Deputado José Medeiros (DEM-MT) lembrando que o PT pediu impeachment de todos os presidentes não-petistas
Acordo divide R$30 bi entre governo e Congresso
Ao contrário do que se divulga na usina de fantasias sobre Brasília, não há “queda de braço” com o Congresso pelo controle de R$30 bilhões do orçamento, porque tudo já foi objeto de acordo entre o presidente Jair Bolsonaro e líderes dos partidos mais importantes: caberá ao governo decidir aplicar metade dos recursos e a outra metade será definida pelos parlamentares. O acordo está fechado, segundo confirmou nesta quinta o líder do governo no Congresso, senador Eduardo Gomes (MDB-TO).
Você já sabia
Esta coluna revelou dias atrás que o presidente e líderes mantiveram negociações que consideraram muito produtivas. Era o acordo.
Vai-e-vem de recursos
Eduardo Gomes lembra que o “orçamento impositivo” foi aprovado com apoio de Bolsonaro e sua aplicação pela primeira vez explica a polêmica.
De um bolso para outro
Pelo acordo, a metade do Congresso apenas troca de bolso no governo: os R$15 bilhões só podem ser aplicados em programas do Executivo.
Palanque só sob convite
O acordo não garante ao parlamentar presença na inauguração da obra cujos recursos ele garantiu, mas o presidente diz que é sua intenção.
Proposta ordinária cria carro oficial clandestino
Proposta ordinária do senador Jaques Wagner (PT-BA), que o presidente do Senado “avalia”, extingue as placas oficiais que identificam carros de luxo adquiridos com dinheiro público para servir a senadores. Certamente envergonhado da profissão ou da própria história, o senador que foi ministro de Dilma não quer mais circular em carrão com placa de senador, mas trocou a dignidade de comprar o próprio carro por disfarçar a mordomia com placa fria para não ser notado por quem paga impostos.
Perderam o pudor
Em 2019, Wagner e Álvaro Dias (Podemos-PR) solicitaram autorização para substituir as placas dos seus carros oficiais por “não identificáveis”.
Tudo na mesma
Em 2010, eram 89 carros oficiais no Senado de 81 parlamentares. Dez anos depois, os modelos são mais novos e poucos abdicaram da regalia.
Marca vergonhosa
Apenas cinco senadores abrem mão do carro oficial com placa preta, segundo o próprio Senado. Os demais 76 adoram a mordomia.
Passador de palavra
O governador de São Paulo, João Dória, forçou a barra para aparecer com o ministro Luiz Henrique Mandetta (Saúde) em nova coletiva sobre coronavírus, repetindo tudo o que foi dito na véspera. O tucano revelou grande talento de “passador de palavra” para jornalistas e entrevistados.
‘Low cost’ alheio
A “agência reguladora” Anac não entendeu o espírito da coisa: autorizou empresas aéreas low cost (“custo baixo”) a operar no Brasil mas só sabe garantir custo baixo na operação da empresa, não para o consumidor.
Sorvete na praça
Celso de Mello já decidiu: após deixar o STF vai residir em sua cidade, Tatuí (SP). Lá, vai poder retomar um velho hábito: conversar na praça da cidade com amigos de infância e tomar sorvete de maracujá.
Contra o atraso
Senadores próximos a Davi Alcolumbre fizeram uma votação informal e verificaram que Simone Tebet (MDB-MS) é a adversária mais forte pela presidência do Senado. Mas ela tem veto de senadores da velha política, até pelo seu papel decisiva na derrota do grupo de Renan Calheiros.
Devagar, quase parando
A última decisão de 2019 que envolvia um projeto de lei foi proferida pelo Senado no dia 11 de dezembro. O trabalho voltou apenas semana passada, após mais de dois meses sem analisar uma matéria sequer.
Transparência opaca
A Petrobras tenta se afastar da corrupção e da falta de transparência, mas esconde informações sobre funcionários, por exemplo. Alega uma portaria assinada pelos petistas Guido Mantega e Celso Amorim.
Ralo destampado
Dos R$87,3 milhões gastos pelo governo federal em viagens de funcionários, R$45,7 milhões foram distribuídos a pretexto de “diárias”. Em média, cada viagem custou R$1 mil ao contribuinte brasileiro.
Força vem de fora
As operações bilionárias de swap cambial para tentar conter a alta do dólar não parecem ter surtido efeito, mas a verdade é que o dólar subiu contra quase todas as moedas, mostrando que as razões são externas.
Pensando bem…
…virou lei não escrita: desde 1º de janeiro de 2019, manifestações são consideradas ataques à democracia.
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Com André Brito e Tiago Vasconcelos – www.diariodopoder.com.br
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