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Agricultores familiares de uma comunidade do Vale do Mucuri se unem para conseguir acesso à internet

Compra de antena pelo grupo está beneficiando mais de 100 residências

Num mundo onde a conectividade digital está cada vez mais presente, o produtor rural não pode abrir mão do acesso à internet, sob pena de ficar isolado, perdendo rapidez e eficiência nas atividades de produção e até mesmo na qualidade de vida. Pois é nessa perspectiva que um grupo de agricultores familiares de Ladainha, no Vale do Mucuri, conseguiu se organizar coletivamente, por meio da Associação Sete Posses Três, e comprou uma antena para ter acesso à internet.

A Emater-MG, empresa vinculada à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), que presta assistência técnica e extensão rural a essa comunidade, participou do processo, na mobilização e organização da demanda dos associados. 

No início, foram beneficiados 20 moradores, em caráter experimental. Agora, mais de 100 residências já têm acesso à internet de boa qualidade. O que é um avanço, pois são pessoas que moram longe das áreas urbanas e as informações captadas, via internet, podem trazer um mundo de novidades e oportunidades. 

Segundo o extensionista do escritório local da Emater-MG, Cid Glauco de Almeida, antes do acesso à internet, a Comunidade Sete Posses Três ficava sem informação e sem a comunicação necessárias para viver e trabalhar no local, pois não tinham sinal de celular.   

“Muitos precisavam deslocar até a sede do município ou da cidade vizinha, percorrendo distâncias superiores a 40 quilômetros”, contou Glauco. De acordo com o técnico, isso ficou para trás. Com a instalação da antena, os moradores passaram a fazer compras e a comercializarem o café, principal atividade agrícola do lugar, além de outros produtos da região, fazendo uso das redes sociais.

“Eles fazem tudo com o uso da internet. Para falar com alguém que está distante, ou até fazer compras, como remédios e outras mercadorias. Da mesma forma, a educação foi melhorada. Em tempos de pandemia da covid- 19, a maioria dos alunos da comunidade estuda pelo celular”, explicou. 

Outro benefício que a internet trouxe foi a ajuda aos agentes de saúde que agora podem usar o celular para se comunicarem com os moradores, viabilizando o acesso aos serviços de saúde. Mas até atingirem o objetivo, os moradores de Sete Posses Três precisaram vencer desafios. Entre eles, o preço do serviço, a mão de obra necessária e a mobilização dos associados e moradores da região para comprar a antena. No final, prevaleceu a união em torno de um bem comum.

“A associação do lugar entendeu a demanda dos moradores e providenciou o contato de empresas que pudessem fornecer o sinal da internet. Feitas as buscas, a entidade conseguiu uma que fornecia o sinal da internet. Agora, o problema se tratava do acesso ao servidor, devido ao preço da implantação. Mas esta etapa também foi vencida porque os próprios associados se uniram e deram a sua contribuição, disponibilizando veículos, materiais e mão de obra para a instalação da torre de internet”, relatou.

União faz a força

Presidente da Associação Sete Posses Três e morador da comunidade, Joel Marcos Ferreira Amaral, conhecido localmente como Boy, destaca a união do grupo. “A gente resolveu procurar uma empresa para montar uma torre na comunidade. Entramos com mão de obra. Todos ajudando pra construir essa torre. Fazendo picadas, carregando madeira, areia, cimento, água, as torres e as peças. Foi um trabalho bem dificultoso, mas graças a Deus deu um grande resultado e facilitou muito a nossa vida. Eu pude perceber que a união fez muita diferença na comunidade”.

A Associação Sete Posses Três foi criada há dois anos. Atualmente são 80 beneficiários, abrangendo mais de 120 famílias. Apesar do pouco tempo de fundação, a entidade tem conseguido alcançar muitas metas, entre elas a construção da sede própria, um pequeno galpão para reuniões, feito com esforço dos próprios associados, segundo informou o extensionista da Emater-MG local. “Para essas conquistas, eles fizeram bingos, pequenos leilões e receberam algumas doações de pessoas próximas da comunidade”, contou.

Presidente da Associação Sete Posses Três destacou a organização coletiva do grupo (foto: Divulgação)

A Emater-MG é uma das principais parceiras da entidade. A partir da criação da associação, a empresa pública de extensão rural mineira fez um trabalho coletivo que contou com a adesão de toda a comunidade. “São feitas reuniões periódicas, com a participação ativa da Emater-MG para os diversos projetos da associação. Essa entidade foi beneficiada com o Programa Brasil Sem Miséria, no qual 10 famílias receberam mudas de café e adubos de plantio para implantação de projeto coletivo. O projeto ainda conta com toda a assistência técnica nossa.  Acompanhamos as lavouras e propriedades da comunidade”, relata Cid Glauco.

Segundo o técnico da Emater-MG, o associativismo é de suma importância para as comunidades pois permite o acesso a políticas públicas, ao atendimento às necessidades de infraestrutura e outras demandas. “A realização de sonhos que individualmente parecem distantes, com o associativismo podem se tornar realidade”, defende.  Além de trabalhar com a Associação Sete Posses Três, o escritório da Emater-MG de Ladainha também oferece assistência técnica para a Cooperativa dos Agricultores Familiares de Ladainha, que também foi fundada com a interveniência da empresa de assistência técnica e extensão rural.

A Comunidade de Sete Posses Três é composta de agricultores familiares, em quase sua totalidade.  Quase toda a comunidade tem uma pequena lavoura de café. As outras atividades são bovinocultura mista (corte e leite) e pequenas criações.

Fonte: Emater-MG

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