Segunda Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) concluiu pela parcialidade do ex-juiz na condução do caso triplex do Guarujá e anulou todos seus atos.
“Todos os acusados foram tratados nos processos e julgamentos com o devido respeito, com imparcialidade e sem qualquer animosidade da minha parte, como juiz do caso.”
Em defesa da Lava Jato, Moro afirmou que a operação foi um marco no combate à corrupção e à lavagem de dinheiro no Brasil,” colocando fim à generalizada impunidade destes crimes”.
Leia íntegra da nota do ex-juiz Sergio Moro:
“Sobre o julgamento da 2ª Turma do STF, que, por três votos a dois, anulou a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por corrupção e lavagem de dinheiro:
A Operação Lava Jato foi um marco no combate à corrupção e à lavagem de dinheiro no Brasil e, de certo modo, em outros países, especialmente da América Latina, colocando fim à generalizada impunidade desses crimes. Mais de quatro bilhões de reais pagos em subornos foram recuperados aos cofres públicos e quase duas centenas de pessoas foram condenadas por corrupção e lavagem de dinheiro.
Todos os acusados foram tratados nos processos e julgamentos com o devido respeito, com imparcialidade e sem qualquer animosidade da minha parte, como juiz do caso.
Apesar da decisão da segunda turma do STF, tenho absoluta tranquilidade em relação aos acertos das minhas decisões, todas fundamentadas nos processos judiciais, inclusive quanto aqueles que tinham como acusado o ex-Presidente.
A sentença condenatória contra o ex-Presidente foi confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª Região e pelo Superior Tribunal de Justiça, que, igualmente, rejeitaram as alegações de falta de imparcialidade.
O ex-Presidente só teve a prisão ordenada pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª Região em 2018, após ter habeas corpus denegado pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal.
O Brasil não pode retroceder e destruir o passado recente de combate à corrupção e à impunidade e pelo qual foi elogiado internacionalmente.
A preocupação deve ser com o presente e com o futuro para aprimorar os mecanismos de prevenção e combate à corrupção e com isso construir um país melhor e mais justo para todos.”